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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Estudo de 6 Anos Mostra Benefícios com a Reposição de Testosterona em Pacientes com "Diabesidade".


Estudo de 6 Anos Mostra Benefícios com a Reposição de Testosterona em Pacientes com “Diabesidade”.



- Aversa A, Bruzziches R, Francomano D, et al. Effects of testosterone undecanoate on cardiovascular risk factors and atherosclerosis in middle-aged men with late-onset hypogonadism and metabolic syndrome: results from a 24-month, randomized, double-blind, placebo-controlled study. The journal of sexual medicine. 2010;7(10):3495-3503.

- Saad F, Haider A, Doros G, et al. Long-term treatment of hypogonadal men with testosterone produces substantial and sustained weight loss. Obesity (Silver Spring). 2013;21(10):1975-1981.

- Aversa A, Bruzziches R, Francomano D, et al. Effects of long-acting testosterone undecanoate on bone mineral density in middle-aged men with late-onset hypogonadism and metabolic syndrome: results from a 36 months controlled study. The aging male : the official journal of the International Society for the Study of the Aging Male. 2012;15(2):96-102.

- Hamdy O, Porramatikul S, Al-Ozairi E. Metabolic obesity: the paradox between visceral and subcutaneous fat. Current diabetes reviews. 2006;2(4):367-373.

- Haider A, Yassin A, Doros G, et al. Effects of Long-Term Testosterone Therapy on Patients with “Diabesity”: Results of Observational Studies of Pooled Analyses in Obese Hypogonadal Men with Type 2 Diabetes. International journal of endocrinology. 2014:Article ID 683515.

- Moon du G, Park MG, Lee SW, et al. The efficacy and safety of testosterone undecanoate (Nebido((R))) in testosterone deficiency syndrome in Korean: a multicenter prospective study. The journal of sexual medicine. 2010;7(6):2253-2260.

- Saad F, Aversa A, Isidori AM, et al. Onset of effects of testosterone treatment and time span until maximum effects are achieved. European journal of endocrinology / European Federation of Endocrine Societies. 2011;165(5):675-685.

- Kapoor D, Goodwin E, Channer KS, et al. Testosterone replacement therapy improves insulin resistance, glycaemic control, visceral adiposity and hypercholesterolaemia in hypogonadal men with type 2 diabetes. European journal of endocrinology / European Federation of Endocrine Societies. 2006;154(6):899-906.

- Millan J, Pinto X, Munoz A, et al. Lipoprotein ratios: Physiological significance and clinical usefulness in cardiovascular prevention. Vascular health and risk management. 2009;5:757-765.


Artigo editado por Monica Mollica, PhD.

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br


Em 06 de março de 2014 A FDA aprovou o Aveed (Nebido) para o tratamento de hipogonadismo masculino, também conhecido como deficiência de testosterona. O Aveed é uma forma de ação prolongada de testosterona injetável chamado testosterona undecanoato. Na Europa, o testosterona undecanoato (sob o nome de Nebido), possui uma longa história de sucesso para o tratamento da deficiência de testosterona (TRT) e as suas consequências (especialmente obesidade, síndrome metabólica e diabetes).
Em contraste com as formas de atuação mais curtas de testosterona (por exemplo, cipionato), o undecanoato de testosterona só precisa ser injetado a cada 6 a 12 semanas , e assim oferece benefícios práticos ao paciente. (Comentário: para o Nebido (1000 mg por 4 ml) , o intervalo inicial é de 6 semanas, seguido de intervalos de 10-14 semanas , para o Aveed (750 mg por 3 ml) , o intervalo inicial é de 4 semanas , seguidas por 10 semanas de intervalo ) .
Cinco dias após a aprovação da FDA, um notável e impressionante estudo de 6 anos foi publicado, confirmando os benefícios para a saúde da TRT (Testosterone Replacement Therapy) que foram previamente encontrados em estudos mais curtos.


 Diabesidade – Definição:


O termo " diabesidade " foi criado na década de 1970 para descrever a ocorrência de obesidade e diabetes em um mesmo indivíduo. Excessiva quantidade de gordura corporal e o acúmulo de gordura, especialmente abdominal (visceral), é um forte fator de risco bem documentado para a resistência à insulina, desenvolvimento de diabetes tipo 2 e doença cardiovascular.
Mais e mais estudos estão mostrando que a deficiência de testosterona contribui para o desenvolvimento da obesidade (ambas // geral e abdominal), resistência à insulina, síndrome metabólica, diabetes tipo 2 e perda de massa muscular . 27-32 Em consonância com isso, um número crescente de estudos de intervenção têm demonstrado que o TRT melhora essas ocorrências.
Vários estudos de longo prazo feitos nos últimos 5 anos relatam que os resultados da TRT proporciona acentuada e significativa perda de peso (gordura), redução da circunferência da cintura e IMC, bem como melhorias nos parâmetros de colesterol no sangue, redução na glicemia de jejum, HbA1c, CRP (Proteína C Reativa // um marcador de inflamação) e enzimas hepáticas.
O mais recente estudo a longo prazo, comprovando a eficácia e segurança de uso para TRT foi realizado durante 6 anos.
O estudo mais longo relatado até o momento foi conduzido por um grupo de pesquisa na Alemanha liderado pelo Dr. Farid Saad, um dos líderes mundiais mais proeminentes no campo da pesquisa TRT. Este estudo foi publicado em 11 de março de 2014, no International Journal of Endocrinology.



 Método de Estudo:


Os indivíduos eram homens obesos com hipogonadismo e diabetes tipo 2, com idades entre 41 e 73 anos. Todos os sujeitos tinham níveis de testosterona total a uma taxa sub-normal, a média de 257 ng / dL (8,9 nmol / L), faixa de 47-345 (1,63-11,79 nmol / L) e os sintomas pelo menos leves de hipogonadismo avaliados através da Escala de Homens Idosos (AMS – Aging Males Symptons Scale).
Todos os homens receberam tratamento com testosterona undecanoate 1000 mg (Nebido, Bayer Pharma, Berlim, Alemanha), administrada no início do estudo e a cada 6 semanas, e posteriormente, a cada 12 semanas até 72 meses.
A circunferência da cintura (CC) foi medida do ponto médio entre a crista ilíaca (parte superior do osso do quadril) e a última costela.
Todos os 156 indivíduos foram acompanhados por pelo menos um ano, 146 por pelo menos dois anos, 136 por três anos, 114 por quatro anos, 105 por cinco anos, e 69 por seis anos.

 Resultados:

Os níveis de testosterona total durante o período de 6 anos de tratamento com testosterona:
Os níveis totais de testosterona mostraram um aumento significativo de 257 ng / dL (8,9 nmol / L), no início da terapia para níveis acima de 461 ng / dL (16 nmol / L) durante o primeiro ano de terapia, e este nível fisiológico permaneceu constante durante todo o curso do tratamento.

 Circunferência de cintura:


A Figura 1 demonstra a redução de medidas na circunferência de cintura, posterior a terapia de testosterona em homens diabéticos obesos. A circunferência da cintura caiu de uma média de 114 centímetros (mínimo de 89 centímetros, máximo de 148 centímetros para 102 cm (mínimo de 82 centímetros, máximo 121 cm), com uma redução média de 11,56 centímetros ao longo de todo o período de tratamento de 6 anos. A redução da circunferência abdominal foi estatisticamente significativa no final de cada ano em comparação com o ano anterior ao longo dos primeiros cinco anos, mesmo no fim de seis quando comparado com cinco anos.

 Perda de Peso:

A Figura 2 mostra os efeitos de TRT sobre o peso corporal ao longo de 6 anos de terapia. O peso corporal diminuiu de uma média de 113 kg (mínimo de 87 kg, máximo de 141 kg) para 97 kg (mínimo 80, máximo 119) com uma perda média de 17,5 kg ao longo do curso do tratamento. Esta diminuição no peso corporal foi estatisticamente significativa no final de cada ano em comparação com o ano anterior, nos primeiros cinco anos, e mesmo no final de seis quando comparado com cinco anos.


 Variação do Percentual no Peso Corporal:


Uma diminuição acentuada e significativa na percentagem de peso corporal foi observada ao longo do curso da terapia de testosterona. Ao longo de todo o período de observação de 6 anos, os participantes perderam 15% do seu peso corporal inicial (Figura 3). Após um ano, os pacientes tinham perdido 3,1% do seu peso inicial, depois de dois anos, de 6,8%, após três anos, de 9,6%, depois de quatro anos, de 11,8%, após cinco anos, 13,6%, e depois de 6 anos, 15%. Essas mudanças anuais sucessivas foram estatisticamente significativas em comparação com os valores basais.

 Níveis de Glicose Sanguínea:


Houve uma diminuição gradual significativa na glicemia de jejum a partir de 128,37 ± 31,63 mg / dL ( 7,06 ± 1,74 mmol / L), para 101,55 ± 17,02 mg / dL ( 5,59 ± 0,94 mmol / ). A diminuição foi significativa após um ano, continuou diminuindo depois de dois anos (de maneira não significativa em relação ao nível após o primeiro ano), e em seguida, atingido um patamar com um pequeno, mas estatisticamente significativo decréscimo em cinco anos, em comparação a quatro anos. Ao longo do tratamento de seis anos com testosterona, a glicemia de jejum diminuiu 27,14 ± 2,48 mg / dL (1,49 ± 0,14 mmol / L).

 Hemoglobina A1c ( HbA1c) – Hemoglobina Glicosilada:


A diminuição de glicose no sangue em jejum, foi acompanhada por uma diminuição acentuada da HbA1c de 8,1 % para 6,1 %, com uma alteração média de 1,9 %, no final do longo período de tratamento com testosterona . A diminuição da HbA1c foi progressiva e estatisticamente significativa após um ano, entre dois anos e um ano, entre os três e dois anos, entre quatro e três anos, entre cinco e quatro anos, e foi significante entre seis e cinco anos.


 Perfis Lipídicos e de Colesterol no Sangue:


A terapia com testosterona melhora o perfil lipídico, como demonstrado com o aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL- C) em 35 ± 5%, reduções significativas no colesterol total de 32 ± 1,4%, lipoproteína de baixa densidade (LDL- C) de 25,9 ± 1,6% e triglicérides (TG) de 30 ± 2%.
As alterações médias no perfil lipídico foram graduais e progressivas e foram significativas a cada ano, quando comparado aos níveis basais, atingindo patamares entre três e quatro anos. A proporção de colesterol total para o colesterol HDL colesterol melhorou de 6 para 3. Essas mudanças atingiram um platô depois de três anos, com novas reduções pequenas, mas não estatisticamente significativas.

Pressão Arterial, estado inflamatório e função hepática:

Além disso, o tratamento com testosterona reduziu significativamente a pressão sanguínea, a PCR (Proteína C Reativa, um marcador inflamatório) e os níveis de enzimas do fígado, aspartato transaminase (AST) e alanina transaminase (ALT), sugerindo uma redução no teor de gordura no fígado, uma resposta inflamatória reduzida , e melhoria na função hepática.
Impacto da linha de base da testosterona total abaixo contra níveis acima de 231 ng / dL (8 nmol / L)

Foi feita uma análise para ver se havia alguma diferença de resposta entre os pacientes que no início do estudo tinham níveis de testosterona total abaixo de 231 ng / dL (8 nmol / L), versus aqueles com níveis entre 231 ng / dL e 346 ng / dL (8 nmol / L e 12 nmol / L). Verificou-se que os homens diabéticos obesos na categoria mais elevada de testosterona responderam ao tratamento com testosterona igualmente bem como aqueles com níveis mais baixos de testosterona basal.

Segurança:

Não foram relatados eventos adversos em pacientes tratados com testosterona por até 6 anos.


Conclusão:

Os autores do estudo concluíram que a TRT de longo prazo de até seis anos resulta em melhorias significativas e sustentáveis de peso, diabetes tipo 2 e outros fatores de risco cardiometabólico em pacientes com deficiência em testosterona, obesos e diabéticos. Este estudo demonstra claramente que TRT confere enormes melhorias em parâmetros de composição corporal e metabólica, e pode desempenhar um papel importante no tratamento e controle da obesidade e do diabetes (Diabesidade), em homens com deficiência de testosterona.


 Comentários:


Os críticos da TRT muitas vezes afirmam que não existem estudos de segurança e eficácia a longo prazo para a TRT. Este longo estudo de 6 anos e estudos anteriores de 5 anos descaradamente refutam essas alegações . Vários dos resultados do longo estudo de 6 anos acima delineado merecem menção especial :
Em primeiro lugar, este longo estudo de 6 anos demonstra claramente que a TRT confere efeitos a longo prazo para a duração do tratamento. Portanto, a resposta a um ensaio terapêutico de 3 meses (curto prazo) de TRT, que tem sido sugerido para ser utilizado como parte do diagnóstico de hipogonadismo, não irá permitir tempo suficiente para a total expressão de todos os efeitos benéficos que têm sido documentados em vários estudos feitos a longo prazo. Por exemplo, no estudo de 6 anos descrito acima , demorou um ano antes que fossem observadas reduções significativas e marcantes na circunferência da cintura, peso, glicemia de jejum e HbA1c.
Um apoio adicional para a importância de permitir que o tempo de tratamento suficiente para uma análise do início dos efeitos da TRT e o período de tempo até que os efeitos máximos são alcançados. Esta análise concluiu que as melhorias no colesterol do sangue / lipídios e controle glicêmico, precisa de até 12 meses para se expressar completamente. Outro parâmetro importante quando se discute TRT e curso do tempo de tratamento é o PSA (Antígeno Prostático Específico).


Inicialmente o PSA e o volume da próstata sobem marginalmente, mas atingem um patamar em torno de 12 meses (futuro aumento deve estar relacionado com o envelhecimento ao invés de terapia). Esta é uma resposta normal e a elevação inicial do PSA não deve ser uma indicação para descontinuar TRT de maneira tão breve, se não houver contra indicações. O crescimento da próstata é muito sensível a variações na concentração de andrógeno em concentrações muito baixas, mas que se torna insensível a alterações nas concentrações de andrógeno em níveis maiores.
Um tratamento com TRT de curta duração não vai permitir a saturação de testosterona da próstata e PSA para atingir o patamar. Em segundo lugar, a TRT com testosterona undecanoato 1000 mg no início do estudo a cada 6 semanas e a cada 12 semanas depois de restaurado os níveis de testosterona fisiológicos dentro dos primeiros 12 meses, e os níveis de testosterona foram mantidos nesse regime posológico durante todo o período de 6 anos. Deve-se notar que as diferentes preparações de testosterona (por exemplo, cipionato de testosterona, gel, pastilha, oral) requerem diferentes doses e horários de administração, a fim de atingir um nível ideal de testosterona.


Em terceiro lugar, ao longo de 6 anos, a TRT marcadamente e significativamente reduziu o colesterol total e o LDL, e esta redução foi muito pronunciada e mantida ao longo de todo o período de 6 anos do tratamento com testosterona. Mais importante ainda, a TRT não só reduziu os níveis de colesterol total e LDL, mas também resultou em aumentos significativos nos níveis de HDL. Além disso, a proporção de colesterol total para colesterol HDL caiu de mais de 6 para menos de 3,5. Como o colesterol total para o HDL é um fator de risco para doença cardiovascular, essa queda acentuada é notável.
Em quarto lugar, outra observação importante neste estudo foi a redução acentuada e significativa dos triglicerídeos (gorduras do sangue) em resposta a TRT. O armazenamento da gordura intra- abdominal (gordura visceral) é impulsionado pelo acúmulo de triglicerídeos, isso poderia ajudar a explicar a redução na circunferência da cintura. Além disso, a grande redução de triglicerídeos, especialmente quando combinado com a elevação do HDL, é uma indicação de um aumento do tamanho da partícula de LDL (por exemplo, uma redução da fração de LDL aterogênico, que é composto por pequenas partículas de LDL). Uma diminuição dos níveis de triglicerídeos para o HDL também indica melhoria da sensibilidade à insulina. Assim, a redução da proporção de triglicerídeos para HDL visto ao longo deste estudo está em acordo com pesquisas anteriores, demonstrando que a TRT melhora a sensibilidade à insulina em homens com deficiência de testosterona (lembrando também que a melhora da sensibilidade à insulina é um fator essencial para o emagrecimento).


Em quinto lugar, a redução percentual nos níveis de lipídios (colesterol total, LDL e triglicérides) foi cerca de 30%, que é um valor semelhante ao obtido com o uso de estatinas em homens com lipídios sanguíneos anormais (dislipidemia).
Em sexto lugar, é notável que os homens com níveis baixos ou muito baixos (em relação ao nível mínimo) de testosterona total responderam igualmente bem a este tratamento de 6 anos de testosterona.
Finalmente, este estudo mostra claramente os resultados de diferentes platôs em momentos diferentes.
Por ex: as melhorias significativas nos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue (lipídios) atingem um platô depois de 3-4 anos de TRT, enquanto que a diminuição na HbA1c foi progressiva e estatisticamente significativa até cinco anos de tratamento com testosterona. É importante e interessante, as reduções na circunferência da cintura e do peso corporal (e variação percentual do peso corporal) foram estatisticamente significativas no final de cada ano, em comparação com o ano anterior ao longo dos primeiros cinco anos, e até ao final do sexto ano, em comparação ao quinto ano. Este é um achado incomum e notável, como intervenções de obesidade (ambas as drogas e mudanças de estilo de vida) geralmente são mais eficazes no primeiro ano e, posteriormente, perdem progressivamente a sua eficácia. Como este longo estudo de 6 anos demonstra, o tratamento com testosterona se destaca neste respeito. Vamos torcer para que no futuro próximo essa informação consiga chegar os médicos que trabalham com pacientes que são sedentários, obesos e sofrem de complicações cardiometabólicas.




 Artigo Complementar – Testosterona, Obesidade e Diabetes.


- I. Janssen and A. E. Mark, “Elevated body mass index and mortality risk in the elderly,” Obesity Reviews, vol. 8, no. 1, pp. 41–59, 2007.

- N. Lima, H. Cavaliere, M. Knobel, A. Halpern, and G. Medeiros-Neto, “Decreased androgen levels in massively obese men may be associated with impaired function of the gonadostat,” International Journal of Obesity, vol. 24, no. 11, pp. 1433–1437, 2000.

- A. Haidar, A. Yassin, F. Saad, and R. Shabsigh, “Effects of androgen deprivation on glycaemic control and on cardiovascular biochemical risk factors in men with advanced prostate cancer with diabetes,” Aging Male, vol. 10, no. 4, pp.
189–196, 2007.

- J. S. Mayes and G. H. Watson, “Direct effects of sex steroid hormones on adipose tissues and obesity,” Obesity Reviews, vol. 5, no. 4, pp. 197–216, 2004.

- A. Haider, L. J.G. Gooren, P. Padungtod, and F. Saad, “Improvement of the metabolic syndrome and of nonalcoholic liver steatosis upon treatment of hypogonadal elderly men with parenteral testosterone undecanoate,” Experimental and Clinical Endocrinology and Diabetes, vol. 118, no. 3, pp. 167–171, 2010.

- M. Maggio, F. Lauretani, G. P. Ceda et al., “Relationship between low levels of anabolic hormones and 6-year mortality in older men: the aging in the chianti area (InCHIANTI) study,” Archives of Internal Medicine, vol. 167, no. 20, pp. 2249–2254, 2007.


Artigo editado por Farid Saad and Louis J. Gooren, PhD.

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br


A obesidade é uma doença que está atingindo proporções epidêmicas tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, 63% dos homens e 55% das mulheres são classificadas como acima do peso.
Destes, 22% são considerados muito acima do peso, com um índice de massa corporal acima de 30 kg/m2, e as conseqüências desse aumento rápido são graves. Cerca de 80% dos adultos obesos sofrem de, pelo menos, um, e 40% a partir de duas ou mais das doenças associadas com a obesidade, tais como diabetes tipo 2, hipertensão, doença cardiovascular, doença da vesícula biliar, cancêr e doenças do aparelho locomotor, tal como a artrose.
Este estudo vai destacar a importância da testosterona
no desenvolvimento e tratamento da obesidade. A realidade da vida é que a prática da medicina é subdividida em especialidades médicas, cada um com sua própria perspectiva e problemas. A Obesidade e particularmente suas seqüelas, tais como diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e problemas locomotores, não são tratados principalmente por endocrinologistas.
Mesmo entre os endocrinologistas a perícia em hormônios sexuais,
para não falar de testosterona, é muitas vezes limitada.
Este estudo argumenta que a testosterona tem um papel significativo a desempenhar na etiologia, tratamento e seqüelas da obesidade masculina.



 O Ciclo Vicioso entre Níveis Baixos de Testosterona e Síndrome Metabólica:


A Adiposidade associada ao hiperinsulinismo suprime a síntese da globulina de ligação do hormônio sexual (SHBG) e com isso os níveis de testosterona circulante. Ela também pode afetar a força do hormônio luteinizante (LH) e sua sinalização para o testículo. Além disso, a insulina e leptina tem um efeito supressor sobre a esteroidogênese testicular. Portanto, há razões para acreditar que a adiposidade é um fator significativo na redução dos níveis circulantes de testosterona, ocorrendo mesmo, em homens com idade inferior a 40 anos.
É claro que a doença, e no contexto do presente estudo, em particular a síndrome metabólica suprime os níveis de testosterona circulantes; também foi documentado que baixos níveis de testosterona induzem a síndrome metabólica. Mesmo na ausência de conseqüências em estágio avançado, como diabetes e doenças cardiovasculares, os distúrbios sutis em hormônios sexuais estão presentes na síndrome metabólica e podem contribuir para sua patogênese.
O papel da testosterona é dramaticamente demonstrado pelos achados em homens com câncer de próstata que se submetem à terapia hormonal ablação de andrógenos (tratamento para suprimir a produção de andrógenos), particularmente à longo prazo. Outro estudo mostrou de forma convincente que a privação de andrógeno aguda reduz a sensibilidade à insulina em homens jovens e prejudica severamente o controle glicêmico em homens com diabetes mellitus.


 Administração de Testosterona em Homens com Síndrome Metabólica e Diabetes:


Logicamente os níveis baixos de testosterona são um fator na etiologia das doenças comuns de homens idosos, tais como síndrome metabólica e suas doenças associadas, como diabetes mellitus e doença aterosclerótica.
Surge a questão então se o tratamento com testosterona tem um papel a desempenhar no tratamento da síndrome metabólica e suas seqüelas tais como a diabetes mellitus tipo 2 e as doenças cardiovasculares.
Há cada vez mais evidências de um efeito benéfico da testosterona no tratamento de gordura visceral e outros elementos da síndrome metabólica.
Alterações na gordura visceral parecia ser uma função de alterações da testosterona total no soro.
Os efeitos benéficos dos androgênios sobre a gordura (visceral), têm sido confirmado em outros estudos. Um estudo investigando os
efeitos da normalização dos níveis circulantes de testosterona em homens com níveis de testosterona subnormais e realizando tratamento com undecanoato de testosterona parenteral, demonstrou efeitos favoráveis sobre a composição corporal (circunferência da cintura).


 Testosterona – Novas Perspectivas:


Os médicos terão de fazer uma mudança em sua mentalidade de que a testosterona, ao invés de ser um companheiro perigoso para a vida de um homem; pode trazer muitas recompensas, sendo um hormônio fundamental para a saúde do homem, desde o precoce desenvolvimento pré-natal, até o fim da vida.
Anteriormente, foi questionado se a testosterona tem um papel essencial a desempenhar na fisiologia masculina. Estudos epidemiológicos recentes descobriram que baixos níveis de testosterona são um preditor de mortalidade em homens idosos.
Obviamente, os estudos epidemiológicos não podem desvendar relações de causa, mas a evidência é convincente de que o declínio dos níveis de testosterona com o envelhecimento é contabilizado por doenças (relacionada à idade). Estudos de intervenção fornecem respostas potenciais para a causalidade da relação. Não é exagero dizer que, em medicina e endocrinologia moderna que a testosterona não é mais um hormônio marginal. Também não é um hormônio estilo de vida para os homens que procuram a eterna juventude. A deficiência de Testosterona leva a uma grave deterioração da saúde dos homens expressando-se na síndrome metabólica e suas sequelas: diabetes mellitus tipo 2 e doença aterosclerótica, osteoporose, sarcopenia e doença cardíaca; todos limitando fortemente a independência física na terceira idade e acelerando a morbidade e mortalidade.



Nota do Nutricionista:


Com certeza esse estudo contribuirá para derrubar o tabu no uso de testosterona na terceira idade; esse medo inexplicável que a maioria dos profissionais demonstra e que não deveria acontecer.
São benefícios importantes para idosos obesos, diabéticos, hipertensos, e idosos desanimados e sem energia para tarefas simples do dia a dia.
A terapia proporciona um novo horizonte para todos os indivíduos na terceira idade, melhorando muito a qualidade de vida e retardando problemas graves como, por exemplo, um ataque cardíaco.
“A deficiência de Testosterona leva a uma grave deterioração da saúde dos homens expressando-se na síndrome metabólica e suas sequelas: diabetes mellitus tipo 2, doença aterosclerótica, osteoporose, sarcopenia e doença cardíaca; todos limitando fortemente a independência física na terceira idade e acelerando a morbidade e mortalidade.”
Seria necessário acrescentar mais algum comentário ??




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