Os Fatos sobre Waxy Maize, Vitargo e outras Fontes de Carboidratos.
Artigo editado por Will Brink
- Jozsi A.C. et al. The Influence of starch structure on Glycogen Resynthesis and Subsequent Cycling Performance. Int. J. Sports. Med. 17: 373-378. 1996
- Piehl K. et al. Muscle glycogen resynthesis rate in humans after supplementation of drinks containing carbohydrates with low and high molecular masses. Eur. J. Physiol. 81: 346-351. 2000
-Goodpaster B.H. et al. The Effects of Pre-Exercise Starch Ingestion on Endurance Performance. Int. J. Sports Med. 17: 366-372. 1996.
Artigo traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira – CRN 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br
Alguns anos atrás, um grupo de estudos apoiado no conceito de que tanto o horário quanto o tipo de carboidratos usados por atletas, poderia ter efeitos positivos nas atividades aeróbicas e anaeróbicas. Desde então, tem havido uma corrida para encontrar a "melhor" fonte de carboidratos para ser usada no pré e no pós-treino. Como é típico para a indústria de musculação e fitness, um novo "milagre", fonte de carboidratos invadiu o mercado do crescimento muscular prometendo ser tão promissor quanto um Anadrol (hormônio), mas eu discordo ... O ponto é que houve uma grande quantidade de informação e desinformação a respeito desses "milagres anabólicos surpreendentes" como estas fontes de carboidratos. O auge de toda essa discussão nada mais é do que o Amido de milho ceroso ou Waxy Maize Starch (WMS), mas antes de maiores comentários sobre o waxy maize, vamos voltar um pouco no tempo e analisar o porque do foco nestas fontes de carboidratos.
Uma Breve História ...
O conceito base é este: A maioria das pessoas estão cientes de que o horário para ingerir um nutriente é tão importante quanto a composição do nutriente. Em outras palavras, não é apenas o que você come mas quando você come, proporcionando assim os melhores resultados. Como o homem disse: "O tempo é tudo." Consumir os nutrientes certos na hora certa pode ter efeitos positivos sobre a composição corporal, ajudando a construir mais músculo e menos gordura, bem como, um melhor desempenho.
Na sequência de uma sessão de exercício intenso, existe uma "janela metabólica" - por assim dizer - em que o corpo preferencialmente leva a glucose, os aminoácidos e outros nutrientes para o fígado e para os músculos através de ambos os mecanismos de transporte, dependentes e não dependentes de insulina. Traduzindo, isto significa que seu corpo vai transportar carboidratos e proteínas para os tecidos que você quer (músculos), em vez de armazená-los como gordura depois de um treino. Até aqui tudo bem ...
Para levar a analogia mais longe, a janela metabólica não permanece aberta indefinidamente, então você precisa aproveitar a oportunidade enquanto a “janela” estiver aberta.
Uma série de estudos descobriram que uma bebida pós-treino contendo carboidratos de alto IG é altamente anti-catabólica. Adicionando a proteína à mistura - dependendo da proteína - tem um efeito aditivo com os dois trabalhando em sinergia para criar um ambiente anabólico que é superior a qualquer nutriente sozinho.
Obviamente, há muito mais para o tema, mas o descrito acima tem como objetivo uma rápida recapitulação do conceito; ao invés de uma revisão exaustiva sobre o mesmo.
De Volta ao Amido de Milho Ceroso (WMS):
Assim, com o breve resumo acima e com o grande interesse em fontes de carboidratos e vários pré ou pós-treinos, podemos nos concentrar por um momento no WMS. WMS foi colocado fortemente como uma ótima fonte de carboidratos pelos vendedores que reforçam efeitos superiores em relação a outras fontes de carboidratos comuns, tais como a maltodextrina e a dextrose. Afirmações de ressíntese de glicogênio mais rápida após os treinos mais fortes, "rápida absorção" e esvaziamento gástrico, são as afirmações mais comuns feitas por aqueles que vendem WMS. Tenho certeza que as pessoas também têm visto afirmações sobre "alto peso molecular, baixa osmolaridade" e outros termos de fantasia que estão sendo jogados ao redor do assunto. Então, se existe algo de real nessas afirmações ou as pessoas têm sido enganadas por algum tipo de sensacionalismo? É o que vamos ver ...
Vamos Apenas aos Fatos:
A alegação principal do WMS é o "rápido armazenamento de glicogênio" após o exercício em comparação com outros carboidratos. Um estudo comparou o WMS, a dextrose e a maltodextrina a um amido "resistente". Oito ciclistas do sexo masculino foram submetidos a um treino projetado para esgotar seus estoques de glicogênio muscular; assim seus músculos seriam preparados para o armazenamento de glicogênio, como mencionado acima, na seção "Breve História". Além disso, depois de alimentá-los com essas diferentes fontes de carboidratos, 24 horas após o a depleção de glicogênio ocasionada pelo programa de treino; os níveis de glicogênio foram essencialmente os mesmos entre o WMS, dextrose e malto. Na verdade, embora não estatisticamente significativo; a dextrose foi o melhor do grupo neste estudo para obter de volta os níveis de glicogênio após o protocolo de exercícios e isto é que os atletas devem fazer para conseguir repor os estoques de glicogênio depois dos treinos mais forçados.
Outra grande afirmação relativa ao WMS é de ser uma fonte melhor de carboidratos pré-treino em relação a dextrose. A resposta parece ser não. Dez ciclistas de elite do sexo masculino foram suplementados com WMS, dextrose, amido resistente (AR) ou placebo e sua capacidade de sustentar o trabalho de resistência; depois de ingerir essas fontes de carboidratos e o placebo foram testadas. O desempenho durante o exercício prolongado de endurance está relacionado com a capacidade em manter os níveis de glicose no sangue por meio de armazenamento de glicogênio e carboidratos ingeridos antes ou durante o exercício. Então, esses pesquisadores queriam saber qual dessas fontes de carboidratos consumidos antes do exercício conseguiria manter o desempenho durante o exercício prolongado. Isto é, qual a fonte de carbo iria alimentar a maior quantidade de trabalho nos 30 minutos finais.
Primeiro, eles deram aos ciclistas (em momentos diferentes), cada um dos carboidratos (cerca de 75 gramas por dose) 30 minutos antes da corrida de 2 horas. A resposta da glicose e da insulina no sangue a partir da dextrose era 3 vezes mais elevada nos primeiros 15 minutos; aos 30 minutos a glucose ainda permanecia de 1,5 vezes mais elevada, enquanto a insulina se manteve três vezes mais elevada. Em seguida, eles fizeram o sua corrida exaustiva. O estudo descobriu dextrose e WMS foram semelhantes (embora a dextrose ainda tinha uma ligeira vantagem) em sua capacidade de manter o desempenho quando comparada ao RS (amido resistente) e ao placebo, que foram menos eficazes. Mais uma vez, WMS não se mostrou ser nada de tão especial e foi ligeiramente menos eficaz do que a boa e velha dextrose. Este também é o primeiro estudo (de vários) mostrando que o WMS possui baixo índice glicêmico e baixa taxa insulinêmica.
Então, Porque Tantos Exageros ??
Neste ponto o leitor está pensando; então porque este excesso de propaganda sobre o milho ceroso? Onde está toda esta fonte de informação vinda deste tipo de carboidrato dizendo ser espetacular e na realidade isso não corresponde. "Eu sinto sua agonia e irei responder às suas perguntas! Este é o lugar onde as coisas ficam mais interessantes.
Os Fatos Reais...
A fonte de carboidratos que tem um perfil ideal para a ressíntese de glicogênio pode ser usada no pós-treino e após os treinos mais intensos, com rápido esvaziamento gástrico, possui um peso molecular elevado e baixa osmolaridade e causa um pico de glicose e insulina no sangue quando usada no pós-treino. Estudos indicam que a melhor do grupo para esta finalidade é um carboidrato patenteado e vendido sob o nome Vitargo. O que os vendedores de WMS tem feito sem saber (alguns podem suspeitar conscientemente ...) é utilizar os dados e atributos do Vitargo e aplicá-los ao WMS, como se os dois fossem o mesmo produto, o que não é o caso. Por exemplo, os vendedores de WMS afirmam que este é rapidamente absorvido, aumenta os estoques de glicogênio mais rapidamente do que as outras fontes de carboidratos, e melhora o desempenho (semelhantes ao Vitargo), mas os estudos que existem não suportam isso ou até mostram o contrário. O que existe, no entanto, são estudos mostrando que o Vitargo possui realmente esses efeitos.
Como eu disse, parece que os vendedores de WMS realmente piratearam os estudos feitos com o Vitargo como se fossem fontes de carboidratos iguais, quando eles não são. Como já foi mostrado, WMS é na melhor das hipóteses, igual ou inferior a maltodextrina e a dextrose, dependendo do estudo que você ler. Por exemplo, um estudo finalizado a pouco tempo e prestes a ser publicado, realizado na Purdue University, mostrou que o WMS teve uma resposta à glicose 3 vezes inferior, em comparação a maltodextrina, e uma resposta de insulina, 3 vezes mais baixa, e até mesmo 2 vezes mais baixa do que o pão branco! Assim, mesmo o pão branco parece ser uma fonte superior de carboidratos para ser usado no pós-treino, logicamente valorizando o pico de glicose e insulina, que leva ao acréscimos no armazenamento de glicogênio e possui uma forte ação anti-catabólica. É interessante notar que o WMS mostrou ter um efeito tão lento e constante na glicose e nos níveis de insulina, que os cientistas agora rotineiramente se referem a ele como um carbo de "digestão lenta" ou "de baixo índice glicêmico."
Qual o Segredo do Vitargo?
Vitargo é um hidrato de carbono (amido) com algumas propriedades interessantes. Um estudo publicado em 2000, comparando o Vitargo, a maltodextrina e outros açúcares e seus respectivos efeitos sobre o armazenamento de glicogênio após um protocolo de exercício exaustivo; demonstrou que o Vitargo é muito superior a maltodextrina e outros açúcares, preenchendo rapidamente os níveis de glicogênio muscular duas e quatro horas após as sessões de exercício. Por "muito superior" quero dizer 70% melhor no período de 2 horas, o que não é pouco.
Um estudo publicado em 2008 descobriu efeitos similares, mas com alguns motivos adicionais de apoio ao Vitargo como única fonte de carboidratos. Este estudo demonstrou que o Vitargo foi superior para o desempenho durante uma carga subseqüente de exercício máximo, apenas 2 horas após a depleção de glicogênio. Em um outro estudo, 8 atletas foram submetidos a um protocolo de exercícios com o objetivo de depletar o glicogênio muscular armazenado e depois foram alimentados com 100g de qualquer uma dessas fontes de carboidratos; Vitargo, maltodextrina e água adoçada, usada no grupo controle.
Depois esperaram por duas horas e testaram sua performance (capacidade de realizar o "trabalho") através de um teste de alta intensidade 15 minutos contra o relógio em uma bicicleta ergométrica e constataram que o grupo alimentado com Vitargo logo após o treino de 2 horas feito anteriormente; tiveram um desempenho superior para o segundo teste de alta intensidade. Como o Vitargo repõe rapidamente os níveis de glicogênio nos músculos e no fígado, a pessoa será capaz de um melhor desempenho durante a sua sessão seguinte de exercício, especialmente se essas séries de exercícios são realizadas no mesmo dia. Se os níveis de glicogênio não forem recuperados para a próxima sessão de exercícios, o desempenho será prejudicado. Os autores do estudo
resumiram desta forma:
"Fatores limitantes para a ressíntese de glicogênio muscular pós-exercício realizando uma refeição com carboidrato incluem a quantia, o tempo e a forma de carboidrato administrado; a taxa de esvaziamento gástrico e a absorção intestinal dos carboidratos ingeridos, armazenamento de glicose e sua liberação pelo fígado e transporte de glicose até os músculos e sua oxidação. "
Traduzindo, isso não é tão simples como classificar um carboidrato através do índice glicêmico; ou se este é um carboidrato "simples" ou "complexo". Há uma série de outros fatores envolvidos e a ciência deve percorrer um longo caminho para entender o significado desses fatores biológicos.
A taxa de esvaziamento gástrico é uma outra questão importante para os atletas, quanto mais rápido ele deixa o estômago mais rápido ele entra no intestino onde é digerido e absorvido. O rápido esvaziamento gástrico e digestão, significa que os níveis de glicose sobem mais rápido, ocorre picos de insulina e o subsequente armazenamento de glicogênio é muito maior após o treino ocasionando também, uma importante ação anti-catabólica.
Um estudo realizado no ano 2000 comparou as taxas de esvaziamento gástrico do Vitargo a uma fonte de carboidrato derivado de amido de milho e mostrou que o Vitargo possui "significativamente" taxa mais rápida do esvaziamento gástrico, o que poderia explicar em parte por que Vitargo parece repor os níveis depletados de glicogênio muscular tão rapidamente quando comparado com outras fontes de carbo.
Conclusões:
Para atletas de resistência e pessoas após várias sessões por dia na academia, Vitargo é uma fonte de escolha básica de carboidratos para o pós-treino. Para aquele focado exclusivamente em ganhar massa magra e força, fazendo programas tradicionais, onde uma única sessão de exercício é feita no dia com duração de uma hora ou menos; não está claro neste momento se Vitargo vai ter benefícios adicionais na composição corporal acima e considerando que a malto ou a dextrose podem conseguir resultados muito parecidos; observando também que a dextrose leva vantagem pelo índice glicêmico mais alto (em relação a malto).
Em teoria, no entanto, o esvaziamento gástrico mais rápido, picos de insulina mais elevados e mais rápidos e o aumento na velocidade da ressíntese de glicogênio, etc, deve ser benéfico para atletas de força seguindo os programas tradicionais, mas são necessários mais estudos. O ponto central da discussão é a fonte de carboidrato com o menor custo no pós-treino; então usaríamos a malto ou a dextrose. Se eu quisesse usar o que parece ser a fonte de carboidratos mais eficiente e que também os estudos sugerem ter propriedades superiores para atletas, deveria usar o Vitargo. WMS, porém, é um fracasso para este objetivo e nem sequer está no corredor entre essas escolhas em minha opinião.
É fácil ver por que as pessoas ficam muitas vezes confusas com relação ao WMS vs Vitargo, e porque os vendedores de WMS se aproveitaram do fato. Vitargo pode ser derivada de WMS, portanto, são essencialmente a mesma coisa não é ? Errado. Vitargo pode ser derivada a partir de WMS, batata, arroz, trigo, e de outras fontes, mesmo sendo a WMS usada como fonte inicial, que é um amido muito diferente do produto acabado (Vitargo).
Se você ler a patente sobre Vitargo, há uma declaração muito interessante, falando que está em testes. Eles afirmam que no produto ocorreram novos tipos de ligações que não ocorrem tradicionalmente no amido nativo. Isto significa que é um amido normalmente não encontrados na natureza e é estruturalmente e funcionalmente diferente da fonte de amido da qual foi derivada. Um verdadeiro "designer de amido" se você quiser saber, deve formular um amido ideal para favorecer a rápida formação de glicogênio.
Mais estudos são necessários para confirmar a superioridade do Vitargo em relação aos outros carboidratos, mas até o momento ele parece ser a melhor opção para reposição de glicogênio muscular no pós treino.
Notas:
Índice Glicêmico:
Dextrose = 137
Pão branco = 136
Maltodextrina = 105
Waxymaize = 63
** O índice glicêmico de um carboidrato não é o único fator responsável pelos benefícios dos vários carboidratos usados antes e após os treinos.
** Um amido resistente é resistente as enzimas digestivas que fazem a hidrólise do amido em glicose para absorção. O amido resistente usado neste estudo foi 100% amilose pura, que possui baixo índice glicêmico.
Artigo Complementar – Waxy Maize:
Artigo editado pelo Prof. Dr. Érico Caperuto
- Shimotoyodome A, Suzuki J, Kameo Y, Hase T. Dietary supplementation with hydroxypropyl-distarch phosphate from waxy maize starch increases resting energy expenditure by lowering the postprandial glucose-dependent insulinotropic polypeptide
response in human subjects. Br J Nutr. 2011 Jul;106(1):96-104. Epub 2011 Feb 22.
Definição:
O amido é uma tradicional fonte de carboidratos, nosso combustível energético mais comum. O amido é conhecido pela sua presença nas batatas, mandiocas, arroz entre outros vegetais. Mas os “amidos cerosos” (tradução do termo waxy starch) não são
muito comuns como combustível energético por conta de suas versões mais rápidas e eficazes em termos de energia, a glicose e a maltodextrina (ambas podem ser produzidas a partir do amido).
O WAXY MAIZE é um tipo específico de amido vegetal que é produzido a partir do grão do milho.
Tipos de Milho:
Entre os tipos de milho (nome científico Zea mays, daí o Maize, que em espanhol quer dizer milho) existem mais de 150 espécies diferentes, sem mencionar espécies genéticamente modificadas. Com variações específicas, os grãos de milho trazem em sua composição uma porção onde se encontra a parte energética do grão, o amido (geralmente a parte grande e amarelada que conhecemos) e esse amido (assim como os demais amidos vegetais) é composto por dois polímeros, a amilopectina e a amilose. A amilose (20 a 30% do grão) tem baixo peso molecular, quando comparada a amilopectina, e não se ramifica. Já a amilopectina (60 a 70% do grão) tem alto peso molecular e se ramifica, possibilitando sua degradação (e posterior conversão a glicose)
em diversos pontos ao mesmo tempo, facilitando a digestão do amido.
O Waxy Maize vem de uma variedade diferente do milho, a do milho ceroso e apresenta uma proporção de 70% de amilopectina e 30% de amilose, sendo considerado a forma vegetal do glicogênio (a mais parecida com o glicogênio propriamente dito, que fica armazenado no músculo).
Diferenças entre os tipos de Carboidratos:
Certo, mas como podemos comparar o Waxy Maize com, por exemplo, a maltodextrina?
Embora os sites estejam anunciando o Waxy Maize como uma revolução em relação aos carboidratos, vamos olhar com calma alguns itens em relação a performance dos carbos.
Quando pensamos em carboidratos como fonte de energia, temos uma divisão ou classificação principal que separa os tipos de carboidratos: eles podem ser simples ou complexos. Tanto a maltodextrina quanto o Waxy Maize, tem como característica
química, serem carbos complexos.
Outro fator fundamental em relação aos carbos, é sua velocidade de digestão, com conseqüente absorção e aparecimento na corrente sanguínea (que é onde o carbo passa a ter uma função fisiológica importante para o atleta).
Nesse ponto, a maltodextrina é muito superior ao Waxy maize, sendo a malto um carboidrato de alto índice glicêmico, rápida digestão e rápida entrada na corrente sanguínea (não tão rápida quanto a glicose, o padrão de referência em índice glicêmico,
mas bem próximo).
Já o Waxy maize, frequentemente confundido por conta de sua ramificação (da amilopectina), tem sua digestão lenta (culpa da amilose dessa vez) e sua absorção, consequentemente, é mais lenta que a da maltodextrina, comprovando seu menor índice glicêmico.
Um último ponto que vem sendo explorado na internet é em relação a osmolaridade do waxy maize. Embora as associações levantadas nos sites sejam baseadas em características reais do produto, as propriedades levantadas, como a de auxiliar na absorção de outros nutrientes ou ainda aumentar a pressão osmótica e“puxar” a água subcutânea estão muito longe de serem determinada apenas pelas
características do amido, portanto, embora pareça chavão para aqueles que já leram pelo menos dois artigos científicos, novos estudos são necessários para comprovar essas afirmações.
Estudos, Perspectivas e Aplicações:
Então nos perguntamos... se o produto é pior do que a maltodextrina em todos os aspectos importantes em relação aos carboidratos, será que devemos acreditar nele??
Um ponto muito importante em relação aos carboidratos e a energia, é a capacidade que um carboidrato tem de gerar energia de forma constante, evitando o fenômeno da “insulina em montanha russa” (picos e vales na concentração de glicose, e
portanto, de insulina), frequentemete causada quando ingerimos doces ou alimentos de alto índice glicêmico, ou quando usamos versões mais rápidas de carbos, como a dextrose ou a malto.
O Waxy Maize nesse sentido, tem se mostrado uma ótima opção de
fornecimento constante de energia, com uma digestão mais lenta, ou mais gradual, e com um fornecimento de energia mais constante, fundamental, por exemplo, para dietas de controle de índice glicêmico, ou para exercícios prolongados. Ou ainda, para aquela suplementação que você toma, horas antes de ir para a academia.
Alguns estudos recentes 1,2 (dos muito poucos estudos realizados com waxy maize e exercício), mostraram que o consumo de waxy maize, quando comparado a outros carbos (como a malto) possibilitou um fornecimento de energia que favoreceu a
utilização concomitante (ao mesmo tempo) de gordura. Mais um ponto positivo para o waxy maize... contradizendo o que pensávamos, que usando suplementação de carboidratos, a queima de gordura era automaticamente reduzida não é?
Conclusão:
De qualquer forma, o Waxy Maize é um produto que veio para ficar, estávamos mesmo precisando de uma alternativa para os carboidratos de alto índice glicêmico e um combustível ideal para exercícios de longa duração.
Claro que suas propriedades começam a aparecer agora, portanto, muita informação ainda será produzida e contestada, mas é parte do processo. Ainda temos que ter os comentários da prática, do pessoal que testa os produtos no dia a dia, nos consultórios e nas academias.
Nota do Nutricionista:
Um ponto de extrema importância na queima de gordura é a velocidade de absorção do carboidrato.
Se o carboidrato for de absorção rápida (ou alto IG), a queima de gordura é bloqueada e você vicia o corpo a utilizar somente o carbo como fonte de energia, logicamente acumulando gordura corporal.
Se o carboidrato for de absorção lenta (ou baixo IG), você usa o carbo como fonte de energia, mas deixa também um bom “espaço” para utilização de gordura como fonte de energia, o que resulta numa dieta mais saudável e mais efetiva na diminuição de gordura corporal.
Muito importante ressaltar que o único horário em que o corpo não acumula gordura com carboidratos de alto índice glicêmico é logo após o treino.
Grandes esclarecimentos, obrigado pelas informações, há muita coisa por aí duplicada de wikipedias e afins. Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirOlá! Entendi tudo, mas se puder me tirar uma dúvida agradeço.
ResponderExcluirComprei o Wazy Maize depois de ver outros lugares dizendo maravilhas.
Eu faço musculação por conta em casa mesmo, geralmente dias alternados 1 hora de treino.
Tenho 1.55 e peso apenas 44.5 (sou mulher) e estou querendo chegar pelo menos em 46.5, é muito difícil eu ganhar peso, pois como pouco, não consigo comer muito (sei que para crescer é preciso comer) mas não adianta eu forçar que não vai.
Estava tomando o Sustain da danone que também é fonte de carbo, mas até agora nada de ganhar peso.
Percebi que já estou com as pernas mais firmes e a musculatura está desenvolvendo. Comprei também o Whey Nitro Hard da integral médica mas ainda não começei a tomar.
Por já ter comprado os dois vou acabar tomando o Wazy, mas minha dúvida é: No meu caso que é difícil engordar e ganhar massa, você sugere que eu tome antes e depois do treino juntamento com a proteína também antes e depois do treino?
Vi uma sugestão para intermediários que é: Pré treino 15 min antes 20g de wazy + 15 de whey e Pós 30g de Wazy e 40 de Whey.
Agradeço desde já!
Comprei um pote de Waxy maize hoje pq um vendedor me indicou dizendo ser melhor por causa do não pico de insulina causado pela dextrose, o que poderia levar a um aumento da absorção de gordura. A sua última frase vai em contradição a isso o que me fez ter dúvidas.
ResponderExcluirQuero começar uma dieta low carb e pretendo aumentar o consumo de proteínas, utilizarei um whey de qualidade (vp2) como suplemento.
Sempre ouvi dizer que o ideal é tomar o whey com um carboidrato (dextrose) para acelerar absorção da proteína e evitar que ela seja utilizada como fonte energética, assim a proteína é utilizada pra construção muscular (hipertrofia).
Eis as dúvidas:
1) se o único momento em que não há absorção de gordura é no pós treino, então realmente é balela essa questão do pico de insulina causada pela dextrose levar a uma maior absorção de gordura quando tomada junto com whey no pós treino?
2) e, se eu quiser ingerir mais whey protein, por exemplo pela manhã (pois malho a noite), o uso do Waxy maize seria indicado para evitar a absorção de gordura?
Ou seja: pós treino dextrose + whey, em outro horário Waxy maize + whey.
3) como quero perder a gordurinha com uma dieta low carb, devo utilizar os carboidratos (dextrose ou Waxy maize) com o whey ou tenho que cortá-los da minha dieta tomando o whey puro?
Tenho 1,81m e peso 84Kg.
Obrigado e parabéns pelo texto.
Jorge
Tomei whey + bcaa. Corte comidas com açu ares, pao branco, sal. Dieta com frango grelhado, arroz integral, macarrao integral, batata doce, macaxeirra... macaxeira sem maanteiga ok!!! Muito querem mais ñ pode... isso eh para quem gosta, tem força de vontade, determinaçao, foco!!! Abraços
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