segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Músculos e Longevidade.

Músculos e Longevidade.


Artigo editado por Mônica Mollica, PhD.

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br



Para a maioria das pessoas, a simples palavra "músculos" traz à mente enormes fisiculturistas. A importância da massa muscular, força e poder para o desempenho físico em exercícios e esportes é óbvia. No entanto, os músculos não são apenas para mostrar. Aqui vou explicar por que.


 O Papel da Musculatura no Metabolismo:


Músculos (ou mais precisamente músculo esquelético) compreende cerca de 45% a 35% do peso corporal de um jovem médio e peso corporal da mulher, respectivamente. [1] Uma massa muscular adequada é essencial para garantir as funções fisiológicas básicas, tais como movimentos, força e respiração. [2] A fim de manter a nossa sobrevivência, determinados órgãos e tecidos, como o cérebro, coração, fígado e pele, dependem de um fornecimento constante de aminoácidos através do sangue para servir como precursores para a síntese de novas proteínas para equilibrar a contínua taxa de degradação de proteínas que normalmente ocorre como parte do metabolismo das proteínas.
Na ausência da ingestão de nutrientes (por exemplo, entre as refeições e durante o sono) a proteína do músculo serve como o principal reservatório para recolocar os aminoácidos no sangue recolhido por outros tecidos. [3-5] No estado de jejum, os aminoácidos não somente servem o sangue como precursores para a síntese de proteínas, mas também como precursores para a gluconeogênese hepática. [6] Esta é a forma como o corpo é capaz de manter a massa de proteínas dos tecidos e órgãos essenciais, bem como, os níveis de glicose no sangue relativamente constantes apesar da ingestão intermitente de alimentos.


O destino primário dos aminoácidos ingeridos é a incorporação de proteína muscular para recompor as reservas de aminoácidos perdidos no estado de jejum. Sob condições típicas, o ganho de massa de proteína muscular em estado alimentado é equilibrado pela perda de massa de proteína muscular no estado de jejum. Quando combinado com uma nutrição adequada e treinamento de resistência com pesos, o ganho de proteína muscular excederá as perdas de proteína muscular, o que resulta em um saldo líquido positivo de proteína muscular. Ao longo do tempo, isso conduz ao crescimento do músculo.
Músculo, com o fígado, é também o principal local para o armazenamento de glicose como glicogênio após as refeições, e, portanto, desempenha um papel importante na eliminação da glicose e do metabolismo da glicose. [7-13] Em consonância com isso, uma menor massa muscular está associada com maiores níveis de glicose em jejum e níveis de glicose pós-refeição no sangue, bem como níveis elevados de insulina. [14] Níveis mais elevados de glucose e/ou insulina refletem algum grau de resistência à insulina. Isto sugere que a associação de elevados níveis de glicose e de insulina com força muscular reduzida [15-17] é mediada, pelo menos em parte, pela massa muscular reduzida.



 Músculos e Resistência à Insulina – Como seus Músculos protegem Você?


Uma massa muscular maior está associada com uma melhor sensibilidade à insulina (menor resistência à insulina), a níveis mais baixos de HbA1c (hemoglobina glicosilada, um marcador de níveis de glucose no sangue em longo prazo), bem como um risco reduzido para a manifestação de pré-diabetes ou diabetes tipo 2, tanto em homens ou mulheres, velhos ou jovens. [14, 18]
Foi sugerido que a resistência à insulina é o que impulsiona a associação entre os níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia) e o risco de doença cardiovascular; em outras palavras, a resistência à insulina é o grande responsável pela relação entre os níveis elevados de glicose no sangue e o risco de doenças cardiovasculares. [19]
E aqui vem o benefício; o aumento da massa muscular acima dos níveis médios está associado com proteção adicional contra a resistência à insulina e níveis elevados de glicose no sangue (ou seja, o pré-diabetes). [14]


Após o ajuste para idade, etnia, sexo, obesidade e circunferência da cintura, cada aumento de 10% no índice de massa muscular (calculado como a massa muscular dividido pela altura ao quadrado) está associada a uma redução de 14% na resistência à insulina e uma redução de 23% no risco de pré-diabetes. [14]
Os músculos também protegem contra a síndrome metabólica; uma maior massa muscular está associada com uma prevalência mais baixa da síndrome metabólica [21], bem como um risco reduzido de desenvolver a síndrome metabólica no futuro. [22]
Em particular, a massa muscular e de força são fortes fatores de proteção contra a síndrome metabólica, independente da resistência à insulina e do acúmulo de gordura abdominal. [21]



 Resistência à Insulina – Coisas que Você não Sabia:


A proteção conferida pela massa muscular contra o desenvolvimento da resistência à insulina e síndrome metabólica deve ser realçada. A resistência à insulina é muito comum na população em geral. A prevalência de resistência à insulina foi calculada em ser tão elevada quanto 88% em pessoas com anormalidades dos lípidos no sangue (colesterol e lipoproteína), tais como triglicerídeos elevados e baixos níveis de HDL (o colesterol "bom"). [23]
Isso, juntamente com o fato de que a maioria dos adultos americanos são afetados por algum tipo de anormalidade lipídica [24], e mostra que a resistência à insulina não é um problema confinado ao diabetes, mas um problema que afeta a grande maioria das pessoas. Pode vir como uma surpresa para muitos que, em pessoas com níveis elevados de triglicérides e baixo HDL (o colesterol "bom"), a resistência à insulina é tão comum como em diabéticos tipo 2. [23]
Também é relativamente desconhecido que na população em geral, a resistência à insulina pode ser encontrada, mesmo na ausência de quaisquer grandes distúrbios metabólicos [23], e 25% das pessoas aparentemente saudáveis são severamente resistentes à insulina. [25]
Isto pode ser detectado por níveis elevados de glicose e insulina em jejum, e/ou picos de glicose no sangue pós-refeição, acima de 140 mg/dL [26, 27], e pode ser um indicador da aterosclerose "silenciosa". [28]


Entre as pessoas aparentemente saudáveis, a captação de glicose estimulada por insulina pode variar em três vezes entre a maioria dos indivíduos com resistência à insulina e a maioria dos mais sensíveis à insulina. [27]
Além disso, a quantidade absoluta de captação de glicose nos sujeitos que são mais resistentes à insulina é comparável com o de pessoas com pré-diabetes (tolerância à glicose diminuída) e diabetes tipo 2. [29]
A resistência à insulina é um preditor de futuras doenças relacionadas com o envelhecimento, como doenças cardiovasculares e diabetes [30-42], e causa prejuízos em processos fisiológicos que contribuem para o envelhecimento prematuro. [43-46]
Por exemplo, experiências mostram que a resistência à insulina acelera a aterosclerose. [47, 48]
Em pessoas aparentemente saudáveis, 1 em 3 que são resistentes à insulina no começo do estudo desenvolvem doença cardíaca ou diabetes, 6 anos mais tarde, enquanto os sensíveis à insulina não desenvolvem. [30]
A resistência à insulina parece ser um defeito metabólico comum subjacente ao diabetes tipo 2, dislipidemia (quantidade anormal de lipídios), [colesterol e/ou gordura] e lipoproteínas no sangue), doença cardiovascular (incluindo pressão arterial elevada) e obesidade. [49, 50]



 Insulina – Um Hormônio Vascular:

Além de mediar efeitos metabólicos nos músculos, fígado e tecido adiposo, a insulina é um hormônio vascular. [51-53]
Em doses fisiológicas e em pessoas magras, saudáveis e sensíveis à insulina, a insulina é um vasodilatador, devido à sua estimulação na produção de óxido nítrico. [53]
No entanto, as ações vasculares benéficas da insulina ficam prejudicadas em condições de resistência à insulina, tais como obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial, na qual ela contribui para o desenvolvimento de doença cardiovascular. [53]
Em pessoas que são resistentes à insulina, a insulina realmente provoca vasoconstrição. [53]
A resistência à insulina, mesmo na ausência de diabetes evidente e da síndrome metabólica; reduz a produção de óxido nítrico [47, 53, 54] e faz com que a disfunção endotelial (dos vasos sanguíneos) [47, 48, 53-56], possa causar a disfunção erétil. [57, 58]
É por isso que a função erétil pode ser vista como uma "janela" para a saúde cardiovascular. [59] Assim, ganhar músculos para evitar a resistência à insulina vem com benefícios imediatos e de longo prazo.



 Efeito Negativo da Resistência à Insulina nos Músculos, um Círculo Vicioso:


A relação entre o músculo e a resistência à insulina é bidirecional. Como indicado acima, pouca massa muscular, aumenta o risco de desenvolvimento de resistência à insulina e suas consequências. No entanto, a resistência à insulina uma vez desenvolvida; também tem um impacto muscular negativo de várias maneiras que aceleram a perda de massa muscular relacionada à idade. [60, 61]
Por exemplo, os resultados da resistência à insulina causam uma diminuição na estimulação da síntese de proteína muscular a estímulos anabólicos; como a ingestão de proteína e exercícios de resistência, e também aumenta a quebra de proteína muscular. [62-65]
Isso explica a constatação de que os altos níveis de glicose e insulina em jejum e pós-refeição, estão associados de forma independente com perda de massa muscular, mesmo em indivíduos sem diabetes. [16]
Isto sugere que a resistência à insulina pode ser um fator de risco para perda de massa muscular acelerada.
Também foi demonstrado que a resistência à insulina está associada não só com a produção de óxido nítrico prejudicada, mas também com uma capilarização muscular reduzida, independentemente da idade, massa corporal, adiposidade, e metabolismo energético de repouso. [66]
Que por sua vez, danifica a entrega de oxigênio e de nutrientes a musculatura e reduz o desempenho, bem como interfere com adaptações para qualquer programa de exercícios.



 O Papel da Musculatura nas Doenças Crônicas:


A diminuição da massa e força muscular são fatores de risco altamente prevalentes e importantes para a incapacidade, morbidade e mortalidade em indivíduos com idade avançada. [61] As doenças crônicas relacionadas com comportamentos de vida sedentários respondem por mais de dois terços das mortes nos Estados Unidos [67], e alterações prejudiciais no metabolismo muscular e perda de massa muscular, desempenham um papel importante na evolução das doenças. [68] A doença cardíaca e o câncer são as principais doenças crônicas sofridas no mundo ocidental [67], e tanto a insuficiência cardíaca como o câncer são frequentemente associados com perda rápida e extensa de massa muscular e força, e deterioração acentuada em sua função metabólica. [2, 69, 70] Durante doenças graves, a perda excessiva de massa muscular causada por alterações no metabolismo muscular, por exemplo, um aumento da expressão das vias catabólicas e da miostatina na musculatura (que inibe o crescimento do músculo) [71]; e afeta negativamente a sobrevivência.
Outra condição crônica; a sarcopenia é causada pela perda de massa muscular. A sarcopenia é a perda progressiva relacionada com a idade de massa e função muscular, e contribui para o desenvolvimento da fragilidade. [72-75] A sarcopenia é uma síndrome generalizada que tem um efeito devastador na qualidade de vida, atividades da vida diária, independência, e, finalmente, a sobrevivência. [72-75] A massa muscular abaixo do ideal não é apenas um problema para os idosos, mas também pode ocorrer em pessoas mais jovens (que é chamada miopenia) e tem consequências prejudiciais independentemente da idade. [76]


Outra doença crônica, onde a massa muscular (e exercício) possui extrema importância é a osteoporose. A força mecânica no osso é essencial para aumentar e manter a força e massa óssea [77]. Considerando o peso corporal e exercícios com peso que fornecem uma força mecânica direta sobre os ossos, as maiores cargas no osso se originam das contrações musculares [77]. As correlações entre a força de contração e área óssea, teor mineral ósseo e a densidade mineral do osso em ambos os atletas saudáveis [78] e em pacientes com AVC [79], apoiam a noção de que as contrações musculares desempenham um papel significativo na resistência e na massa óssea. Além disso, a correlação positiva entre o peso corporal e massa óssea pode ser explicado na base da força exercida sobre o osso por contrações musculares, na medida em que é necessária mais força por unidade de área para mover corpos mais pesados. Além disso, as mudanças na massa óssea e força muscular se movimentam na mesma direção ao longo da vida [77]. Embora seja discutível se é simplesmente a força muscular ou da massa muscular que é importante para determinar a resistência óssea e massa óssea, demonstrou-se que a massa muscular correlaciona-se positivamente com o teor mineral ósseo e a densidade mineral óssea [80]. Assim, a manutenção da resistência e densidade óssea adequada com o envelhecimento é altamente dependente da manutenção da massa muscular e sua função adequada e saudável.




 Exercício de Resistência com Pesos; o Ganho Muscular é Saudável para Todos:


Os exercícios, tanto aeróbico como de resistência com pesos, de forma dose dependente, aumentam a sensibilidade à insulina. [81, 82] Os exercícios resistidos, em particular, mostraram inverter o envelhecimento no tecido muscular humano [83] e atenuar as principais marcas do envelhecimento. [84] O treinamento com pesos provoca efetivamente o ganho muscular, mesmo em adultos idosos, e proporciona eficácia superior quando seu início é feito na juventude. [85]
Está bem documentado que o exercício com pesos é benéfico em doenças crônicas e condições que estão associadas com uma baixa massa muscular [2, 69, 70, 72, 74, 75]. Estudos mostram que o treinamento de exercício de resistência pode servir como uma contramedida eficaz para algumas das consequências adversas da síndrome metabólica, fibromialgia e artrite reumatóide. [86] A evidência mostra que o exercício resistido reduz a resistência à insulina ou melhora a ação da insulina, essas evidências vem tanto de biomarcadores indiretos, tais como a hemoglobina glicosilada (HbA1c), e respostas de insulina para testes de tolerância à glicose oral, bem como a partir de procedimentos mais diretos, tais como as técnicas de fixação hiperglicêmica e hiperinsulinêmica/euglicêmica. [86]
É de se notar que a melhoria da sensibilidade à insulina e a tolerância à glicose com treinamento físico resistido não é uma mera consequência associada ao aumento de massa muscular, mas também provavelmente um resultado de mudanças qualitativas no músculo treinado. [87]


Há também evidências consistentes para a eficácia do exercício de resistência na redução dos níveis de triglicerídeos. [86] Os estudos também mostram que a função cognitiva pode melhorar com exercícios de resistência, e a prevalência da doença de Alzheimer é inversamente associado com massa muscular e força, ou seja, as pessoas mais fortes e com maior massa muscular tendem a ser menos afetadas pela doença de Alzheimer. [86, 88] Um estudo de força muscular, medida em vários grupos musculares nos braços, pernas e tronco, e resumido em um índice composto da força muscular; em idosos aparentemente saudáveis, sem demência. [88] Depois do estudo de 3,6 anos verificou-se que cada aumento de 1 unidade de força muscular no início do estudo foi associado com uma diminuição de 43% no risco de Alzheimer, independente da atividade física, IMC, fatores de risco cardiovascular, doença cardíaca e a função pulmonar. [88] O aumento da força muscular foi associado a uma taxa mais lenta de declínio da função cognitiva geral, bem como da diminuição do risco de comprometimento cognitivo leve (o precursor para a doença de Alzheimer) [88].
O músculo também previne o ganho de gordura corporal, e, portanto, melhora a aparência estética e física, bem como vários fatores de risco associados à obesidade.
Para mais detalhe, ler o artigo Testosterona, Perda de Gordura e Função Mitocondrial, neste mesmo Blog.



 Músculos e Longevidade, existe uma Relação?


Com todos os efeitos benéficos do aumento de massa muscular à saúde, pode-se supor que os músculos causam impactos à longevidade. E com razão. Uma maior massa muscular está associada com um risco de mortalidade significativamente reduzido, independente da massa de gordura e fatores de risco cardiovasculares e metabólicos. [89-92]
Maior força muscular também reduz o risco de mortalidade. [93] Assim, vias metabólicas anabólicas que promovem o crescimento muscular (que é correlacionada com a força muscular), parecem estar associadas com a longevidade.
Agora você tem suporte de alguns argumentos legítimos e científicos para apresentar quando você encontrar oposição a sua paixão pelo treinamento, nutrição e construção muscular.
A pesquisa aqui apresentada ressalta a importância do músculo para a saúde e longevidade, e mostra claramente que ganhar músculo não significa apenas estar em forma e com boa aparência. Os músculos merecem mais atenção do que tem recebido, e intervenções para aumentar a massa muscular como o treinamento resistido; combinado com nutrição adequada deve ser encorajado a todos.



 Artigo Complementar.



 Relação entre Força, Massa Muscular e Mortalidade:


O envelhecimento está associado com uma diminuição da força muscular e massa muscular esquelética, denominado sarcopenia (1), o que pode conduzir a função física comprometida em várias atividades da vida diária. O sedentarismo mostrou ocasionar deficiência, necessidade de enfermeira no lar e mortalidade em idosos residentes na comunidade (2). A sequência de eventos ilustra uma espiral descendente de redução de força, menor número de atividades realizadas, novas quedas na força, diminuição das habilidades funcionais, deficiências, perda do estilo de vida independente e posterior morte.
Não há uma única teoria que explique adequadamente os decréscimos de forma geral, associando massa muscular e força.
O processo de envelhecimento é responsável por 30 a 40% dos declínios na resistência (3), com a diminuição restante explicada por uma redução na atividade habitual (4,5), deficiências nutricionais, ou doença crônica. A inatividade física é um fator de risco modificável que, quando diminuída, tem sido associada com menor força muscular (6) e taxas de mortalidade aumentadas (7,8). No entanto, a relação entre força e mortalidade é menos clara do que a relação entre atividade física e mortalidade.
Os efeitos da força muscular são demonstrados na maior apacidade funcional associada com uma maior força (9); a associação com maior massa corporal magra em relação ao tamanho total; ou a associação com maiores níveis de atividade física e aptidão cardiovascular. Vários estudos têm demonstrado que os indivíduos mais fortes têm uma mortalidade mais baixa (10-12), e que a mortalidade é mais estreitamente relacionada com os níveis de resistência do que com a massa do corpo (12). No momento, não temos conhecimento de provas de que o efeito da força sobre a mortalidade é independente do nível de atividade física ou massa muscular, embora Rantanen e colegas (4) demonstraram que a alteração dos níveis de força em pessoas de 75 a 80 anos de idade está relacionada com os seus níveis de atividade. Nós também não temos conhecimento de estudos que examinaram o impacto de mudanças não terminais da força muscular ao longo do tempo sobre a mortalidade. Este estudo aborda se a força muscular nos homens (avaliado pela força da ação de agarrar) ou taxa de mudança na força de agarre ao longo do tempo tem um impacto independente sobre todas as causas de mortalidade quando a massa corporal, massa muscular e atividade física são consideradas durante um período de acompanhamento de 40 anos.


Menor força e massa muscular e maiores declínios em força ao longo do tempo estão associados ao aumento do risco de mortalidade, independente da atividade física e massa corporal. Em homens mais velhos, o efeito protetor da força muscular foi maior do que o efeito da taxa de variação do músculo, enquanto que em homens mais jovens, a taxa de alteração na força é muito mais importante. O efeito da força sobre a mortalidade pode ser explicada em parte pelo nível de massa muscular. No entanto, a força continua a fornecer uma contribuição independente para todas as causas de mortalidade em homens com 60 anos ou mais, enquanto que a perda de força ao longo do tempo continua a ser importante em homens mais jovens.
Em homens mais jovens, os níveis de força tendem a ser elevados e não são susceptíveis de contribuir para incapacidades funcionais e mortalidade. Em trabalhos anteriores, temos mostrado que os homens mais jovens tendem a ter um elevado grau de reserva funcional, associado a um excesso de força, bem acima dos limiares exigidos para os requisitos funcionais (9). Assim, o nível de resistência tende a ser menos importante. As alterações na concentração ao longo do tempo parecem ter um impacto diferente, porque os homens que ganham força ao longo do tempo têm um risco menor do que os homens que perdem força. O efeito protetor parece ser independente da massa muscular e pode ter relação com os níveis de preparo físico, mantendo-se independente da atividade física. Atividade física e aptidão cardiovascular são apenas modestamente correlacionadas (17), de modo que ambos possam ter um impacto independente sobre a força, incapacidade e mortalidade.


Em homens mais velhos, o desempenho funcional torna-se mais diretamente dependente da força, como esses homens apresentam alterações associadas com a idade na força e na massa muscular, ou seja, sarcopenia. A sarcopenia está associada com o aumento da fragilidade na população idosa (25), com a incapacidade funcional, e com risco aumentado de doenças associadas com a idade. Nos homens com mais de 60 anos, descobrimos que menor força nos membros inferiores é um risco de mortalidade, que persiste depois que a quantidade de massa magra, que representa principalmente músculo, seja contabilizada. Em geral, quanto maior a massa muscular, mais forte será o indivíduo. No entanto, esta associação é modulada pela idade, como a qualidade (a força gerada por unidade de músculo) diminui com a idade (26).
A persistência da força, como um risco independente, depois que a massa muscular seja contabilizada sugere que a qualidade do músculo bem como o tamanho do músculo é provavelmente muito importante na determinação do risco. A sarcopenia provavelmente contribua para a mortalidade, tanto através de uma redução no tamanho do músculo e a quantidade de força que o músculo pode gerar. Esta combinação está associada à incapacidade funcional, fragilidade, e diminuição da capacidade geral de movimentos e independência (25, 27).



A força muscular representa um substituto potencial para outros aspectos da fisiologia do corpo em mudança que ocorre com o aumento da idade. A força está associada à perda de unidades motoras e de massa muscular, hormônios alterados, como a insulina, e a secreção de fator de crescimento, entre outras modificações. O declínio da secreção hormonal e de fatores de crescimento está associado com a diminuição do metabolismo da proteína muscular (28), alterando a função e a massa muscular. Contudo, o metabolismo da proteína muscular não altera necessariamente com a idade (29). A substituição de, pelo menos, alguns desses hormônios está associada com níveis crescentes de massa muscular e da força (30,31). Se tais abordagens terapêuticas têm um impacto sobre a mortalidade é atualmente uma questão em aberto.
A força muscular e a taxa de variação da força muscular tem um impacto sobre a mortalidade por qualquer causa. Risco de mortalidade está diretamente relacionada à força em homens mais velhos (com mais de 60 anos), enquanto que a taxa de mudança na força era mais importante nos homens com menos de 60 anos de idade. Possuir um baixo nível de massa muscular, o que tem sido referido como sarcopenia, é um contribuinte importante para a mortalidade, mas que não representa totalmente o efeito da força.

Nota do Nutricionista:

A massa muscular corporal trabalha como um reservatório para manter um fornecimento constante de aminoácidos no sangue, fornecendo estes em períodos que não estamos alimentados como durante os intervalos das refeições e durante o sono.
Órgãos vitais como cérebro, coração, fígado e pele dependem desse mecanismo.
Além disso, os músculos ajudam a evitar a síndrome metabólica e a resistência à insulina, que ao contrário do que a maioria pensa, não é um problema somente dos diabéticos.
Mantenha seu treino para manter sua boa aparência, mas também para garantir uma vida longa e saudável.





Referências:

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domingo, 22 de novembro de 2015

Testosterona, Perda de Gordura e Função Mitocondrial - As Evidências.


Testosterona, Perda de Gordura e Função Mitocondrial – As Evidências.


Artigo editado por Monica Mollica e Will Brink, PhD.

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br



Está bem documentado que a obesidade pode causar hipogonadismo, e que o hipogonadismo pode causar a obesidade. [1-4]
Este debate tem gerado sobre o estado vem em primeiro lugar; obesidade ou hipogonadismo? E qual deve ser o primeiro ponto de intervenção?
Neste artigo vou resumir dados de vários comentários sobre as associações de hipogonadismo e obesidade [1-4], e fazer a proposição que essas condições criam um círculo vicioso de autoperpetuação. Uma vez que um círculo vicioso foi estabelecido, não importa onde fazer a intervenção; alguns tratam a condição da obesidade e outros tratam o hipogonadismo em primeiro lugar. A questão crítica é quebrar o círculo vicioso mais rapidamente possível antes que os danos irreversíveis a saúde possam aparecer.
No entanto, como vou explicar aqui, tratar o hipogonadismo primeiro com a terapia de reposição de testosterona pode vir a ser uma estratégia mais eficaz, pois em grande medida "automaticamente" toma conta do excesso de gordura corporal e dos distúrbios metabólicos. Além disso, o tratamento do hipogonadismo primeiro também confere benefícios psicológicos que vão ajudar os homens obesos tornar-se e ficarem mais ativo fisicamente.



 Pontos Importantes:

Tratamentos de obesidade tradicionais com programas de dieta e exercício são notórios por não conseguirem manter por longo prazo a perda de peso devido à falta de aderência. Os medicamentos para a obesidade têm eficácia limitada e sempre apresentam efeitos adversos.
Na perspectiva do Massachusetts Male Aging Study (MMAS), os homens não obesos que se tornaram obesos tinham um declínio dos níveis de testosterona comparável à 10 anos de envelhecimento.
A deficiência de testosterona e a obesidade contribuem de forma independente em um ciclo vicioso de autoperpetuação.
A terapia com testosterona em longo prazo em homens com hipogonadismo melhora da composição corporal, os componentes da síndrome metabólica e qualidade de vida, e, assim, pode ajudar a quebrar o ciclo vicioso.
O tratamento do hipogonadismo com a terapia com testosterona em longo prazo, com ou sem modificações de estilo de vida, trata eficazmente a obesidade, corrigindo a deficiência de testosterona; uma causa fisiológica raiz da obesidade.
Em contraste com a curva em forma de U para a perda de peso observada com tratamentos de obesidade tradicionais, que são caracterizadas por perda de peso e a recuperação do peso, os resultados do tratamento com a terapia de testosterona é uma redução contínua nos parâmetros de obesidade (circunferência da cintura, peso e BMI) em intervalos menores que 5 anos, ou até que as anormalidades metabólicas voltem a intervalos saudáveis.
A eficácia da terapia com testosterona é significativa no combate à obesidade em homens com hipogonadismo, mas permanece em grande parte desconhecida para os médicos. Os esforços educacionais são, portanto, fundamentais para trazer os resultados das pesquisas para a prática clínica, a fim de melhorar os cuidados de saúde e os resultados dos pacientes.[1-4]



 O que Sabemos:


A obesidade, classificada pela Associação Médica Americana em 2013 como uma doença, é uma epidemia que está se espalhando rapidamente em todo o mundo. A obesidade é a doença evitável mais comum e o fator de risco modificável mais comum para várias doenças crônicas [5, 6]; é notável que a obesidade seja um fator de risco independente para doenças cardiovasculares [7, 8] e diabetes tipo 2 [9, 10], bem como uma causa independente de maior morbidade e mortalidade [5]. Com os hábitos alimentares pouco saudáveis invasivos contemporâneos e estilos de vida sedentários, prevê-se que a prevalência da obesidade e suas consequências para a saúde irão continuar subindo. [11] Ao longo da última década, uma escalada na incidência de diabetes tem um paralelo com o rápido aumento na prevalência de obesidade, o que constitui uma crise de saúde global. [12] A ocorrência simultânea de obesidade e diabetes no mesmo indivíduo, conhecido como "diabesidade" também está aumentando em prevalência a um ritmo muito rápido. [13, 14]
Um programa global de modificação de estilo de vida pode produzir uma redução de 7% a 10% do peso corporal e melhorias clinicamente significativas em vários fatores de risco cardiovasculares, incluindo a prevenção da diabetes de tipo 2. [15] A perda de peso, no entanto, a manutenção em longo prazo de estilo de vida é notoriamente difícil, e falha para a grande maioria. [16]
Por sua vez, as drogas antiobesidade têm eficácia limitada e os efeitos colaterais adversos limitam a sua utilização. [5, 17]
Assim, poucas opções de tratamento eficazes para a perda de peso duradoura estão disponíveis para indivíduos obesos. Este é um problema sério, como a obesidade é uma epidemia crescente que ocasiona um altíssimo custo; tanto a nível individual como público. De acordo com um relatório recentemente publicado "Superando a obesidade”: Uma análise econômica inicial "do McKinsey Global Institute (MGI)”, a obesidade é um dos três principais encargos sociais evitáveis (junto com o tabagismo e a violência/guerra/ terrorismo) gerados por seres humanos; impondo uma carga global anual estimada no valor de 2 trilhões de dólares. [18]
Portanto, novas intervenções são urgentemente necessárias para combater esta ameaça evitável e alarmante para a sociedade. Uma nova linha de raciocínio sugere que é hora de testar as teorias hormonais sobre por que as pessoas engordam. [19] A testosterona é um candidato promissor.



 O que os Novos Estudos mostram:

Várias linhas de evidência experimental, a partir de estudos observacionais e ensaios clínicos randomizados com a terapia de testosterona e com a privação de testosterona, mostram o papel crítico da testosterona na regulação do metabolismo da gordura corporal e composição corporal.[1-4]


 Obesidade como Causa do Hipogonadismo – Evidências de que a Obesidade leva a Baixa de Testosterona:


Vários estudos observacionais em homens residentes na comunidade sugerem que a obesidade leva à diminuição da testosterona. Análises transversais mostram que os homens obesos têm níveis de testosterona mais baixos do que os homens não obesos da mesma idade.[20, 21] No estudo perspectivo Massachusetts Male Aging Study (MMAS), os homens não obesos que se tornaram obesos tinham um declínio dos níveis de testosterona comparável ao de 10 anos de envelhecimento.[22] Outro estudo prospectivo confirmou que o ganho de peso resulta numa diminuição proporcional nos níveis de testosterona.[23] A obesidade, síndrome metabólica, diabetes e dislipidemia, foram identificados como fatores de risco de hipogonadismo incidente.[24]
O suporte que a obesidade é uma das causas de hipogonadismo vem de estudos de perda de peso (induzido por qualquer dieta de baixa caloria ou cirurgia bariátrica), que mostram aumentos nos níveis de testosterona proporcionais à quantidade de peso perdido. [25]



 Hipogonadismo como causa da Obesidade – Evidências de que a Baixa Testosterona leva a Obesidade:


Há também uma ampla evidência, tanto a partir de estudos experimentais e com humanos, para sugerir o contrário. Os baixos níveis de testosterona preveem de forma independente um aumento na gordura intra-abdominal após 7,5 anos de estudo. [26] A indução experimental de hipogonadismo em homens saudáveis com idades entre 20-50 anos, aumenta significativamente a massa de gordura corporal dentro de 16 semanas, indicando que a grave deficiência de testosterona rapidamente aumenta o ganho de gordura corporal. [27] Além disso, os homens com câncer de próstata que receberam a terapia de privação de andrógeno mostram um aumento significativo da massa de gordura corporal total e gordura visceral abdominal dentro de 6 meses [28].
Mais uma prova do papel causal da testosterona na patogênese da obesidade vem de um número crescente de estudos que mostram que a terapia de testosterona reduz significativamente vários marcadores de obesidade, (incluindo peso, circunferência da cintura e IMC) [29-33], a massa total de gordura corporal [34-39] e massa de gordura intra-abdominal. [39-42]
Enquanto a testosterona é mais conhecida pelo seu efeito sobre a libido e função sexual, ela desempenha um papel chave no metabolismo da gordura, hidratos de carbono e proteínas. [39, 43-47]
Os mecanismos exatos pelos quais a testosterona atua sobre vias para controlar o metabolismo não estão totalmente claros. No entanto, os dados em animais, células e estudos clínicos mostram que a testosterona ao nível molecular controla a expressão de proteínas reguladoras importantes envolvidas no metabolismo e substratos energéticos. [43] Os efeitos cumulativos da testosterona sobre estas vias bioquímicas, representam os benefícios globais vistos com a terapia de testosterona na perda de gordura e composição corporal.


 Baixos Níveis de Testostenona e Obesidade: um Ciclo vicioso de Autoperpetuação.


Ao tomar em consideração ambos os lados da testosterona, sua ligação com a obesidade, torna-se claro que existe uma relação bidirecional entre testosterona e obesidade, iniciando e reforçando um ciclo de autoperpetuação (figura 1).



Figura 1: relação bidirecional entre baixos níveis de testosterona e obesidade, iniciando e reforçando um ciclo vicioso de autoperpetuação.
Por outro lado, o aumento da gordura corporal suprime o eixo HPT (hipotalâmico-pituitário-gonadal) por múltiplos mecanismos; através de um aumento da resistência à insulina, síndroma metabólica e diabetes [48, 49], e a elevação dos níveis de estradiol e de cortisol. [50, 51]
Devido à sua evidência clínica, foi sugerido que o hipogonadismo induzido pela obesidade deve ser considerado como uma entidade distinta clínica classificada com o subtipo de hipogonadismo (hipogonadotrófico). [52]
Por outro lado, baixos níveis de testosterona promovem a acumulação de massa de gordura total e visceral, induzindo e/ou exacerbando a inibição de gonadotrofina, a qual irá reduzir ainda mais os níveis de testosterona. [48, 50, 51]
A testosterona pode exercer um efeito bifásico sobre o metabolismo; uma melhora aguda na sensibilidade à insulina que ocorre rapidamente dentro de alguns dias a algumas semanas de tratamento, antes da perda da massa de gordura torna-se evidente; e um efeito em longo prazo alcançado quando ocorre uma redução significativa da gordura total do corpo e da gordura visceral. [2]
Um estudo recente controlado por placebo investigou os efeitos da terapia de testosterona na obesidade, HbA1c, hipertensão e dislipidemia em pacientes diabéticos com hipogonadismo. [53] Verificou-se que a terapia de testosterona fez quebrar o círculo metabólico vicioso, aumentando os níveis de testosterona, e concluiu-se que a normalização dos níveis fisiológicos de testosterona tem um papel importante na redução da prevalência de complicações diabéticas. [53]



 Efeitos Psicológicos e Aderência à mudanças no Estilo de Vida:

A terapia com testosterona como tratamento da obesidade confere benefícios adicionais e que consistentemente melhora o humor e níveis de energia, contribuindo na diminuição da fadiga [54-58]; por sua vez poderá reforçar a motivação para aderir à dieta e exercícios destinados a combater a obesidade. [2]
Isso foi demonstrado em estudos que acrescentaram testosterona ou placebo à dieta e exercício. [59, 60]
Em um estudo o grupo placebo apresentou redução inicial da circunferência da cintura após 18 semanas, mas este retornou ao valor basal, depois de 12 semanas, indicando o efeito transitório de conselho médico para melhorar o estilo de vida. [59]
Em outro estudo, a adição da terapia de testosterona para um programa de dieta e exercício físico com um ano de duração e supervisionado, resultou em maiores melhorias nos níveis de testosterona, circunferência da cintura, glicosilada hemoglobina - HbA1c, glicemia de jejum, lipoproteína de alta densidade (HDL), os níveis de triglicérides, em comparação com o grupo placebo que estava no mesmo programa de dieta e exercício. [60] A redução mais significativa da circunferência abdominal através da adição de testosterona a um programa de exercício + dieta, em comparação com a mesma dieta + exercício no grupo placebo, é especialmente notável (figura 2). [60]




Figura 2: A circunferência da cintura em 32 homens com diabetes tipo 2 recentemente diagnosticada no DIMALITE (Diabetes Management by Lifestyle and Testosterone) estudo.
Foi proposto que o hipogonadismo é "o denominador comum entre o desenvolvimento da resistência à insulina, em longo prazo e a experiência imediata de fadiga". [61]
Os androgénios, melhorando a função mitocondrial, controlam a sensação de energia e vitalidade, e a mentalidade “pick-up-and-go”, bem como, possivelmente, influencia a patogênese da resistência à insulina, diabetes tipo 2 e doença cardiovascular. [61]
Portanto, a terapia com testosterona, ao abordar a causa raiz da obesidade, pode ajudar homens obesos a aderir programas de exercícios e, assim, não só quebrar o círculo vicioso, mas também iniciar um círculo de promoção da saúde.



 Testosterona e Saúde Mitocondrial:


Entre as principais funções fisiológicas dos hormônios esteróides está a regulação do metabolismo de carboidratos, gordura e proteínas. As mitocôndrias, por meio de fosforilação oxidativa, desempenham um papel crítico na modulação de uma série de vias metabólicas celulares complexas para produzir energia química para satisfazer à procura para a função metabólica celular. Assim, os andrógenos podem regular o metabolismo celular e a produção de energia através do crescimento do número de mitocôndrias, ativação de componentes da cadeia respiratória e aumento da transcrição dos genes codificados da cadeia respiratória mitocondrial que codificam as enzimas responsáveis pela fosforilação oxidativa.
A deficiência de Andrógeno está associada ao aumento da resistência à insulina, diabetes tipo 2 (DM2), síndrome metabólica, obesidade e aumento da mortalidade geral. Um elo comum entre todas essas patologias é a disfunção mitocondrial.
Existem evidências contemporâneas sugerindo que a deficiência de testosterona (TD) contribui para a disfunção mitocondrial, incluindo alterações estruturais, expressão e atividade reduzida na atividade das enzimas metabólicas. Neste estudo postulamos que a TD contribui para sintomas de fadiga, resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2, para o risco cardiovascular, e síndrome metabólica através de um mecanismo comum envolvendo comprometimento da função mitocondrial.


 Efeitos da Testosterona na Função Mitocondrial:


A Testosterona regula positivamente uma série de enzimas e fatores de transcrição. Por exemplo, a T aumenta a expressão de PGC-1 α, em que esta última modula a atividade do fator de transcrição TFAM, bem como estimula a biogênese mitocondrial, o que leva a um aumento na expressão de NRF-1.
A testosterona também aumenta a expressão e atividade da Akt, hormônio ativado lipases, FABP, citocromo c oxidase, SDH, e
PDH. Estas enzimas coordenam uma série de percursos integrados que levam ao aumento da biogênese mitocondrial e ao aumento da produção de energia. Além disso, a expressão de fatores de transcrição nucleares, que por sua vez controlam a expressão de proteínas mitocondriais nucleares codificados, é também regulado por andrógenos.
Depleção do DNA mitocondrial pelo tratamento crônico com brometo de etídio provoca a perda de resposta à insulina devido à via sinalizadora de insulina prejudicada, e a reposição de DNA mitocondrial restaura a sensibilidade à insulina das células musculares. Além desse mecanismo de ação genética, o tratamento com inibidores respiratórios revelou uma diminuição na absorção de glicose estimulada por insulina, bem como a inativação de Akt e do IRS-1 da via de sinalização de insulina. Um mecanismo proposto pelo qual a disfunção mitocondrial causa a IR (resistência à insulina), envolve a deficiência na secreção de insulina pelas células beta em resposta a uma concentração intracelular de Ca2+ diminuída. Foi sugerido que a razão ATP/ADP é diminuída nas células beta pancreáticas com defeitos mitocondriais.


A disfunção mitocondrial está implicada num certo número de processos patofisiológicos em vários estados de doença, tais como a diabetes, IR (resistência à insulina) e CVD (doença cardiovascular). Estudos recentes têm demonstrado uma forte associação entre TD, IR, diabetes e doença cardiovascular. No entanto, os mecanismos moleculares e celulares que ligam a TD com essas patologias continuam sob investigação. Yialamas et al. e Pittleoud et al. sugeriram que a TD tem um efeito direto na utilização da glicose em casos de aumento de IR. VO2 max e a expressão gênica OXPHOS-CR mostraram se correlacionar positivamente com os níveis de T. Em estudos com animais, a castração também está associada com a IR e diminuição da atividade da enzima glicogênio sintase. Investigações em ratos obesos, um modelo genético de obesidade e diabetes mellitus tipo 2, sugere fortemente um papel para os andrógenos na regulação da função mitocondrial.
Curiosamente, a castração médica de homens jovens saudáveis com agonista da gonadotrofina liberadora de hormônio, resultou na redução da oxidação lipídica e diminuição do gasto energético basal ou de repouso.



 Conclusão e Comentários:

Restaurar os níveis de testosterona em homens obesos com hipogonadismo vai quebrar relativamente rápido o círculo vicioso de autoperpetuação, e transformá-lo em um círculo provedor de saúde. E restaurar os níveis de testosterona em homens com hipogonadismo que ainda não estão obesos pode ajudar a prevenir a acumulação de excesso de gordura corporal e, assim, servir como uma estratégia de prevenção primária. Vou descrever os resultados promissores do uso de terapia de reposição de testosterona como uma estratégia de prevenção primária em um próximo artigo.
É de todo o interesse que, em contraste com a curva em forma de U para a perda de peso observada com tratamentos de obesidade tradicionais, que são caracterizadas por perda de peso e a recuperação do peso, o tratamento com os resultados da terapia de testosterona em uma redução contínua em parâmetros da obesidade (circunferência da cintura, peso e IMC), ou até que as anormalidades metabólicas voltem a intervalos saudáveis. [29-33]
A terapia com testosterona tem sido proposta por ser uma nova modalidade potencial no tratamento da obesidade em homens com hipogonadismo com massa de gordura corporal excessiva e distúrbios metabólicos. [2] Deve-se ressaltar que a contribuição da terapia com testosterona para combater a obesidade permanece em grande parte desconhecida por profissionais médicos. [2] Por isso, é importante destacar a pesquisa promissora sobre os efeitos antiobesidade da terapia de testosterona e ajudar a implementar os seus resultados da investigação para a prática clínica, para o benefício de uma população crescente de homens sofrendo com o hipogonadismo.



Nota do Nutricionista:

O papel da testosterona na perda de gordura pode-se dizer que já conhecíamos, mas devido ao preconceito e falta de informação os profissionais de saúde ficam travados na hora de uma prescrição.
Muito importante foi aprender os benefícios desse hormônio nas causas da obesidade como na resistência à insulina, síndrome metabólica e, além disso, na biogênese mitocondrial.
Um dos estudos mostra a incrível diferença na perda de cintura do grupo placebo e do grupo que usou a testosterona, mostrando uma diferença de 7,9 cm.



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terça-feira, 17 de novembro de 2015

O Link entre Vitamina C e Imunidade.

O Link entre Vitamina C e Imunidade.


Artigo editado por Chad Robertson

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br



Em 1937, o Prêmio Nobel de Fisiologia foi atribuído a Albert Szent-Gyorgyi por suas pesquisas sobre a vitamina C. Na época, a vitamina C era muitíssimo rara e a única forma de extração era a partir das glândulas supra-renais ou grandes quantidades de suco de laranja.
As descobertas de Szent-Gyorgyi ajudou a lançar um ataque de investigação para a vitamina C, especialmente em sua capacidade de melhorar a função imunológica.
O corpo humano não produz vitamina C. Esta deve ser obtida a partir de fontes alimentares ou suplementos. É uma vitamina solúvel em água e rapidamente excretada pelo corpo. 1
É por isso que faz sentido suplementar diariamente a vitamina C para garantir que o corpo tenha a proteção de que necessita.
Indivíduos idosos tendem a ter níveis mais baixos de vitamina C circulando em sua corrente sanguínea e células do sistema imunológico. 2,3
Isso pode levar a uma função imunitária enfraquecida. 4,5
Embora a vitamina C ajude a manter os tecidos e a velocidade na cicatrização de feridas, uma função esquecida é o seu impacto no aumento da função imunológica. Como você vai ler neste artigo, as pessoas com doenças comuns possuem menores níveis sanguíneos de vitamina C do que indivíduos saudáveis.
Com o crescente corpo de dados sobre o papel que os nutrientes à base de plantas desempenham no envelhecimento saudável, às vezes nos esquecemos sobre a variedade na documentação existente no suporte ao uso da vitamina C; um nutriente encontrado em pequenas concentrações em certos alimentos de origem vegetal.
Novas evidências reforçam o que os cientistas há muito tempo defendiam em relação à necessidade dos seres humanos para manter o estado ideal de vitamina C.



 A Importância da Vitamina C:


A deficiência de vitamina C tem sido associada com a frequência e a duração dos resfriados, juntamente com problemas no sistema imunológico. 6
Enquanto resfriados geralmente não são perigosos por si próprios, eles podem ocasionar pneumonia e outras doenças respiratórias, especialmente para indivíduos idosos. 7
Resfriados podem ser um indicador precoce de lacunas na função imunológica, que poderiam deixar a pessoa vulnerável a uma cascata de infecções graves.
A deficiência de vitamina C afeta amplamente os vários aspectos chave da função imune, que incluem o sistema inato com o qual nascemos, o sistema adaptativo que se desenvolve desde a infância até a idade adulta jovem, as células que matam invasores, as células que coordenam esses ataques, e até mesmo a produção de anticorpos que combatem as infecções conhecidas.
Como resultado do amplo impacto da vitamina C sobre o sistema imunológico, uma deficiência pode deixar-nos vulneráveis a várias infecções.5
Um sistema imunológico enfraquecido, causado por níveis baixos de vitamina C pode fazer qualquer infecção mais grave. Este perigo torna-se mais sinistro em adultos mais velhos, em que o fenômeno de imunossenescência (o envelhecimento do sistema imunitário) já aumenta muito o risco de infecções. 8


Existem várias causas de insuficiência de vitamina C. O envelhecimento é uma das principais causas de níveis reduzidos de vitamina C. 2,3
A concentração de vitamina C em células do sistema imunológico diminui com a idade, em parte, o resultado de um ambiente oxidativo, que cada vez mais consome vitamina C. Isto pode levar a danos ao DNA, as proteínas e as moléculas de gordura necessárias para função imune normal. 4,5
O estresse é outro importante gatilho para reduzir os níveis de vitamina C, deixando os indivíduos afetados vulneráveis à infecção precisamente no momento em que o apoio imunológico mais forte é necessário. 4,5,9
Em alguns notáveis estudos em humanos, os baixos níveis sanguíneos de vitamina C, têm sido associados a um número de doenças humanas comuns. 5,10
A descrição abaixo mostra os níveis plasmáticos de vitamina C mais elevados em indivíduos saudáveis, em comparação com aqueles com doenças graves, principalmente o câncer e a sepse.


 Níveis de vitamina C em algumas doenças:


Diabetes – 42 mmol/L
Gastrite – 46 mmol/L
Pancreatite – 33 mmol/L
Pneumonia – 31 mmol/L
Câncer < 24 mmol/L
Trauma ou Sepse (Infecção generalizada) – 10 mmol/L
Artrite – 27 mmol/L

** Níveis saudáveis de vitamina C situam-se entre 61-80 mmol/L.

O nível de vitamina C saudável é considerado como estando entre 61 e 80 micromol/L. Aqueles que sofrem de doenças graves têm níveis muito mais baixos de vitamina C. É provável que a inflamação e o stress oxidativo causado por algumas destas doenças contribuam para esta redução de vitamina C, uma vez que irá rapidamente ser utilizado até eliminar os radicais livres. É também possível que os níveis mais baixos de vitamina C influenciem para o desenvolvimento ou progressão de algumas destas desordens.


 Porque o Sistema Imunológico Depende da Vitamina C:

Uma das funções mais importantes de vitamina C é dar suporte e energizar o sistema imunitário do corpo. Células do sistema imunológico têm moléculas transportadoras de vitamina C ativas incorporadas nas suas membranas que bombeiam continuamente a vitamina nas células quando a vitamina C está senso necessária. 5,11
Por exemplo, durante uma inflamação ou infecção, esses transportadores aumentam sua atividade para fornecer vitamina C suficiente para o funcionamento interno das células, fazendo com que as células alcancem níveis de até 100 vezes o nível no plasma. É por isso que os níveis sanguíneos de vitamina C diminuem muito durante os períodos de doença ou infecção (ver quadro acima). 5,11
Isso pode criar um ciclo vicioso, em que potencialmente, quando você precisar de vitamina C extra, seus estoques corporais estão esgotados.
Isso também faz com que seja especialmente importante o aumento da ingestão de vitamina C quando estamos doentes.
O teor de vitamina C dentro de células do sistema imunológico está intimamente relacionado com a atividade dessas células; especialmente no caso de células específicas que engolfam e destroem organismos infectados (fagócitos), e daquelas que recrutam, organizam e direcionam outras células do sistema imunológico (linfócitos T). 11



Felizmente, você pode melhorar a função do seu sistema imunológico, suplementando com vitamina C. 4,6,8,12
A dose diária recomendada de vitamina C é de cerca de 90 mg por dia. Para uma ótima função imunitária, muitos especialistas recomendam agora suplementar com 1 grama (1000 mg) de vitamina C por dia. 13
Estudos em humanos têm mostrado que esta quantidade de vitamina C pode não só reduzir a duração e a gravidade do resfriado comum, mas também pode reduzir a incidência de desenvolvimento do resfriado comum. Nem todos os estudos nesta área produzem resultados consistentes. Isto significa que mais do que a vitamina C pode ser necessária para combater resfriados comuns, como usar a dose certa de acetato de zinco; logo que os sintomas do resfriado comecem a se manifestar.



A Vitamina C fornece Suporte ao Sistema Imune:


Os adultos mais velhos estão em crescente risco de infecções graves ou câncer com o comprometimento do sistema imunológico pelo avanço da idade.
Um sistema imune intacto depende de muitas camadas de proteção a partir de vários tipos de células e uma série de moléculas de sinalização imunologicamente ativas.
A função dessas células e moléculas especializadas é muito dependente do fornecimento adequado de vitamina C no organismo, isso é que podemos notar nos novos estudos.
Por volta de 23% dos americanos têm depleção de vitamina C, fazendo com que seu sistema imunológico não funcione de forma adequada. 44
Estudos mostram que doses de vitamina C de 1.000 mg por dia pode efetivamente restaurar a função a uma miríade de componentes do sistema imune.
Novos estudos confirmam que a suplementação de vitamina C na dose de 1.000 mg por dia encurta a duração e atenua a gravidade de resfriados, além de prevenir o desenvolvimento de resfriados, especialmente naqueles com níveis baixos de vitamina C.
Tome um suplemento de 1.000 mg por dia para otimizar a sua imunidade e potencialmente prolongar a sua vida.



 Reduz a Duração e a Severidade dos Resfriados:


Um dos usos mais conhecidos de vitamina C é na prevenção e no tratamento do resfriado comum. 14
Enquanto que para os jovens o resfriado é pouco mais do que um incômodo, em adultos mais velhos, resfriados podem anunciar o início de infecções bacterianas graves, como a pneumonia ou bronquite, sendo que ambos aumentam o risco de morte prematura.
Não há escassez de pesquisas demonstrando que a vitamina C pode reduzir os sintomas e reduzir a duração do resfriado comum. 4,15 Estudos mostram que a suplementação de vitamina C pode reduzir a duração de resfriados em qualquer lugar de 5 a 21% . 15
A suplementação com vitamina C também demonstrou reduzir significativamente a gravidade dos sintomas do resfriado. E em pessoas idosas que necessitam de hospitalização para pneumonia e bronquite crônica, mesmo uma dose de apenas a 200 mg por dia mostrou reduzir a gravidade clínica da doença. 4



 Vitamina C e sua Importância nas Doenças:


Diabetes: O Diabetes induz a um poderoso stress oxidativo para todo o corpo, levando a inflamação e a perda de função. Hoje, estudos mostram que o nível de vitamina C podem influenciar a incidência de diabetes tipo II, no declínio cognitivo acelerado dos diabéticos, na ansiedade, na depressão e estresse experimentado por diabéticos e no risco de fibrilação atrial em diabéticos. 45-48


Doenças cardiovasculares: A doença cardíaca e acidente vascular cerebral têm muitas causas, mas dano oxidativo e a inflamação pode levar as duas patologias.49-53
Estudos mostram agora que a vitamina C melhora a função endotelial (função do revestimento ativo dos vasos sanguíneos, que controla o fluxo de sangue e a pressão arterial) e potencialmente, outras áreas da medicina cardiovascular. 54-56

Doença periodontal: Sangramento nas gengivas e perda dentária foram sintomas comuns de escorbuto que são prontamente revertidos com a suplementação de vitamina C. Os cientistas de hoje estão demonstrando o papel da vitamina C na prevenção do menos óbvio, mas ainda importante causa de perda dentária em adultos idosos, como a gengivite.58


Osteoporose: A vitamina C é um importante requisito para a formação normal de proteínas ósseas, e estudos preliminares demonstram o potencial da vitamina na prevenção da perda óssea e fraturas relacionadas com a osteoporose. 59,60



 Vitamina C Reduz a Incidência de Resfriados:


Enquanto a evidência que demonstra a capacidade da vitamina C para reduzir a duração e a severidade dos resfriados é clara, a questão de saber se a suplementação de vitamina C também poderia reduzir a incidência (taxa de ocorrência) de resfriados foi ferozmente debatida. 16
Estudos mais recentes, utilizando doses mais elevadas de vitamina C mostram que a vitamina C pode, de fato, reduzir a incidência de resfriados.
Estudos utilizando 1.000 mg ou mais mostraram que a vitamina C reduz a incidência de resfriados por notáveis 50% entre pessoas submetidas a estresse intenso, como soldados e atletas. 4,15,17
Esses estudos descobriram que as pessoas que tiveram a menor ingestão de vitamina C, obtiveram o maior benefício.
Em 2014, um estudo da vitamina C publicado no jornal Nutrientes fornece evidência definitiva de que a suplementação de vitamina C pode reduzir a incidência do resfriado comum em pessoas saudáveis mesmo com estresse crônico ou obesidade. 6


O estudo incluiu homens de 18 a 35 anos de idade que tinham níveis de vitamina C inferiores a 45 micromol/L (61-80 é considerado adequado). O estudo durou oito semanas, e os cientistas registraram pontuações em uma escala de atividade física e rastrearam a ocorrência de episódios de resfriado.
Durante o estudo, 85% dos que receberam placebo experimentaram algum tipo de resfriado em comparação com apenas 47% de indivíduos suplementados, uma diferença estatisticamente significativa e uma redução do risco de 45%. 6
A redução do tempo de resfriado também foi significativa no grupo suplementado em relação ao grupo controle; com os indivíduos suplementados experimentando uma média de 3,2 (59%) menor número de dias com sintomas de resfriado do que indivíduos do grupo placebo. Curiosamente, no grupo suplementado o nível de
atividade física dos sujeitos também aumentou 40% em comparação com aqueles que receberam placebo, sugerindo fortemente que a suplementação também corrige sintomas ocultos de depleção de vitamina C, como fadiga e mal-estar.
Ainda mais impressionante; pelo menos três estudos controlados também mostram que a suplementação de vitamina C pode reduzir a incidência de pneumonia em até 80%. 15
Esta é uma descoberta crucial para idosos uma vez que a taxa de mortalidade para idosos com pneumonia é superior a 16%, mesmo com o tratamento antibiótico, destacando a urgência na prevenção. 18,19



 Vitamina C e Imunidade – Detalhes de alguns Estudos:


O envelhecimento do sistema imunológico (imunossenescência), pode deixar as pessoas idosas vulneráveis a infecções e doenças que não seriam um problema para as pessoas mais jovens. 20
Os estudos de laboratório indicam que a vitamina C pode restaurar um sistema imunológico envelhecido, tornando-o parecido ao de indivíduos mais jovens.
Uma abundância de estudos de laboratório mostrou que a vitamina C pode aumentar a função imunológica, particularmente em pessoas mais velhas. Um estudo em particular demonstra isso perfeitamente. Os glóbulos brancos de idosos tipicamente executam mal a resposta à estimulação por materiais estranhos (antígenos). No entanto, um estudo publicado no Jornal Internacional de
Imunofarmacologia mostrou que a incubação dessas células brancas do sangue durante a noite numa solução enriquecida com vitamina C, restaurou os níveis de desempenho para estas células; iguais às células normais de pessoas mais jovens. 8


De fato, a vitamina C produz efeitos benéficos sobre praticamente todas as células do sistema imunológico:
Natural killer (NK). Essas células que fornecem o ritmo do sistema imune atacam alvos infecciosos e malignos que foram identificados como uma invasão externa por outros componentes do sistema imune. Como outras células do sistema imunológico, a função das células NK declina com a idade. 21
Estudos científicos detalhados mostram que a função das células NK melhora na presença de quantidade adequada de vitamina C, e declina sem ela. 22-24
A vitamina C ajuda as células NK a rastrear e destruir as células tumorais e também através da redução do efeito de blindagem das plaquetas (fragmentos de células de coagulação do sangue) que iria impedir que as células NK as destruíssem. Este efeito pode ajudar a prevenir o câncer de produzir metástases mortais. 23


Os neutrófilos são as principais células do sistema imunológico para combater infecções bacterianas. Os neutrófilos engolfam organismos invasores, em seguida, os destroem com explosões poderosas de radicais livres de oxigênio de vida curta. A vitamina C suporta muitos aspectos da função dos neutrófilos, auxiliando na sua capacidade para perseguir alvos bacterianos e melhorar a sua capacidade para engolir e matar esses invasores. 25,26
Desde que o processo de morte bacteriana cria potentes produtos de oxidação, os neutrófilos iriam destruir-se, em pouco tempo, sem a ampla ação da vitamina C, que elimina as moléculas oxidantes perigosas, uma vez que eles têm feito o seu trabalho de destruir a célula bacteriana. 25-27
Um estudo publicado no Canadian Journal of Physiology and Pharmacology mostrou que quando voluntários humanos tomaram uma dose oral de 1000 mg ou mais de vitamina C, os neutrófilos realizaram sua ação de forma mais vigorosa do que aqueles indivíduos não suplementadas. 28
A melhora da função dos neutrófilos na presença de quantidade adequada de vitamina C é tão evidente que os médicos começaram a usar a vitamina C em doses de 1.000 mg por dia para as pessoas com doença granulomatosa crônica, uma doença em que os neutrófilos não têm capacidade de matar adequadamente depois de terem ingerido bactérias. 26,29
Melhorias semelhantes no rendimento de neutrófilos foram mostradas na população muito maior de pessoas com asma; outra condição em que a deficiência de neutrófilos pode agravar o estado clínico do paciente. 26


Os linfócitos são células do sistema imunológico que produzem anticorpos (designados pelos linfócitos-B) e de coordenadas com outras células do sistema imunológico para orientá-los em ameaças que necessitam de destruição. 8,30
Quando se detecta uma ameaça incipiente, os linfócitos reproduzem-se rapidamente em uma resposta proliferativa que é aumentada na presença de vitamina C. Em adultos mais velhos, onde a proliferação está prejudicada, mas o tratamento com vitamina C restaura a função para níveis mais jovens. 8,31
Melhorias semelhantes de proliferação de linfócitos foram demonstradas, suplementando animais velhos de laboratório com
vitamina C, que também aumentou a capacidade dos linfócitos para rastrear ameaças. 32
A diabetes, como o envelhecimento, prejudica a produção de linfócitos e o funcionamento dos linfócitos-T. 33,34
No entanto, suplementando ratos diabéticos com a vitamina C aumentou a produção de linfócitos a partir de 57% para virtualmente 100% dos valores de controle, essencialmente, a criação de células imunes "não diabéticas" dentro de um corpo diabético vivo. 35
Os anticorpos são componentes alveolares do sistema imunitário que ajudam a identificar e destruir ameaças de invasores e células cancerosas. 36
A vitamina C beneficia esta fração do sistema imune pelo aumento dos níveis de três classes principais de imunoglobulinas e anticorpos: IgA, que protege contra as infecções principalmente nas superfícies mucosas, tais como o nariz e aparelho digestivo, IgG, que proporciona uma proteção de longo prazo na corrente sanguínea, e IgM, que é a primeira imunoglobulina a aparecer no sangue em resposta a ameaças. 37-40
Os níveis sanguíneos de anticorpos e outras moléculas de proteção aumentaram significativamente quando voluntários tomaram doses de 1.000 mg de vitamina C por dia, durante 75 dias, demonstrando o efeito em seres humanos. 41



 Estudos com Humanos confirmam os Benefícios da Vitamina C para a Imunidade:


Atualmente, há evidências copiosas de que a vitamina C beneficia as pessoas com função imunitária deficiente, sendo devido o resultado de doença ou simplesmente pelo próprio envelhecimento.
Em pacientes com infecções cutâneas frequentes, por exemplo, que possuem uma disfunção conhecida no rastreamento dos neutrófilos e morte de microorganismos, a vitamina C foi tão eficaz como uma poderosa droga imunomoduladora, o Levamisole, a melhorar a função dos neutrófilos e produzindo uma remissão duradoura. 42
Mas ao contrário do levamisole, que produziu efeitos colaterais graves, causando 8% dos indivíduos a desistir do estudo, nenhum paciente no braço da vitamina C desistiu. Melhorias semelhantes na função dos neutrófilos, e recuperações clínicos dramáticas, foram observados em doentes com furunculose recorrente (furúnculos), em uma dose de 1000 mg por dia de vitamina C. 43
Esta mesma dose de vitamina C foi mostrou aumentar as funções das células imunes em mulheres que tinham em média de 72 anos de idade. 28
Neste estudo, a função de linfócitos e neutrófilos melhorou em todos os membros desse grupo, incluindo aqueles que eram saudáveis, aqueles com depressão, e aqueles com doença cardíaca coronária. Este estudo demonstrou os efeitos de longa envergadura da vitamina C no corpo em envelhecimento.



 Sumário:

Poucas pessoas percebem a importância de ter um grande suprimento de vitamina C em seu corpo.
Sem a ingestão regular de ácido ascórbico (vitamina C), os níveis caem rapidamente e pode produzir efeitos ocultos, muito antes de grandes sinais de escorbuto aparecem. Caso contrário inexplicável fadiga, mal-estar, ou "mente de nevoeiro" pode na realidade ser sintomas de esgotamento de vitamina C.
Todas as principais linhas de células do sistema imunológico funcionam em seu pico com amplos suprimentos de vitamina C. Com os níveis de ingestão inadequados, essas células são menos capazes de detectar, rastrear e matar organismos invasores ou células pré-cancerosas. Isso significa que a depleção de vitamina C pode deixar as pessoas vulneráveis a infecções perigosas.
Novos estudos estão ajudando a confirmar que a suplementação de vitamina C pode reduzir a duração e gravidade da infecção respiratória mais prevalente, o resfriado comum, e torna menos provável o aparecimento do resfriado.
Tendo em conta os riscos para a saúde associados com adultos que desenvolvem pneumonia após um resfriado, a prevenção com quantidade adequada de vitamina C
(1000 mg ou mais em doses diárias) parece ser mais promissor. Esta dose, maior do que pode caber na maioria das fórmulas de multinutrientes, irá assegurar que você está obtendo o suficiente de vitamina C para emular estudos que documentam melhora da função imune, a proteção contra o resfriado comum e outras doenças relacionadas com a idade.



Nota do Nutricionista:

Talvez a maioria das pessoas pense que a vitamina C nos ajuda somente nas gripes e resfriados.
Com esses novos estudos, podemos notar sua eficácia em várias doenças devido ao fortalecimento extremo na maioria das células do sistema imune.
Impressionante foi notar a sua ação poderosa em animais diabéticos.
Realmente não podemos deixar nosso sistema imune deficiente em Vitamina C.




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