quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Efedrina e Cafeína Combo: O que Dizem os Estudos?

Efedrina e Cafeína Combo: O que Dizem os Estudos?


Artigo editado por Dan Gwartney,MD.

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br




Neste mundo acelerado, onde a mídia impressa está perdendo audiência porque é muito lenta, quando comparado às tomadas de televisão, e absolutamente estagnada em comparação com a liberação instantânea na Web, controvérsias aparecem e desaparecem em dias, ou mesmo horas. A urgência de muitos problemas atuais tende a deslocar as crises de ontem na mente do público (e a programação dos meios de comunicação). Assim, é de pouca surpresa que as pessoas se esqueceram da importância de produtos à base de efedrina/cafeína para a perda de peso e as alegações discutidas de danos que precederam a proibição da efedrina (ma huang) e pseudoefedrina do mercado. O que se segue é uma análise um tanto breve e superficial dos acontecimentos que marcaram essa época, reconhecendo que algumas frases não transmitem adequadamente a totalidade dos assuntos relacionados.
Produtos à base de efedrina foram muito consumidos em todos os países, incluindo ervas (ma huang) e produtos à base de efedra foram sendo comprados em quantidades recordes, por consumidores conscientes da importância da perda de peso e gordura corporal; encontrando nesses produtos um caminho eficaz na redução do apetite, aumento da energia e na queima de calorias (termogênese e aumento da taxa metabólica). (1)
Numerosos estudos de revisão confirmaram a eficácia da combinação efedrina/cafeína para a perda de peso, aumentando o gasto energético basal (metabolismo) e redução do apetite. (2,8)
A natureza estimulante beta-adrenérgica dos produtos também proporcionou um aumento no desempenho de atletas, aumentando seu apelo e expandindo seu mercado para além da perda de peso normal e indivíduos ativos. (9) Infelizmente, o efeito estimulante também apelou aos jovens adultos e adolescentes para diminuir a fadiga e como droga de festas (baladas). (10)



As vendas de produtos contendo efedrina estabeleceu o ingrediente como a pedra angular dos produtos mais vendidos na categoria de perda de peso altamente lucrativos. As estimativas do consumo são inerentemente imprecisas, mas não é razoável aceitar que 33 por cento dos jovens adultos tiveram alguma exposição a esses produtos, uma vez que o sobrepeso e a obesidade estavam afetando mais de 50 por cento da nação (EUA) na época. (11)
No entanto, a obesidade estava apenas sendo identificada como uma condição significativa prestes a afetar drasticamente a saúde pública e o bem estar financeiro da nação; algumas empresas estavam a violar o espírito de DSHEA (Dietary Supplement Health and Education Act) por adulterar suplementos com drogas farmacêuticas; propaganda sem escrúpulos era manchar a reputação da indústria; e algumas empresas comercializaram produtos à base de efedra como uma droga para festas de jovens e adultos jovens. A efedrina já era uma droga regulamentada, no âmbito das organizações desportivas, sendo colocado na lista de substância proibida pela NCAA em 1997 e, antes disso pelo COI/ AMA (1994) por suas propriedades ergogênicas à base de estimulantes. Embora relativamente poucos atletas conhecidos foram sancionados, um número pequeno, foi proibido de competir. Foi durante esse tempo que o tema da adulteração (intencional ou não) na produção de suplementos; foi o principal foco para as apelações das proibições. (12) Como o uso da efedra e efedrina tornou-se cada vez mais prevalente, e seu uso/abuso foi associado com problemas de humor, comportamento e saúde, grupos de vigilância ficaram legitimamente preocupados com a sua presença como um estimulante não regulamentado acessível a menores de idade.



Além disso, a ameaça potencial de dano cardiovascular ou morte foi levantada por indivíduos preocupados e profissionais de saúde. (11) Estimulantes beta-adrenérgicos são capazes de induzir perigosas elevações na pressão sanguínea ou ritmo cardíaco irregular em indivíduos sensíveis ou quando dosado/consumido em excesso e fora do intervalo terapêutico. Como muitas vezes acontece, uma vez que a consciência pública foi levantada, inúmeros relatos foram registrados nos meios de comunicação e fóruns públicos. Agências de saúde pública ouviram declarações pedindo a proibição dos produtos contendo efedrina como interesse do bem estar público. (13)
As mortes de usuários amplamente divulgadas usando produtos que contêm efedra tiveram forte apoio público para a retirada dos produtos das prateleiras. (14) O nível de atenção e risco implícito em produtos que contêm efedra, juntamente com os danos punitivos concedidos em litígio cívil, fazia com que as seguradoras arrecadassem os prêmios de modo a que os fabricantes escrupulosos retiraram produtos contendo efedrina de sua linha de suplementos antes da proibição formal da Food & Drug Administration (FDA) em 2004. (15)
Na declaração do FDA, disponível em seu site, são duas citações que seriam contestadas por muitos que se seguiu à pesquisa e relatos de perda de peso com produtos relacionados à efedrina. "Existe uma forte evidência científica de danos associados com o uso de produtos com ephedra" e "A agência descobriu que suplementos contendo ephedra mostram pouca evidência de eficácia, exceto para perda de peso a curto prazo." (15)
Um comentário seguinte: "Estas reações têm sido associadas a graves problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas e derrames", serve como a principal razão para a passagem da regra de 2004 que removeu produtos que contêm efedra do mercado. Finalmente, "Esta última regra vai proteger os consumidores, garantindo que estes produtos perigosos sejam retirados do mercado e nunca sejam vendidos", diz o comissário da FDA Mark B. McClellan, MD, PhD.



Claramente, a FDA é certa que a efedrina e os alcalóides de efedrina são substâncias químicas perigosas, que não devem ser colocados ao alcance dos consumidores.
Claro, isso não leva em conta a efedrina e a pseudoefedrina contida dentro de alguns medicamentos que tratam a asma, congestão nasal e em menor escala irritação dos olhos. No entanto, como esses produtos estão regulamentados na maioria dos estados para ser dispensado apenas "por trás do balcão da farmácia" e apenas em quantidades inferiores a um limite definido, o risco de adulteração ou abuso são diminuídos consideravelmente.
Assim, a existência produtos para a perda de peso contendo pseudoefedrina ou efedrina, foi relegada à história. Anteriormente (2001), fenilpropanolamina (PPA) experimentou uma retirada rápida semelhante e controversa do mercado, apesar do sucesso de longa data do Dexatrim® e produtos similares. (16)
Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine concluiu que a PPA foi associada com um maior risco de acidente vascular cerebral hemorrágico em mulheres, fazendo com que a FDA recomenda-se a retirada de todos os produtos que contêm PPA do mercado. (17) Este movimento foi debatido vigorosamente, como muitos especialistas científicos contestaram a conclusão do projeto e estudo deste e uma revisão do PPA relacionado. (18) Curiosamente, a mesma edição do NEJM continha um relatório preliminar de 140 casos de eventos adversos relacionados à efedrina. (11)


 Será que Devemos mesmo Crucificar a Efedrina?


A porta se fechou para o PPA, efedrina e pseudoefedrina durante esse breve período. No entanto, na pressa de defender a segurança do público (uma causa nobre e justificada), estas drogas foram submetidas a uma mentalidade de "caça às bruxas"! Eram consideradas perigosas sem provas conclusivas? O contra argumento também pode ser feito porque elas foram proclamadas seguras, sem provas conclusivas. É possível que, no interesse de proteger a nação contra todo o mal, a FDA cometeu um erro exagerando no cuidado? É possível que houve outras influências além dos efeitos dessas drogas farmacêuticas que aumentaram a urgência de agências federais para agir? Um estudo recente publicado no American Journal of Epidemiology, talvez o mais extenso exame de qualquer associação entre o uso de Letigen (uma droga prescrita para perda de peso, contendo 20 mg de efedrina e 200 mg de cafeína) e eventos cardiovasculares adversos. (19) Esta avaliação é literalmente inspiradora na plenitude dos seus dados, atingindo um grau que seria literalmente impossível de obter nos EUA. Uma breve descrição do desenho do estudo vai revelar por que é oportuno indicar que as suas conclusões são corretas. A Dinamarca é um país relativamente pequeno localizado na região escandinava da Europa, com uma população de menos de 6 milhões (em comparação, New York City que possui mais de 8 milhões de habitantes). Além de sua aclamação como o país mais feliz do mundo e menos corrupto, a Dinamarca tem um sistema de saúde bem organizado e registros governamentais que permitem aos pesquisadores acompanhar o uso, usuários e condições de saúde relativas à utilização Letigen. (19) O acompanhamento e liberação desses dados nos EUA são inconcebíveis; devido aos regulamentos de proteção de privacidade, potenciais questões de direitos civis, e de responsabilidade civil. A Estatística Dinamarquesa forneceu acesso aos registros do Cadastro Nacional Dinamarquês de pacientes, a prescrição de banco de dados da Agência Dinamarquesa de Medicamentos, o Registro Dinamarquês de Morte, e o Registro Dinamarquês de pessoas.



Com a informação coletiva, os pesquisadores foram capazes de obter plenamente todas as prescrições para o Letigen durante o período de estudo (1995-2001), diagnósticos médicos e procedimentos cirúrgicos para todos os cidadãos dinamarqueses, relatórios de morte e hábitos migratórios. (19)
Dos 5,4 milhões de dinamarqueses residentes na Dinamarca, durante esse período, cerca de 300.000 prescrições preenchidas para o Letigen (ou 298.848 prescrições). Os registos para aquelas pessoas foram extraídos, e informações de prescrição adicional foi obtida; procurando evidências de drogas ou de outros supressores de apetite que podem interagir com o Letigen, incluindo os utilizados no tratamento de doenças cardiovasculares, distúrbios da coagulação, diabetes, artrite ou asma.
Duas comparações diferentes foram feitas, sendo a primeira o uso familiar de controles pareados (pessoas da mesma idade e estado geral de saúde). Além de comparar diretamente os sujeitos aos controles, os pesquisadores compararam a saúde dos sujeitos antes de ser prescrito o Letigen para o período de exposição à droga (desenho de caso-cruzado). Os indivíduos tinham que ter pelo menos 18 anos, obter sua primeira prescrição de Letigen durante o período de estudo e se manter na Dinamarca há pelo menos 18 meses depois de ser dispensado do uso do Letigen. Endpoints ou o estágio final incluía qualquer evento de definição de caso: ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, morte, a emigração, idade de 70 anos, câncer, ou o fim do período de estudo. Após a exclusão de pessoas que não atendem esses critérios, ainda restavam 257.364 indivíduos contribuindo com mais de 1.000.000 de pessoas de anos de dados observacionais. Nessa grande coorte, 2.316 "casos de definição de eventos" ocorreu durante o período de estudo de sete anos, o que significa quando a pessoa teve um ataque cardíaco (839), acidente vascular cerebral (946), ou morreu de causas naturais fora de um hospital (531). (19) Esta é, obviamente, o grupo de interesse, representando os perigos tão apaixonadamente mencionados na afirmação da FDA. Mesmo que os números pareçam alarmantes à primeira vista, isso representa na verdade uma baixa taxa de incidência.


Em comparação, os EUA têm uma taxa de incidência anual de ataque cardíaco de 0,46 por cento. (20) Indivíduos que apresentaram um evento adverso eram mais propensos a ser mais velhos e possuírem riscos cardiovasculares pré-existentes, como determinado por prescrições para problemas cardiovasculares, anti- coagulantes e drogas para o diabetes. Quando se analisou a relação entre o consumo de Letigen e um evento adverso, descobriu-se que não havia maior risco durante a utilização de Letigen corrente (dentro dos últimos 90 dias), em comparação com as pessoas que não usaram a droga. Na verdade, o uso de Letigen mostrou um menor risco de eventos adversos como; mortes fora do hospital, b) as mulheres, e c) usuários de estatina (uma classe de medicamentos que reduz o colesterol). (19)
Curiosamente, o maior risco com a utilização Letigen pareceu surgir dentro dos primeiros 10 dias de utilização (dia zero a 10 após a primeira prescrição). (19) Com o uso prolongado, a prevalência de eventos adversos diminuiu de forma constante. Isto sugere que, durante o período de estudo, uma ou mais contra indicações (motivos médicos para não prescrever uma droga) para o uso do Letigen não foram detectados durante o exame do médico antes de prescrever a droga. Isso não significa incompetência por parte dos médicos dinamarqueses, como muitas condições não são evidentes durante os exames de rastreio, tais como aneurismas (áreas fracas e abauladas nos vasos sanguíneos que predispõem uma pessoa a acidente vascular cerebral hemorrágico); distúrbios trombóticos (coagulação anormal); e anormalidades de condução (batimentos cardíacos irregulares). Mesmo durante a fase introdutória do uso de Letigen, não houve aumento significativo no risco relativo a qualquer dos parâmetros do estudo.




 Não Houve nenhum Aumento do Risco Cardiovascular:


A conclusão do estudo, após cerca de 1.000.000 de pessoas por ano, era que a utilização de Letigen (20mg efedrina + 200 mg de cafeína), conforme indicado (uma a quatro vezes ao dia), "não foi associado com substancialmente nenhum aumento do risco de eventos cardiovasculares adversos neste estudo. "(19)
É interessante que a conclusão foi indicada no mesmo modo, indicando que não houve "risco substancialmente aumentado." Isto sugere que pode existir um risco oculto, mas, na verdade, se qualquer efeito foi sugerido pelos dados no estudo, era que o Letigen poderá na realidade ter proporcionado estatisticamente um efeito protetor. Claro que, com razão, os autores observaram que os resultados não são evidências de que Letigen era protetor. Como os pacientes usando o Letigen estavam sendo tratados por questões de controle de peso e selecionados para as condições de saúde pré-existentes, eles podem ter sido mais saudável como um grupo do que os controles. Isso é chamado de "confusão por contra indicação." Obviamente, aqueles com doença cardíaca evidente, câncer ou outras condições não iria ser prescrito um medicamento para perda de peso à base de estimulantes.
Este estudo é impressionante devido à gravação abrangente de detalhes, imenso número de indivíduos, acompanhamento e plenitude. Seus resultados podem ser considerados conclusivos dentro das limitações do estudo. Como observado anteriormente, a Dinamarca é um país pequeno em termos de população e geografia. Os resultados podem não se aplicar a outras raças e culturas. A combinação de efedrina e cafeína foi prescrito por um médico, dispensado de uma farmácia, fabricado usando o equivalente dinamarquês de boas práticas de fabricação e administrado a uma população que mostrou seus problemas de saúde antes da exposição. Em contraste, a experiência feita nos EUA envolveu ervas e produtos vendidos de forma não supervisionada no mercado de varejo.


Por que então há uma discrepância entre os achados no estudo dinamarquês e o furor levantado sobre os produtos a base de ephedra nos EUA? Como mencionado acima, a exposição efedrina nos EUA era muito indisciplinada e muitas vezes ocorriam em produtos fitoterápicos padronizados para o conteúdo de efedrina. Embora muitas empresas tenham sido escrupulosas na verificação do processo de fabricação de matéria-prima e para garantir a quantidade de efedrina presente por porção, outros tomaram a estrada de baixo, preocupado apenas sobre o custo/lucro e comercializaram um produto minimamente controlado. A erva Ephedra foi muitas vezes considerada como equivalente a efedrina, mas na verdade é muito diferente. A Ma Huang, a ervas fonte, contém uma variedade de alcalóides (uma classe química que inclui efedrina, bem como a pseudoefedrina, sinefrina e outros bioativos). É perfeitamente possível que a falta de conta para o efeito estimulante adicional desses outros alcalóides poderia ter exposto consumidores para uma quantidade maior de estimulação beta-adrenérgica do que foi previsto. (21) Obviamente, se uma erva é adulterada e o produto ou as cápsulas foram "cravados" com efedrina, em seguida, a situação torna-se ainda mais complexa. Outro fator é o estilo de vida americano. O uso de vários medicamentos e suplementos torna a possibilidade de uma interação medicamentosa provável, e o estado geral de saúde dos norte-americanos é pobre em comparação com os dinamarqueses, como exemplificado pela epidemia de obesidade americana.
É oportuno lembrar que quase todos os produtos no mercado incluíam a cafeína e outros ingredientes em adição ao conteúdo de efedrina.


Isso introduziu a possibilidade de uma interação adversa ou um erro na dose de cada ingrediente. Além disso, como a cafeína é um aditivo barato, era simples de produtos com alta dosagem de cafeína para dar ao consumidor uma sensação nervosa. Infelizmente, os consumidores procuraram estes produtos por fora, como eles erroneamente acreditavam que eles eram mais eficazes do que os produtos adequadamente dosados. A inclusão de aditivos menos estudados e seu efeito sobre a ação da efedrina/cafeína ou aumentou a possibilidade de um efeito adverso. No entanto, apesar do uso extremamente liberal destes produtos, relatórios de efeitos adversos eram relativamente raros. Centros de saúde afirmaram que as queixas relacionadas com efedrina eram mais comuns do que outros produtos, mas é bom salientar que estes produtos eram muito mais populares do que os outros produtos de venda livre. (11,15) Além disso, a toxicidade de efedrina/cafeína é imediata e facilmente percebida (nervosismo, batimentos cardíacos acelerados, tremor, sono ou perturbação do humor). Obviamente, uma alternativa farmacêutica em dosagem apropriada, semelhante ao Letigen, iria aliviar muitos destes problemas. É interessante que a efedrina, pseudoefedrina e PPA foram rotuladas como sendo drogas de alto risco devido aos seus efeitos cardiovasculares e seu uso de forma crônica (em longo prazo), sendo então retirada das prateleiras. No entanto, o maior risco relatados no estudo dinamarquês ocorre durante o uso agudo, em indivíduos sem tratamento prévio. Este é o cenário que seria confrontado com produtos para tosse e resfriado produtos que ainda estão disponíveis no mercado a base de efedrina e pseudoefedrina (Franol e AllegraD). Considerando o aumento súbito da pressão arterial que ocorre durante a tosse ou espirro, isso faz com que seja mais alarmante para ver esses produtos permanecerem no mercado, ao contrário de produtos de uso crônico.



A ciência parece não estar de acordo com os analistas políticos que julgaram o combo efedrina/cafeína e culparam a dupla em causar dano público. É da natureza da política americana reagir ao invés de responder, e quando a preocupação pública foi devidamente levantada, o veredicto foi decidido. Quem se beneficiaria de remover um produto de perda de peso seguro e eficaz do mercado? Certamente não é o indivíduo com sobrepeso que procura perder peso sem a despesa, inconveniência e risco (como foi demonstrado com fenphen, rimonabanto e outras drogas farmacêuticas) que necessitam de uma visita clínica a um médico para obter uma receita. Certamente não é o atleta (não competindo em uma organização que proíbe efedrina) à procura de um ergogênico seguro e eficaz. Certamente não é a sociedade que suporta o encargo financeiro do tratamento da obesidade e condições relacionadas com a obesidade.
Quem então? Dedos acusam e apontam para um grande laboratório farmacêutico. A indústria farmacêutica tem o peso de grande parte da ira de América; uma terapia medicamentosa necessária é muitas vezes proibitivamente caro, especialmente para pessoas sem plano de saúde; medicamentos para qualidade de vida não são desenvolvidos ou são restritos quer pela legislação ou resistência médica; alegações de suborno, influência inadequada com a FDA, e numerosos medicamentos aprovados pela FDA, causando danos ou morte erodiram a confiança do público com a indústria farmacêutica. No entanto, é evidente que qualquer empresa farmacêutica que poderia produzir uma droga ou medicamento para controle de peso, teria uma combinação rentável e faria bilhões de dólares. A única barreira para direcionar as drogas para os obesos americanos a questionar drogas efetivas e marginalmente toleradas como alli® foi à presença da marca de grande sucesso Dexatrim® (PPA) e os muitos produtos com efedrina/cafeína que estavam fornecendo aos consumidores benefícios e perda de peso mensurável. Quando a efedrina e o PPA foram retirados do mercado, o potencial de marketing para qualquer produto ou prescrição para perda de peso, cresceu dramaticamente. Infelizmente, tal produto não foi introduzido desde aquela época.



Outra possibilidade comentada mais silenciosamente em círculos não científicos é uma questão social grave. A metanfetamina é uma droga da classe estimulante. Historicamente, foi traficada por gangues de motociclistas e outros elementos que operam à margem da sociedade. Embora com efeito semelhante ao da cocaína, que era muito mais barato e a maioria dos usuários eram brancos e de menor renda. No entanto, como a repressão contra a cocaína ganhou algum grau de sucesso, os indivíduos em busca de drogas descobriram a metanfetamina, cujos fornecimentos foram inicialmente sem entraves. Como o número de usuários de metanfetamina aumentou e os seus efeitos tocaram a classe média americana, a lei americana virou seu olho nesse problema. Foi descoberto rapidamente que a distribuição de metanfetamina ia ser mais difícil de controlar, uma vez que poderia ser sintetizada de forma bruta em laboratórios, e o intermediário utilizado na produção era obtido facilmente na loja local de saúde, farmácia ou através da Internet . Esse intermediário era a efedrina (pseudoefedrina também podia ser utilizada). (22)
Sugere-se que o verdadeiro perigo envolvendo a efedrina teve pouco a ver com reações medicamentosas à base de efedrina, mas sim com a sua utilização nos laboratórios de metanfetamina artesanal escondidos em garagens, galpões, reboques e porões em toda a América. Infelizmente, a resposta fácil para as agências de aplicação parece ter sido a de fechar o acesso (legítimos e ilegítimos) para a efedrina. (23,24) No entanto, como as pessoas que vivem em áreas rurais sabem, o uso de metanfetaminas continua a ser um problema; grande parte da efedrina utilizado por gangues maiores e melhor organizadas na produção, atravessam ilegalmente a fronteira do México. (25)



O estudo dinamarquês revela novas evidências de que exige um recurso no estatus da efedrina/cafeína para perda de peso. A necessidade de um produto para a perda de peso acessível, conveniente, seguro e eficaz, considerando as opções atuais, continua sendo escasso. Talvez o modelo dinamarquês seria melhor, para fazer uma droga como o Letigen, disponível apenas por prescrição para minimizar os riscos de desvio para a produção de metanfetaminas, abuso e uso por pessoas com contra indicações clinicamente evidentes. Além disso, educar o consumidor para estar ciente dos sinais de toxicidade ou efeitos adversos, especialmente durante o primeiro mês de uso, é fundamental para minimizar o potencial de dano.
A efedrina/cafeína foi julgada e considerada culpada de dano por um FDA zeloso no tribunal da opinião pública. Um comentário muito importante do estudo dinamarquês merece ser corajosamente reconhecido. Como sugerido pelos autores dinamarqueses em seu estudo publicado, mais "evidências" de efeitos adversos associados ao uso de efedrina/cafeína parece basear-se em notificações espontâneas, e não resistir ao escrutínio científico.
Muito parecido com depoimentos de testemunhas oculares que condena um homem inocente, cuja inocência é posteriormente comprovada através da análise de DNA das provas, este estudo apela a uma reavaliação de efedrina/cafeína para controle de peso. Relatos de casos que envolvem centenas, até mesmo milhares de usuários de efedrina são estatisticamente (não emocionalmente) sem sentido devido ao grande número de usuários nos EUA e no exterior. As novas evidências descobertas por um "Dream Team" de cientistas e dados no país da Dinamarca sugere que um inocente sentou no corredor da morte. Esperançosamente, algumas vias de recurso podem ser disponibilizadas para reavaliar esse caso.
Algumas vezes os inocentes são condenados, talvez seja esse também o caso da Efedrina.



Nota do Nutricionista:

O benefício da combinação efedrina/cafeína para perda de peso é realmente incrível.
Normalmente os maiores usuários são os atletas, as pessoas obesas geralmente não conhecem essa opção, para ajudá-los na luta contra a perda de peso e melhora da saúde e qualidade de vida.
Vamos torcer para que um dia como na Dinamarca, possamos ter esse medicamento acessível nas farmácias.
Já faz muito tempo que os atletas compram medicamentos com efedrina, normalmente broncodilatadores, para combinar com a cafeína e fazem sua própria formulação para diminuição do % de gordura.




Referências:


1.Blanck HM, Khan LK, et al. Use of nonprescription weight loss products: results from a multistate survey. JAMA, 2001 Aug 22-29;286(8):930-5.
2.Malchow-Moller A, Larsen S, et al. Ephedrine as an anorectic: the story of the 'Elsinore pill'. Int J Obes,1981;5(2):183-7.
3.Dulloo AG, Miller DS. Ephedrine, caffeine and aspirin: "over-the-counter" drugs that interact to stimulate thermogenesis in the obese. Nutrition, 1989 Jan-Feb;5(1):7-9.
4.Krieger DR, Daly PA, et al. Ephedrine, caffeine and aspirin promote weight loss in obese subjects. Trans Assoc Am Physicians, 1990;103:307-12.
5.Astrup A, Breum L, et al. The effect and safety of an ephedrine/caffeine compound compared to ephedrine, caffeine and placebo in obese subjects on an energy-restricted diet. A double blind trial. Int J Obes Relat Metab Disord, 1992 Apr;16(4):269-77.
6.Toubro S, Astrup AV, et al. Safety and efficacy of long-term treatment with ephedrine, caffeine and an ephedrine/caffeine mixture. Int J Obes Relat Metab Disord, 1993 Feb;17 Suppl 1:S69-72.
7.Daly PA, Krieger DR, et al. Ephedrine, caffeine and aspirin: safety and efficacy for treatment of human obesity. Int J Obes Relat Metab Disord, 1993 Feb;17 Suppl 1:S73-8.
8.Breum L, Pedersen JK, et al. Comparison of an ephedrine/caffeine combination and dexfenfluramine in the treatment of obesity. A double-blind multi-centre trial in general practice. Int J Obes Relat Metab Disord, 1994 Feb;18(2):99-103.
9.Magkos F, Kavouras SA. Caffeine and ephedrine: physiological, metabolic and performance-enhancing effects.Sports Med, 2004;34(13):871-89.
10.Dennehey CE, Tsourounis C, et al. Evaluation of herbal dietary supplements marketed on the internet for recreational use. Ann Pharmacother, 2005 Oct;39(10):1634-9.
11.Haller CA, Benowitz NL. Adverse cardiovascular and central nervous system events associated with dietary supplements containing ephedra alkaloids. N Engl J Med, 2000;343(25):1833-8.
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13.Andraws R, Chawla P, et al. Cardiovascular effects of ephedra alkaloids: a comprehensive review. Prog Cardiovasc Dis, 2005 Jan-Feb;47(4):217-25.
14.Chass M. BASEBALL; Pitcher's Autopsy Lists Ephedra as One Factor. The New York Times, March 14, 2003.
15.Rados C. Ephedra Ban: No Shortage of Reasons. FDA Consumer Magazine 2004 March-April. Available athttp://www.fda.gov/FDAC/features/2004/204_ephedra.html, accessed November 13, 2008.
16.Center for Drug Evaluation and Research. FDA Letter to Manufacturers of Drug Products Containing Phenylpropanolamine (PPA). U.S. Food and Drug Administration • Center for Drug Evaluation and Research. Available at http://www.fda.gov/cder/drug/infopage/ppa/ppaltr.htm, accessed November 13, 2008.
17.Kernan WM, Viscoli CM, et al. Phenylpropanolamine and the risk of hemorrhagic stroke. N Engl J Med, 2000 Dec 21;343(25):1826-32.
18.Stier BG, Hennekens CH. Phenylpropanolamine and hemorrhagic stroke in the Hemorrhagic Stroke Project: a reappraisal in the context of science, the Food and Drug Administration, and the law. Ann Epidemiol, 2006 Jan;16(1):49-52.
19.Hallas J, Bjerrum L, et al. Use of a prescribed ephedrine/caffeine combination and the risk of serious cardiovascular events: a registry-based case-crossover study. Am J Epidemiol, 2008 Oct 15;168(8):966-73.
20.American Heart Association. Heart Attack and Angina Statistics. Available athttp://www.americanheart.org/presenter.jhtml?identifier=4591, accessed November 13, 2008.
21.Haller CA, Duan M, et al. Concentrations of ephedra alkaloids and caffeine in commercial dietary supplements. J Anal Toxicol, 2004 Apr;28(3):145-51.
22.Cunningham JK, Liu LM. Impacts of federal precursor chemical regulations on methamphetamine arrests.Addiction, 2005 Apr;100(4):479-88.
23.Eccles R. Substitution of phenylephrine for pseudoephedrine as a nasal decongestant. An illogical way to control methamphetamine abuse. Br J Clin Pharmacol, 2007 Jan;63(1):10-4.
24.Cunningham JK, Liu LM. Impact of methamphetamine precursor chemical legislation, a suppression policy, on the demand for drug treatment. Soc Sci Med, 2008 Apr;66(7):1463-73.
25.Topolski JM. Epidemiology of methamphetamine abuse in Missouri. Mo Med, 2007 Jan-Feb;104(1):82-8.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Creatina e seu uso Terapêutico.

Creatina e seu uso Terapêutico.


Artigo editado por Will Brink, NPC.

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br




 Introdução:


Embora a creatina ofereça uma série de benefícios, a maioria das pessoas pensa no seu uso simplesmente como um suplemento que fisiculturistas e outros atletas usam para ganhar força e massa muscular.
Nada poderia estar mais longe da verdade. As pessoas que não seguem a pesquisa sobre creatina ficam muitas vezes chocadas ao descobrir o quanto de pesquisa foi feita, e fique sabendo que a creatina pode oferecer muita saúde, boa forma e longevidade.
Por que a grande mídia tem ignorado este fato? Em favor de bizarras histórias assustadoras e mal fundamentadas, mas há sempre um duplo padrão na mídia quando se trata de suplementos nutricionais.
Este relatório irá cobrir grande parte do que a creatina tem a oferecer como um suplemento seguro e de baixo custo com uma excepcionalmente ampla gama de usos potenciais. Embora eu entre em profundidade sobre cada um dos benefícios, a creatina pode afetar positivamente:

Sarcopenia (perda de massa muscular devido ao envelhecimento).
Melhora da função cerebral em cérebros saudáveis ou danificados.
Modula a inflamação.
Doenças que afetam o sistema neuromuscular, tais como a distrofia muscular (MD).
Atrofia muscular.
Fadiga.
Atrofia de Girato.
Doença de Parkinson.
Doença de Huntington e outras citopatias mitocondriais.
Distúrbios neuropáticos.
Várias distrofias.
Miopatias.
Várias patologias cerebrais.
Pode aumentar o hormônio de crescimento (GH), para os mesmos níveis observados com o exercício.
Reduzir os níveis de homocisteína.
Possivelmente melhorar os sintomas da síndrome de fadiga crônica.
Melhorar a função cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva.

A creatina está provando ser um dos suplementos mais promissores, bem pesquisados, seguros, e, além disso, para uma excepcionalmente ampla gama de utilizações.



 O que é a Creatina?


A creatina é formada no corpo humano a partir dos aminoácidos metionina, glicina e arginina. O corpo da pessoa média contém aproximadamente 120 gramas de creatina armazenada como creatina fosfato.
Certos alimentos, como carne, arenque e salmão, são bastante ricos em creatina. No entanto, uma pessoa tem que comer quilos destes alimentos diariamente para igualar o que pode ser obtido em uma colher de chá de pó de creatina.
A creatina está diretamente relacionada ao trifosfato de adenosina (ATP). O ATP é formado nas usinas energéticas da célula, as mitocôndrias. ATP é muitas vezes referido como a "molécula de energia universal", usada por todas as células em nosso corpo.
Um aumento do estresse oxidativo acoplado com a incapacidade de uma célula para produzir moléculas essenciais de energia tais como o ATP, é uma característica do envelhecimento celular e é encontrada em muitos estados de doença.
Os fatores chave para a manutenção da saúde são a capacidade de:
evitar danos ao DNA mitocondrial causado por espécies reativas de oxigênio (ROS).
Prevenir o declínio na síntese de ATP, o que reduz os níveis de ATP de corpo inteiro.
Afigura-se que a manutenção da capacidade antioxidante (em particular a glutationa intracelular) e os níveis de ATP são essenciais na luta contra o processo de envelhecimento.
É interessante notar que muitos dos nutrientes mais promissores antienvelhecimento, tais como a CoQ10, NAD, acetil-L-carnitina e o ácido lipóico são todos usados para manter a capacidade das mitocôndrias para produzir compostos de alta energia tais como o ATP e reduzir o estresse oxidativo.
A capacidade de uma célula para fazer o trabalho está diretamente relacionada com o seu status de ATP e à saúde das mitocôndrias. Tecido cardíaco, neurônios no cérebro e outros tecidos altamente ativos são muito sensíveis a este sistema.
Mesmo pequenas mudanças na produção de ATP, podem ter efeitos profundos sobre a capacidade dos tecidos para funcionar corretamente. De todos os suplementos nutricionais disponíveis atualmente, a creatina parece ser o mais eficaz para manter ou aumentar os níveis de ATP.



 Como a Creatina Trabalha?


Em poucas palavras, a creatina trabalha para ajudar a gerar energia. Quando o ATP perde uma molécula de fosfato e torna-se adenosina difosfato (ADP), ele tem de ser convertido de volta ao ATP para produzir energia. A creatina é armazenada no corpo humano como fosfato de creatina (CP) também chamado de fosfocreatina.
Quando o ATP está esgotado, pode ser recarregado pelo CP. Isto é, CP doa uma molécula de fosfato a ADP (Adenosina difosfato), tornando-se mais uma vez ATP(Adenosina trifosfato). Um aumento na quantidade de CP significa uma recarga mais rápida e maior de ATP, o que significa que mais trabalho pode ser executado. É por isso que a creatina tem sido tão bem sucedida para atletas. Para esportes de curta duração e explosivos, como corrida, levantamento de peso e outros esportes anaeróbicos, o ATP é o sistema de energia utilizado.




Até à data, a pesquisa mostrou que a ingestão de creatina pode aumentar o pool total do corpo de CP que leva a uma maior geração de energia para formas de exercício anaeróbicas, como a musculação e corrida curta. Outros efeitos da creatina são o aumento na síntese de proteína e aumento da hidratação celular, que por sinal são fortes fatores anabólicos ou de ganho muscular.
A creatina tem tido resultados manchados afetando o desempenho em esportes de resistência, como natação, remo e corrida de longa distância, com alguns estudos mostrando nenhum efeito positivo sobre o desempenho em atletas de endurance. Querendo ou não o fracasso de creatina para melhorar o desempenho em atletas de endurance foi devido à natureza do esporte ou o design dos estudos ainda está sendo debatido.


A creatina pode ser encontrada sob a forma de:

Creatina monohidratada
Citrato de creatina
Fosfato de creatina
Creatina magnésio quelato
Algumas versões líquidas

No entanto, a grande maioria das pesquisas até agora, mostrando que a creatina possui efeitos positivos sobre patologias, massa muscular e desempenho usou a forma monohidratada. Creatina monohidratada é mais de 90% absorvível, ao contrário do que algumas empresas e "gurus" têm afirmado. O que se segue é uma revisão de alguns dos estudos mais interessantes e promissores com creatina.



Qual o Potencial da Creatina para a Saúde?

O Papel da Creatina na Sarcopenia:

A Creatina demonstrou aumentar a força e massa muscular em adultos jovens em literalmente dezenas de estudos neste momento. No entanto, houve poucos dados que examinaram seus efeitos sobre os adultos mais velhos até recentemente. Uma das maiores ameaças à capacidade de um adulto idoso em se manter saudável e funcional é a perda constante de massa corporal magra (músculos e ossos, em particular) à medida que envelhecem.
O termo médico para a perda de músculo é sarcopenia, e ele está começando a obter o reconhecimento que merece por parte da comunidade médica e científica. Durante décadas, essa comunidade tem incidido sobre a perda de massa óssea (osteoporose) de adultos mais velhos, mas deu pouca atenção para a perda de massa muscular que afeta a capacidade da pessoa para ser funcional à medida que envelhece, assim como muitos, em seguida, uma perda de massa óssea.
O que define a sarcopenia de uma perspectiva clínica? Sarcopenia pode ser definida como a perda relacionada com a idade de massa muscular, força e funcionalidade.


Uma coisa é muito clara: é muito mais fácil, mais econômico, e mais eficaz prevenir a sarcopenia, ou pelo menos retardar sua progressão, do que tratá-la mais tarde na vida. A Sarcopenia geralmente aparece depois de 40 anos de idade e acelera após a idade de aproximadamente 75 anos.
Embora a sarcopenia seja vista principalmente em indivíduos fisicamente inativos, também é comumente encontrada em indivíduos que permanecem fisicamente ativos durante sua vida. Assim, é claro que, embora a atividade física seja essencial, a inatividade física não é o único fator que contribui para a sarcopenia.
Assim como com a osteoporose, a sarcopenia é um processo multifatorial que pode incluir a diminuição dos níveis de hormônios (em particular, GH, IGF-1, e testosterona), uma falta da ingestão adequada de proteína e calorias na dieta, o stress oxidativo, os processos inflamatórios, assim como a uma perda de células nervosas motoras.


 Efeitos da Creatina em Adultos Idosos:


Com o envelhecimento e a inatividade, a maior parte da atrofiar na massa muscular de uma pessoa durante o envelhecimento é visto nas fibras de contração rápida (FT) que são recrutadas durante exercícios de alta intensidade, movimentos anaeróbicas (por exemplo, levantamento de peso, corrida, etc.). Curiosamente, estas são exatamente as fibras que a creatina demonstra seus efeitos mais profundos.
Um estudo chamado "A suplementação de creatina aumenta a força isométrica e melhora a composição corporal após o treinamento com exercício de força em adultos mais velhos" (J Gerontol A Biol Sci Med Sci Jan 2003; 58(1):11-9). Vinte e oito homens e mulheres saudáveis (acima de 65 anos), foram alimentados com 5 gramas de creatina por dia ou placebo, utilizando um protocolo duplo-cego aleatório de 14 semanas. Ambos os grupos foram colocados em um regime de treinamento de resistência (musculação) para o período de duração do estudo.
Catorze semanas de treinamento resistido resultou em aumentos significativos em todas as medições de força e tarefas funcionais e área de fibra muscular em ambos os grupos.
No entanto, o grupo recebendo a creatina resultou em maior aumento da massa livre de gordura, aumento maior na extensão isométrica do joelho, maiores ganhos de força isométrica na dorsiflexão, bem como um aumento significativo nos níveis de creatina intramusculares. Os pesquisadores concluíram:
"A adição da suplementação de creatina para o estímulo do exercício aumentou o ganho da massa total e livre de gordura, e os ganhos em vários índices de força muscular isométrica."



Toda uma série de estudos recentes têm encontrado efeitos semelhantes em adultos mais velhos e chegaram a conclusões praticamente idênticas. Outro estudo recente intitulado "A suplementação de creatina melhora o desempenho muscular em homens mais velhos" (Med Sci Sports Exerc Mar 2002; 34 (3):537-43) utilizando um protocolo semelhante ao referido estudo considerou, essencialmente, os mesmos efeitos. Eles concluíram,
"Os dados indicam que 7 dias de suplementação com creatina é eficaz no aumento de vários índices de desempenho muscular, incluindo testes funcionais em homens mais velhos, sem efeitos secundários adversos.
"A suplementação de creatina pode ser uma estratégia terapêutica útil para os adultos mais velhos para atenuar a perda de força e desempenho de tarefas da vida funcional do músculo."
No entanto, mais estudos (suplementação de creatina combinado com treinamento de resistência em homens mais velhos Med Sci Sports Exerc Dez 2001; 33 (12):2111-7), chegou a conclusões semelhantes. No entanto, deve notar-se que nem todos os estudos encontraram esse efeito (Efeitos da ingestão de creatina em idosos sedentários e treinados. Acta Physiol Scand 1998 outubro; 164 (2):147-55), mas eles foram estudos iniciais que podem ter tido algumas falhas metodológicas.
Independentemente disso, a maior parte dos dados, em particular os dados recentes, aponta claramente para a creatina como tendo efeitos positivos sobre a força e composição corporal em adultos mais velhos, especialmente quando combinada com um protocolo de exercícios de treinamento resistido.


Um estudo recente, particularmente interessante, descobriu os efeitos positivos da creatina na força e massa magra em adultos mais velhos mesmo depois que eles pararam de usar a creatina (Efeito da Cessação do Suplemento ao manter treinamento de resistência em homens mais velhos. JAPA, 12 (3), julho de 2004, ), o teste foi feito durante 12 semanas. Eles concluíram:
"A retirada da creatina não teve efeito sobre o nível de força, resistência e perda de massa de tecido magro com 12 semanas de treinamento com volume reduzido."
No entanto, é a experiência da maioria dos usuários de creatina, assim como a maioria dos estudos em adultos mais jovens, que os efeitos positivos da creatina de fato desaparecem com o tempo, se a pessoa para de usar a creatina. Assim, enquanto não existe uma razão particular para não usar a creatina, os melhores efeitos provavelmente virão da utilização contínua.


 O Real Segredo do Envelhecimento: A Energia Celular.


Qual é realmente a principal diferença entre um adulto mais velho e um jovem adulto? A energia celular é a resposta; a capacidade de cada célula do nosso corpo para regular sua capacidade de produzir energia (por exemplo, ATP), desintoxicar compostos nocivos, e defender-se contra os danos dos radicais livres e outros problemas.
Um aumento do estresse oxidativo acoplado a incapacidade de uma célula para produzir moléculas essenciais de energia tais como o ATP, é uma característica do envelhecimento celular e é encontrada em muitos estados de doença.
As células das pessoas mais jovens são bastante eficientes em lidar com esses problemas, enfrentado pela célula.
As células de uma pessoa mais velha, seja as células do cérebro, células musculares, etc, são incapazes de lidar com esses desafios, e mais danos se acumulam com o passar do tempo, e a célula morre.
Em jovens adultos saudáveis, as células velhas são substituídas por novas células saudáveis rapidamente, mas esse não é o caso quando as pessoas ficam mais velhas.
O declínio da massa muscular (sarcopenia) com o envelhecimento pode estar relacionado a um declínio na função mitocondrial. Sem estes compostos de alta energia, que cada célula do nosso corpo depende para funcionar, as células e todo o organismo morrem.
Foi estabelecido que os adultos mais velhos tendem a possuir níveis mais baixos de fosfato de creatina (CP) no tecido, o ATP e outras moléculas de alta energia essenciais. Os indivíduos mais velhos parecem responder de forma diferente também em termos de reabastecer estas moléculas essenciais após o exercício.


Um estudo chamado "músculo esquelético função mitocondrial e massa corporal magra no exercício em idosos saudáveis" (Mech Ageing Dev.2003 Mar; 124 (3):301-9), medindo a função mitocondrial e tempo de recuperação em, 45 idosos (idade média de 73) e 20 indivíduos mais jovens (idade média de 25), que foram pareados por massa corporal.
Os dois grupos exerceram diferentes níveis de intensidade. Como outros estudos encontraram, os idosos do grupo tiveram menor CP e níveis de ATP no início do estudo, do que seus colegas mais jovens e eles eram mais lentos para reabastecer os níveis nos tecidos após o exercício. Então os pesquisadores relatam:
"Os nossos dados sugerem que a função mitocondrial diminui com a idade em adultos idosos saudáveis e que a diminuição parece ser influenciada pelo nível de atividade física."
Esclarecendo, não só os indivíduos mais velhos têm baixos níveis de compostos de alta energia essenciais (por exemplo, ATP, CP, etc.) no início do estudo, em comparação com o grupo mais jovem, que foi agravado quanto mais intenso o exercício! Como os estudos com adultos mais velhos acima mostram, a suplementação de creatina pode melhorar um pouco desse declínio.



A creatina pode ser um dos compostos não sujeitos a receita, mais eficazes e seguros atualmente disponíveis para melhorar a energética celular (a capacidade das células para produzir energia que nos mantém vivos!), e podem ser um tratamento eficaz para a sarcopenia, especialmente quando combinado com o correto regime de exercícios.
Para resumir esta seção, as duas estratégias essenciais para ajudar a impedir o declínio na saúde celular, que parece ligado a sarcopenia e outras questões enfrentadas por uma pessoa no envelhecimento:

Prevenir o declínio concomitante dos níveis de ATP/CP que reduz os níveis de ATP de corpo inteiro e leva a sarcopenia e muitas outras patologias; através de suplementos de creatina e outros que mantêm a energética celular (por exemplo, acetil-L-carnitina, o ácido alfa-lipóico, a CoQ10, etc).
Aumentar ou manter a glutationa intracelular e melhorar o estado de antioxidantes mitocondriais (para evitar danos ao DNA mitocondrial, causado por espécies reativas de oxigênio), tomando antioxidantes e ou nutrientes conhecidos para melhorar o estado antioxidante (por exemplo, proteína de soro de leite, a NAC - acetilcisteína, etc).
Parece que manter o status mitocondrial de antioxidantes (em particular a glutationa intracelular) e os níveis de ATP, é uma combinação essencial na luta contra o processo de envelhecimento, bem como o combate e prevenção de uma série de doenças.


 Efeitos Anti-inflamatótios da Creatina:


Curiosamente, embora não surpreendentemente, a creatina pode ter a capacidade de modular a inflamação, pelo menos, após o exercício. Um estudo intitulado "O efeito da suplementação de creatina sobre marcadores inflamatórios e dor muscular depois de uma corrida de 30 km" (Life Sci. 2004 Sep; 3;75 (16): 1917-24) examinou esta questão. Os pesquisadores analisaram o efeito da creatina em marcadores inflamatórios e dor muscular:

Creatina quinase (CK)
Lactato desidrogenase (LDH)
Prostaglandina E2 (PGE2)
Fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa)

O estudo foi feiro com corredores experientes após a execução de 30 km.
Os corredores foram suplementados durante 5 dias antes da corrida de 30 km com 4 doses de 5g de creatina e 15g de maltodextrina por dia, enquanto o grupo controle recebeu a mesma quantidade de maltodextrina. Foram coletadas amostras de sangue antes da corrida, imediatamente após a corrida, e 24 horas após o final da corrida.
Como seria de esperar, o grupo controle apresentou um grande aumento nas concentrações de CK, LDH, PGE2, e de TNF-alfa. De fato, houve um aumento de mais de quatro vezes em CK, aumento de 43% no LDH, ao longo de um aumento de 6 vezes na PGE2, e uma duplicação da TNF-alfa!


Isto indica um elevado nível de lesão celular e inflamação nesses atletas. No entanto, o grupo recebendo a creatina teve indicadores muito mais baixos de danos celulares e inflamação, o grupo controle teve um aumento de 19% em CK, 70% de aumento de PGE2, e um aumento de 34% em TNF-alfa. A suplementação com creatina aboliu totalmente o aumento em LDH. Nenhum efeito colateral foi relatado pelos atletas recebendo a creatina. Os pesquisadores concluíram que:
"Estes resultados indicam que a suplementação com creatina reduziu os danos celulares e a inflamação intensa após uma corrida exaustiva."
Existem alguns comentários e perguntas a serem feitas em relação a esses achados. O exercício regular é um componente essencial para qualquer pessoa que olha para melhorar a sua saúde, manter a gordura corporal baixa, manter a massa muscular é essencial à medida que envelhecemos; mas também tem suas desvantagens, tais como o aumento da produção de radicais livres e outros efeitos que o corpo tem para combater.
A creatina pode ser um nutriente essencial para ajudar a combater esses possíveis efeitos nocivos.



 Efeitos da Creatina em Cérebros Saudáveis ou Doentes:


Uma utilização atraente para creatina é o seu efeito sobre a função cerebral e no metabolismo.
A pesquisa continua a mostrar que a creatina é um nutriente essencial para o funcionamento do cérebro e metabolismo em pessoas com cérebros doentes ou saudáveis.
Lesões cerebrais traumáticas afetam milhares de pessoas a cada ano. A verdadeira tragédia, porém, é que muito do dano para o cérebro não é causado pela lesão imediata, mas devido a morte celular causada por isquemia (falta de fluxo de sangue e oxigénio para os tecidos) e danos do stress oxidativo causado pelos radicais livres.
A capacidade de uma célula para fazer o trabalho está diretamente relacionada com o seu status de ATP e à saúde das mitocôndrias. Tecido cardíaco, neurônios no cérebro e outros tecidos altamente ativos são muito sensíveis a este sistema.
Mesmo pequenas mudanças no ATP, podem ter efeitos profundos sobre a capacidade dos tecidos para funcionar corretamente, o que pode causar danos e ou morte para a célula. De todos os suplementos nutricionais disponíveis atualmente, a creatina parece ser o mais eficaz para manter ou aumentar os níveis de ATP.
Estudos recentes têm demonstrado que a creatina proporciona neuroproteção significativa contra insultos isquêmicos e oxidativos.

Um estudo recente chamado "O Suplemento dietético creatina protege contra a lesão cerebral traumática" (Ann Neurol 2000 Nov; 48 (5): 723-9), descobriram que a creatina era muito eficaz na redução de danos ao tecido cerebral após a lesão. Estes pesquisadores descobriram:
"... administração de creatina melhorou a extensão do dano cortical tanto quanto 36% a 50% em ratos. Essa proteção parece estar relacionada com a manutenção induzida pela creatina da bioenergética mitocondrial."
Eles passaram a concluir:
"Este suplemento alimentar pode fornecer pistas sobre os mecanismos responsáveis pela perda neuronal após a lesão cerebral traumática e pode encontrar utilização como um agente neuroprotetor contra processos neurodegenerativos agudos."
Este estudo poderia indicar que a terapia de creatina deve ser iniciada o mais cedo possível após a lesão cerebral traumática. As pessoas que já têm usado a creatina em uma base contínua podem ter uma proteção considerável contra danos adicionais ao cérebro após essa lesão.



 Creatina e o Cérebro Saudável:


Mas porque o cérebro saudável? Não, você não precisa ferir o seu cérebro em um acidente de carro para obter benefícios da creatina! Um estudo recente intitulado "Suplementação oral de creatina melhora o desempenho do cérebro: um estudo controlado por placebo, duplo-cego, (Proceedings of the Royal Society: Biological Sciences Vol. 270, No. 1529 on 22 October 2003), descobriu que seis semanas de suplementação de creatina com 5g por dia para 45 vegetarianos, melhorou muito a função cognitiva. De acordo com o relatório publicado pelo The Royal Society,
"Os resultados concordam com as observações anteriores mostrando que os níveis de creatina cerebral se correlacionam com melhora da memória de reconhecimento e reduzem a fadiga mental."
Embora a suplementação de creatina provavelmente tenha um efeito menos dramático sobre não vegetarianos; devido ao fato de se obter alguma creatina em sua dieta através da carne, é lógico que a creatina ainda será eficaz para melhorar os níveis de creatina no cérebro. Cérebros saudáveis e feridos parecem se beneficiar igualmente da creatina!



 Creatina e Doença Neuromuscular:


Uma das áreas mais promissoras da pesquisa com creatina é o seu efeito sobre as doenças neuromusculares, como a MD (Distrofia Muscular). Um estudo analisou a segurança e a eficácia da creatina em vários tipos de distrofias musculares usando um ensaio duplo cego, cruzado.
Trinta e seis pacientes (12 pacientes com distrofia faciosscapulohumeral, 10 pacientes com distrofia de Becker e oito pacientes com distrofia de Duchenne), foram randomizados para receber creatina ou placebo durante oito semanas.
Os pesquisadores descobriram que havia uma "leve, mas significativa melhoria" da força muscular em todos os grupos. O estudo também constatou uma melhoria geral nas atividades da vida diária dos pacientes, como demonstrado por melhores pontuações nas escalas Medical Research Council e na escala de Sintoma Neuromuscular. A creatina foi bem tolerada durante todo o período de estudo, de acordo com os pesquisadores.


Outro grupo de investigadores suplementou a creatina monohidrato para pessoas com doença neuromuscular, usando 10 gramas por dia, durante cinco dias, depois reduzindo a dose para 5 gramas por dia, durante cinco dias.
O primeiro estudo utilizou 81 pessoas e foi seguido por um estudo duplo-cego de 21 pessoas. Em ambos os estudos, o peso corporal, força de empunhadura, flexão dorsal e extensão do joelho foram medidos antes e depois do tratamento. Os pesquisadores descobriram:
"A administração de creatina aumentou todos os índices medidos em ambos os estudos."
O uso em curto prazo da creatina monohidrato, provocou um aumento da força de alta intensidade significativo em pacientes com doença neuromuscular. Houve também muitas observações clínicas dos médicos que a creatina melhora a resistência, a funcionalidade e sintomatologia de pessoas com várias doenças do sistema neuromuscular.



 Creatina e Proteção Neurológica:


Se há uma ação onde a creatina realmente brilha, está na sua proteção ao cérebro, incluindo várias formas de lesão neurológica e stress. Um número crescente de estudos descobriu que a creatina pode proteger o cérebro de agentes neurotóxicos, certas formas de lesão e outras problemas.
Vários estudos in vitro descobriram que os neurônios expostos a qualquer glutamato ou beta-amilóide; a beta-amilóide são proteínas que se agrupam e formam placas impedindo a sinalização nas sinapses do cérebro (ambos altamente tóxicos para os neurônios e envolvidos em várias doenças neurológicas), foram protegidos quando expostos a creatina. Os investigadores relatam:
"... As células suplementadas com creatina que e o precursor para fabeicar mais fosfocreatina (PCr) e criar reservas de energia maiores, com consequente neuroproteção contra estressores."
Estudos mais recentes, in vitro e in vivo em animais, têm demonstrado que a creatina é altamente neuroprotectora contra outros agentes neurotóxicos como a N-metil-D-aspartato (NMDA) e o malonato.
Outro estudo constatou que a alimentação de ratos com creatina ajudou a protegê-los contra tetrahidropiridina (MPTP), que produz parkinsonismo em animais por meio de produção de energia prejudicada. Os resultados foram impressionantes o suficiente para estes pesquisadores concluir:
"Estes resultados implicam ainda mais na disfunção metabólica da MPTP e sua neurotoxicidade, e sugerem uma nova abordagem terapêutica, que pode ter aplicabilidade na doença de Parkinson."



Outros estudos descobriram que a creatina protege os neurônios de dano isquêmico (baixa de oxigênio), como é muitas vezes visto após acidentes vasculares cerebrais ou lesões.
No entanto, mais estudos descobriram que a creatina pode desempenhar um papel terapêutico e protetor tanto na doença de Huntington, como na ALS (Esclerose amiotrófica lateral). Este estudo concluiu que:
"... A administração oral de creatina produziu uma melhoria, dependente da dose no desempenho motor e estendeu a sobrevivência em ratos transgênicos G93A, e protegeu os ratinhos da perda de ambos os neurônios motores e os neurônios da substância negra em 120 dias de idade. A administração de creatina protegeu os ratos transgênicos G93A do aumento nos índices bioquímicos do dano oxidativo. Assim, a administração de creatina pode ser uma nova estratégia terapêutica para o ALS. Surpreendentemente, esta é apenas a ponta do iceberg mostrando que a creatina pode ter usos terapêuticos para uma ampla gama de doenças neurológicas, bem como lesões no cérebro.



 Creatina e Função Cardíaca:



Sabemos que as células do coração são dependentes de níveis adequados de ATP para funcionar corretamente, e que os níveis de creatina cardíacos estão suprimidos na insuficiência cardíaca crônica, os pesquisadores têm observado que a suplementação de creatina melhora a função cardíaca e sintomatologia geral em certas formas de doença cardíaca.
Sabemos também que as pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca crônica têm resistência e força limitada e se cansa facilmente, o que limita muito a sua capacidade na vida cotidiana.
Usando um projeto controlado por placebo, duplo-cego, 17 pacientes com idades entre 43 e 70 anos, com fração de ejeção <40 foram suplementadas com 20 gramas de creatina por dia, durante 10 dias. Antes e após a suplementação de creatina, os investigadores observaram: Fração de ejeção do coração (sangue presente no ventrículo, no final da diástole e expelido durante a contração do coração). Extensão de joelho (teste de força). Desempenho do exercício na bicicleta ergométrica (teste de resistência) As biópsias foram feitas também na musculatura, para determinar se houve um aumento em compostos de produção de energia (ou seja, creatina e fosfato de creatina). Curiosamente, mas não surpreendentemente, a fração de ejeção em repouso e durante a fase de exercício não aumentou. No entanto, as biópsias revelaram um aumento considerável nos níveis teciduais de creatina e fosfato de creatina nos pacientes recebendo a creatina suplementar. Mais importante, os pacientes recebendo a creatina tiveram aumentos de força e torque de pico (21%, P <0,05) e resistência (10%, P <0,05). Tanto o torque de pico quanto o desempenho de pernas aumentaram linearmente com o aumento do fosfato de creatina no músculo esquelético (P <0,05). Depois de apenas uma semana de suplementação de creatina, os pesquisadores concluíram: "A suplementação de pacientes com insuficiência cardíaca crônica não aumentou a fração de ejeção, mas aumentou os fosfatos ricos em energia do músculo esquelético e desempenho tanto em matéria de força quanto resistência. Esta nova abordagem terapêutica merece mais atenção." Outro estudo analisou os efeitos da suplementação de creatina sobre o metabolismo e resistência muscular em pessoas com insuficiência cardíaca congestiva. Em particular, os pesquisadores analisaram os níveis de amônia e lactato, dois importantes indicadores de desempenho muscular sob estresse. Os níveis de lactato e amônia sobem à medida que aumenta a intensidade durante o exercício e níveis mais elevados estão associados à fadiga. Atletas de alto nível têm baixos níveis de lactato e amônia durante um determinado exercício do que os não atletas, como o metabolismo dos atletas é melhor em lidar com esses metabólitos de esforço, permitindo-lhes um melhor desempenho. Este estudo descobriu que s pacientes com insuficiência cardíaca congestiva que receberam 20 gramas de creatina por dia tinham maior força e resistência (medida como exercício de força de agarre manual “handgrip” em 25%, 50% e 75% da contração voluntária máxima ou até a exaustão) e tinham menores níveis de lactato e amônia do que o grupo placebo. Isso mostra que a suplementação de creatina na insuficiência cardíaca crônica aumenta a resistência muscular esquelética e atenua a resposta metabólica muscular esquelética anormal ao exercício. É importante notar que a falta de compostos essenciais de elevada energia ou o ATP (por exemplo, creatina e fosfato de creatina, etc.), em indivíduos com insuficiência cardíaca congestiva crônica não é uma questão simples de desnutrição, mas parece ser uma perturbação metabólica no músculo esquelético e de outros tecidos. Suplementar com precursores de alta energia como a creatina; parece ser uma abordagem altamente eficaz e de baixo custo para ajudar esses pacientes a gozar de uma vida mais funcional, e muito provavelmente estender sua expectativa de vida.  Creatina e Diabetes: Os efeitos positivos da creatina no levantamento de peso, corrida e outras atividades anaeróbicas de alta intensidade são amplamente reconhecidos. No entanto, o que é menos conhecido é o papel benéfico da suplementação de creatina pode ter sobre a saúde de forma geral. Um estudo de Gualano et al, suplementou diabéticos tipo 2 com 5g/dia de creatina por 12 semanas e demonstrou uma boa diminuição da HbA1C em 1,1%, um marcador para medição de glicose no sangue em longo prazo. Essa queda na HbA1C é semelhante ou maior do que comumente é visto com a metformina, o medicamento diabético mais comum usado para o diabetes tipo 2. Além disso, quando tomado durante este mesmo período de tempo, a creatina não parece exercer quaisquer efeitos deletérios sobre a saúde dos rins nos diabéticos tipo 2. Com relação aos indivíduos saudáveis, a creatina não parece ter um grande efeito sobre a gestão de glicose no sangue. No entanto, ele melhora positivamente os níveis de glicogênio muscular. A creatina impacta positivamente na capacidade de gestão de glucose no sangue e armazenamento de glicogênio, aumentando o número de transportadores de glucose (GLUT-4) na superfície das células musculares. Observe o gráfico abaixo:




Nota do Nutricionista:

Normalmente pensamos na creatina somente para aumento de força e massa muscular.
Mas ela nos oferece muito mais melhorando os níveis de energia celular, ajudando em problemas cardíacos e por incrível que pareça em doenças do cérebro como o Mal de Parkinson e a Esclerose lateral amiotrófica, além do incrível gráfico mostrando a melhora na taxa de hemoglobina glicosilada em diabéticos; e tudo isso com um custo incrivelmente baixo.




Referências:


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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

HIIT Training, Você realmente está fazendo isso?



HIIT Training, Você realmente está fazendo isso?


Artigo editado por Will Brink, NPC.


Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira – CRN3 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br



Muitas pessoas já ouviram falar sobre o High Intensity Interval Training, ou HIIT para abreviar. O HIIT demonstrou ter várias vantagens sobre outras formas de exercício tanto para perda de gordura, quanto para a retenção de massa muscular. Parece que todo mundo começou a treinar desta maneira e regularmente falar que fazem 40 minutos ou mais de HIIT e assim por diante. O problema é que a maioria das pessoas que afirmam estar fazendo HIIT, na realidade não está. Uma dica rápida: se a pessoa estava fazendo HIIT de verdade, ela não seria capaz de fazer 20 minutos; muito menos 40 minutos!
Muitos, se não a maioria das pessoas parecem confundir HIIT com treinamento intervalado (ou intervalos regulares). HIIT é na verdade uma forma de treinamento intervalado, mas nem todo o treinamento intervalado é HIIT. Simplificando, no treinamento intervalado ocorre uma variável de intensidade dentro do mesmo treino, onde você alterna uma baixa intensidade com uma alta intensidade. Essa é a natureza geral de treinamento intervalado, mas isso não é HIIT. Treinamento HIIT, é uma intensidade baixa alternando com um ataque de intensidade máxima. Ao máximo, quero dizer 100% de esforço, o que, naturalmente, não se pode alcançar por mais de 20 ou 30 segundos de cada vez.



Existem várias maneiras de executar HIIT, mas todos têm isso em comum, e quando a maioria das pessoas pensa que estão fazendo HIIT é na realidade, o velho e conhecido treinamento intervalado. Por exemplo, no outro dia eu fiz 4 minutos de caminhada em uma esteira a 3,5 mph (milhas por hora), seguido por um minuto de corrida em 8,5 mph (que para minhas pernas curtas é um ritmo muito rápido!). Então, repeti o ciclo 5 vezes, o que eu quis dizer estava fazendo um 4 minutos de caminhada por 1 de corrida, com duração de cerca de 30 minutos, incluindo aquecimento e desaquecimento. Isso foi HIIT? Não, não foi. Foi treinamento intervalado, que é um treinamento eficaz e produtivo, mas não é HIIT.
Há muitas maneiras de realizar treinamento HIIT, a partir de protocolos Tabata (a forma mais intensa de HIIT), que pode durar apenas 4-5 minutos e outras versões. Por exemplo, meu protocolo HIIT atual é este: depois de um breve aquecimento, 5 minutos ou mais na esteira; vou usar uma máquina de escada tipo de passo e faço um minuto de baixa intensidade seguido por 30 segundos de intensidade máxima, e repito. Eu faço isso por 10 minutos, o que é, literalmente, tudo o que posso fazer. Quando eu digo "intensidade máxima" eu quero dizer 100% de intensidade, nenhuma moleza, tão rápido e tão duro como minhas pernas podem mover-me, por exemplo, semelhante a um pleno sprint em uma trilha.
Eu gosto da escada deslizante porque não possui impacto sobre as articulações e é fácil para acelerar e desacelerar rapidamente, mas há muitas maneiras de fazer treinamento HIIT. O fato é que, a maioria das pessoas que afirmam fazer HIIT; não estão fazendo. Outro ponto essencial é que o treinamento HIIT não é para todos. Ele exige um maior nível de performance, e para muitas pessoas é melhor começar com vários programas de treinamento intervalado semelhante ao que eu escrevi acima.


Quando o HIIT é feito com muita frequência, e ou combinado com outras formas de exercício de alta intensidade (por exemplo, levantamento de peso, etc.), o HIIT pode e vai levar ao excesso de treinamento (overtraining) e ou lesões, ou como James Krieger concluiu em sua excelente revisão sobre o tema:
"HIIT carrega um risco maior de lesão física e é psicologicamente exigente, tornando o exercício contínuo de baixa a moderada intensidade, a melhor escolha para os indivíduos que estão desmotivados ou contra indicados para o exercício de alta intensidade."
Pessoalmente (Will Brink), eu faço treinamento HIIT não mais que uma vez por semana ao combiná-lo com o treinamento com peso e, geralmente, faço o treinamento intervalado descrito acima, ou algo parecido, e mantenho o HIIT uma vez por semana, como parte do programa de treinamento híbrido que desenvolvi, é muito desgastante e intenso. Além disso, vou tirar uma folga do HIIT por um tempo, e depois adicioná-lo novamente durante alguns meses. O que se segue é uma boa avaliação da ciência sobre o HIIT, mas tenham em mente as realidades do treinamento HIIT.




 Treinamento Intervalado de Alta Intensidade seria o Melhor Protocolo para Perda de Gordura?


Artigo editado por James Krieger


Quando a intensidade do exercício aumenta, a proporção de gordura utilizada como um substrato de energia diminui, enquanto a proporção de hidratos de carbono aumenta. A taxa de mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo também diminui com o aumento da intensidade do exercício. Isto levou a recomendação comum que baixa a moderada intensidade, exercícios de longa duração e de resistência é o mais benéfico para a perda de gordura. No entanto, essa crença não leva em consideração o que acontece durante o período de recuperação pós-exercício; o gasto energético total diário é mais importante para a perda de gordura do que o combustível predominante utilizado durante o exercício. Esta opinião é corroborada pela pesquisa que mostra não haver diferença significativa na perda de gordura corporal entre exercício de alta intensidade e de fraca intensidade submáxima de exercício contínuo, quando o gasto energético total por sessão de exercício é equiparado. Pesquisa de Hickson et al, apoia ainda mais a noção de que o substrato de combustível predominante usado durante o exercício não desempenha um papel na perda de gordura; ratos envolvidos em um protocolo de treinamento de corrida de alta intensidade conseguiram reduções significativas na gordura corporal, apesar do fato de que o treinamento de sprint depende quase inteiramente de hidratos de carbono como fonte de combustível.



Algumas pesquisas sugerem que exercícios de alta intensidade são mais benéficos para a perda de gordura do que o exercício de baixa e moderada intensidade. Pacheco-Sanchez et al, encontraram uma perda de gordura mais pronunciada em ratos que exerceram alta intensidade em comparação com ratos que exerceram uma baixa intensidade, apesar de ambos os grupos terem realizado uma quantidade equivalente de trabalho. Bryner et al, encontraram uma significativa perda de gordura corporal em um grupo que se exercitou em alta intensidade de 80-90% da frequência cardíaca máxima, enquanto nenhuma mudança significativa na gordura corporal foi encontrada no grupo de menor intensidade que exerceu a 60-70% da frequência cardíaca máxima; não houve diferença significativa no trabalho total entre os grupos. Um estudo epidemiológico revelou que as pessoas que regularmente estão envolvidas em exercícios de alta intensidade apresentaram menores dobras cutâneas e relação cintura/quadril (WHRS – Waist to Hip ratios), que os indivíduos que participaram de exercícios de intensidades mais baixas.


Após uma análise de covariância realizada para remover o efeito do gasto energético total nas dobras cutâneas e WHRs, uma diferença significativa ficou entre as pessoas que realizaram exercícios de alta intensidade e pessoas que realizaram exercícios de baixa intensidade.
Tremblay et al, realizaram o estudo mais notável que demonstra que exercícios de alta intensidade, especificamente intermitente, exercício supra máximo, é o mais efetivo para a perda de gordura. Os indivíduos envolvidos em qualquer programa de treinamento de endurance (ET) por 20 semanas ou um programa de treinamento intermitente (HIIT) de alta intensidade por 15 semanas. O custo energético médio estimado do protocolo ET foi 120,4 MJ, enquanto o custo médio de energia estimado do protocolo HIIT foi de 57,9 MJ. A diminuição em seis pregas subcutâneas tendia a ser maior no grupo HIIT do que o grupo ET, apesar do custo de energia drasticamente inferior no treinamento HIIT. Quando expressas numa base por MJ, a redução do grupo HIIT em dobras cutâneas foi nove vezes maior do que o grupo ET.
Uma série de explicações existe para as maiores quantidades de perda de gordura obtida pelo HIIT. Em primeiro lugar, um grande corpo de evidências mostra que os protocolos de alta intensidade, protocolos nomeadamente intermitentes, resultam significativamente em maior gasto energético pós- exercício e maior utilização de gordura do que os protocolos de baixa ou moderada intensidade.



Outras pesquisas encontraram concentrações sanguíneas significativamente elevadas de ácidos graxos livres (AGL) ou o aumento da utilização de gordura durante a recuperação de treinamento de resistência (que é uma forma de HIIT). Rasmussen et al, demonstrou que uma maior intensidade de exercício resultou em maior inativação da acetil-CoA carboxilase (ACC), o que resultaria numa maior oxidação AGL após o exercício desde que, a ACC é um inibidor da oxidação dos AGL (ácidos graxos livres). Tremblay et al, demonstraram que o HIIT aumenta significativamente a atividade da coenzima muscular 3-hidróxiacil coenzima A desidrogenase (um marcador da atividade de oxidação b) ao longo de ET. Finalmente, um número de estudos descobriu que o exercício de alta intensidade consegue suprimir o apetite muito mais do que o exercício de intensidade mais baixa e ainda reduzir a ingestão de gordura.
No geral, as evidências sugerem que HIIT é o método mais eficiente para conseguir a perda de gordura. No entanto, o HIIT carrega um risco maior de lesão e estresse psicológico, tornando o exercício de baixa à moderada intensidade, a melhor escolha para os indivíduos que possuem um nível de condicionamento físico mais fraco.



Artigo Complementar:


 Relação entre EPOC e Intensidade do Exercício:


Após o exercício igual ou inferior a 50% do VO2max, observamos um pequeno aumento de curta duração do consumo de oxigênio pós-exercício. A maior intensidade do exercício (75% do VO2max) produziu o maior EPOC. No entanto, existe uma variação considerável em EPOCS individuais, a partir de cerca de 5L/min para acima de 50 L/min. Nós definimos a intensidade do exercício em relação ao VO2max. É provável que a magnitude do EPOC está relacionada com a quantidade de esforço colocado sobre os processos metabólicos específicos durante o exercício, tais como o metabolismo anaeróbio ou a taxa de mobilização e oxidação de ácidos graxos. A ativação do sistema nervoso simpático, provavelmente, desempenha um papel regulador. Assim, expressa em relação à intensidade do exercício e a extensão da ativação destes processos talvez mostrassem uma melhor correlação com a magnitude do EPOC.
Alguns pesquisadores primeiro relataram um aumento prolongado no gasto energético após o exercício extenuante. (18,21) No entanto, a interpretação desses estudos é difícil, já que o número de participantes foi limitado, os métodos de calorimetria indireta foram menos precisos, e as condições experimentais (nível de atividade de repouso e ingestão de alimentos), nem sempre foram controlados. Ainda assim, vários estudos mais recentes e melhor controlados fornecem evidências convincentes da confirmação que há um componente EPOC prolongado e significativo após o exercício superior a 50% do VO2max.


Dois estudos recentes deste laboratório mostraram que o exercício a 70% do VO2max durante 80 minutos resulta em um aumento médio no consumo de O2 de cerca de 14% por um período de recuperação de 12 horas, em comparação com uma experiência idêntica do grupo controle sem exercício. (6,7)
Bielinski et al observaram um aumento no gasto de energia durante 5 horas depois de 3 horas de exercício a 52% do VO2max, e Chad e Wenger relataram um aumento significativo no consumo de O2 para 7,5 horas, após 60 minutos de exercício a 67% do VO2max. (9) Devlin e Horton submeteram indivíduos a um protocolo de exercício intermitente a 85% do VO2max para um total de 71 minutos, e observaram um aumento de 3% a 7% do gasto energético entre 12 a 16 horas após o exercício. "Finalmente , Gore e Withers em um estudo bem controlado concluíram recentemente que a intensidade do exercício é o principal determinante do EPOC. (14,22)
Também de acordo com os dados atuais, vários pesquisadores concluíram que o aumento do gasto energético após o exercício de baixa intensidade é transitório e mínimo. (1,5) Assim, parece que a controvérsia sobre a duração e magnitude do EPOC pode ser resolvida se as diferenças na intensidade e duração do exercício são levadas em conta.



Com base nos dados dos estudos atuais e anteriores, a duração do EPOC parece ser menor do que 30 minutos após o exercício leve (intensidade <50% do VO2max e duração <1 hora) e a contribuição do EPOC para o consumo total de energia é pequena. (2,5) Mesmo depois de exercício moderado (intensidade em ~ 50% do VO2max e com duração> 1 hora), a duração do EPOC é apenas algumas horas e a adição ao gasto energético durante o exercício é moderado. (8,23)
É possível que as durações prolongadas (2 a 4 horas) possam resultar em um EPOC prolongado mesmo a esta intensidade. Só depois do exercício extenuante (intensidades de 70% ou mais) ocorre um aumento prolongado da recuperação e absorção de O2, contribuindo significativamente para o gasto energético total. (6,7,9,11) Nesta intensidade do exercício, EPOC é linearmente relacionado com a duração do exercício, igualando aproximadamente 15% do consumo total de O2 durante o exercício. (7)
O componente EPOC prolongado é a principal razão para este efeito. Até agora o componente prolongado não foi examinado após intensidades superiores a 75% do VO2max. Naturalmente, o tempo de exaustão diminuirá rapidamente quando a intensidade é aumentada, de modo que a interação entre a duração e intensidade pode ser difícil de avaliar.



 Bases Metabólicas do EPOC:


O exercício desencadeia uma infinidade de processos que devem retornar a uma taxa de rotatividade basal durante o período de recuperação.
Parece que outros tecidos, bem como os músculos, devem estar envolvidos, uma vez que o EPOC de corpo inteiro é muito maior do que pode ser mostrado por eventos musculares locais. (13) O débito clássico de O2, ou componente EPOC rápido (<1 hora pós-exercício), acredita-se ser causado pela reposição de estoques de oxigênio no sangue e músculos, da ressíntese de adenosina trifosfato e fosfato de creatina, e da remoção de lactato. (10,13,24,25)
Além disso, quantitativamente mais importante na fase precoce de recuperação é o aumento da ventilação e uma frequência cardíaca mais alta. Nós atualmente mostramos que qualquer aumento do consumo de O2 associado com maior temperatura do corpo desaparece dentro de 1 hora. Claramente, todos estes processos são; até certo ponto dependentes da intensidade do exercício, o que explica em parte o efeito da forte intensidade no EPOC ao longo das primeiras 2 horas de recuperação.
No entanto, a explicação para o componente metabólico prolongado no EPOC é menos clara, uma vez que a maior parte dos processos acima mencionados; são conhecidos por serem limitados aos primeiros minutos ou horas. Aparentemente, o exercício mais extenuante desencadeia outros eventos que consomem energia que persistem por horas durante a recuperação do exercício. Mais recentemente Bangsbo et al demonstraram funcionalmente no músculo quadríceps humano isolado, que existe um grande consumo de O2 não explicado ao longo dos primeiros 60 minutos pós exercício. (13)


Mostramos agora que o lactato do sangue retorna para os níveis de repouso dentro de 1 hora, e parece que a contribuição do EPOC para o custo de energia da remoção do lactato é limitada a este período de tempo. Mesmo assim, a magnitude do componente EPOC prolongado pode estar relacionada com a ativação do metabolismo anaeróbico durante o exercício. Exercício em intensidades acima do limiar de lactato ou máxima intensidade em que há um estado de equilíbrio na concentração de lactato sanguíneo; resulta num desequilíbrio que acompanha os processos metabólicos durante o exercício, o que aumenta o consumo de O2. (26,28)
É possível que o exercício acima deste limiar desencadeie processos que consomem energia que persistam por várias horas durante a recuperação. Os nossos dados mostram que todas as experiências com lactato foram realizadas usando intensidades de exercício igual ou inferior ao máximo estado de equilíbrio para o lactato. Após o exercício, a 75% do VO2max, houve uma relação tênue entre lactato de sangue no final do exercício e o EPOC resultante, que suporta a sugestão de que a magnitude do EPOC pode ser melhor comparada com a ativação relativa de outros processos metabólicos específicos e não somente o aumento do consumo de O2. A ressíntese de glicogênio a partir de hidratos de carbono fornecidos no alimento tem sido reivindicada por representar uma grande fração do componente EPOC prolongado (7). No entanto, experiências em jejum mostram que não há nenhuma mudança no EPOC se o alimento é dado durante a recuperação ou não. (29)
Pode ser que a alimentação resulte no aumento de alguns processos de síntese de energia (tais como a síntese de glicogênio) e uma diminuição de outros (tal como a gliconeogênese). No entanto, parece que o EPOC é igual, mesmo se a taxa de síntese de glicogênio é alta ou baixa. (29)


Exercício com intensidade elevada resulta na ativação do sistema nervoso simpático com concentrações elevadas de catecolaminas no plasma. (30) A ciclagem de Triglicerídeos/ácidos graxos (TG-FA), que consome ATP, está entre os muitos processos metabólicos estimulado pelas catecolaminas (31).
Dois estudos recentes têm demonstrado que a taxa de ciclagem de TG-FA é elevada durante pelo menos 3 horas após o exercício. (23,32) O aumento da taxa de ciclagem de TG-FA foi estimada para um aumento de 4% a 5% acima do gasto de energia durante 2 horas de recuperação a partir de 4 horas de exercício a 40% do VO2max, (32) e por 3 horas após 2 horas de exercício a 50% do VO2max (23). É possível que o componente EPOC prolongado seja dependente de ativação simpática da ciclagem TG-FA, e existem algumas evidências de que uma mudança de utilização do substrato a partir de hidratos de carbono para a gordura é acompanhada por um aumento da taxa de ciclos (23). Isto é apoiado pela recente descoberta de que o EPOC é aumentado quando a mobilização de ácidos graxos e sua oxidação são estimuladas pela ingestão de cafeína antes do exercício. (33)




 O Real Circuito Tabata:


Artigo editado por Jon Erik Kawamoto, CSCS.


Treinamento curto! Resultados de longa duração! Obter o corpo que você quer em apenas alguns minutos por dia! Soa como um infomercial de fim de noite, e os resultados parecem bom demais para ser verdade. Mas o protocolo Tabata tem a ciência para apoiá-lo.
O método do programa de 20 segundos de trabalho total, seguido por apenas 10 segundos de descanso tem vindo a fazer ondas na indústria de fitness desde que o pesquisador japonês Izumi Tabata desenvolveu o sistema em 1996. Mas nos últimos anos ela se espalhou rapidamente.
Este ano, o sistema de Tabata lançado como um sistema de exercício licenciado nos Estados Unidos e no Reino Unido, com o Dr. Tabata sendo a figura central. No entanto, isso não era o que ele imaginou quando ele executou sua pesquisa original.
"Eu não tinha ideia que ia ser tão popular como se tornou," diz o Dr. Tabata. "Tem sido muito emocionante, e estou muito lisonjeado que o nome Tabata tornou-se sinônimo com esta forma de exercício."


Então, por que se preocupar com a criação de um sistema oficial Tabata? Basta fazer uma pesquisa na Internet para circuito Tabata para ver quantos imitadores não oficiais surgiram rapidamente. Converse com as pessoas no ginásio, e eles vão usar regularmente "Tabata" como um substantivo: "Eu estou indo só para fazer circuito Tabata."
Alguns protocolos que possuem o nome Tabata são fiéis aos princípios originais da obra do Dr. Izumi Tabata enquanto outros; são apenas uma variação de exercícios intervalados. Parte da motivação para a nova marca, diz Dr. Tabata, era para dissipar alguns dos equívocos sobre o regime de treino e para garantir que as pessoas façam corretamente para obter os resultados que eles desejam.
Com tantos imitadores no mercado, nós fomos diretamente para o próprio criador. Ele forneceu um plano de treino baseado e aprovado na pesquisa Tabata e destina-se a deixá-lo muito ofegante em apenas quatro minutos.



 A História do Protocolo Tabata:


Em 1996, Dr. Tabata e sua equipe de pesquisa do Instituto Nacional de Educação Física e Esporte no Japão realizou um estudo com uma premissa simples: depois de 10 minutos de aquecimento, os indivíduos realizaram oito rodadas de 20 segundos de trabalho, cada um seguido por 10 segundos de descanso.

6 Dicas Do Protocolo Tabata:

Para tirar o máximo proveito do seu treino Tabata, siga estas orientações:

Aquecimento por pelo menos 10 minutos. Isso é parte do protocolo original.
Use exercícios de corpo inteiro que exijam o esforço de muitos grupos musculares quanto possível.
Exercícios com peso corporal, um colete pesado, ou pesos livres são todos aceitáveis.
Faça 20 segundos de exercícios com alta intensidade. Sério, ritmo forte.
Difícil encontrar sua respiração durante os 10 segundos de descanso. Boa sorte.
Esteja preparado para suar muito.

O tempo total de exercício após o aquecimento é de 4 minutos. É isso aí. Há uma ressalva, no entanto: os 20 segundos explosivos provocam um aumento de 170 por cento do VO2 max, que é a maior quantidade de oxigênio que o corpo pode consumir e usar para a energia.
Esta explosão de curto prazo de energia produz alguns resultados incríveis, tanto a curto quanto em longo prazo. Apenas uma sessão de quatro minutos queimou o mesmo número de calorias que uma corrida de 60 minutos. Mas quando realizado quatro vezes por semana durante seis semanas (com um único dia de longa duração), ele também foi mais eficaz na melhoria da capacidade aeróbia e anaeróbia do corpo em relação à intensidade moderada de exercício aeróbio.


Em 1997, o Dr. Tabata concluiu que 30 segundos a 200 por cento do VO2 máximo com descanso de 2 minutos não era tão eficaz como o protocolo de 20-10 a taxar os sistemas aeróbicos e anaeróbicos, mesmo que o de 30 segundos, por 2 de descanso tenha rajadas mais intensas e mais longas de exercício. O modelo 20-10 tem suportado o nome dele desde então.
Apesar do que você pode ter ouvido; os dois estudos não lidam com a perda de gordura, a composição corporal, ou o efeito "Afterburn" muito discutido. Mas o Dr. Tabata diz que ele vai em breve produzir um documento sobre os efeitos melhorados do consumo de oxigênio em excesso pós-exercício (EPOC) seguindo o protocolo Tabata, que será o primeiro estudo científico mostrando resultados clínicos que o protocolo 20-10 pode queimar calorias por até 12 horas após o treino.
Mesmo que o estudo original foi realizado com patinadores de velocidade Olímpicos, o Dr. Tabata diz que ele tem visto resultados encorajadores na execução do protocolo Tabata com pessoas diabéticas, com doença isquêmica do coração e acidente vascular cerebral.
"Você não tem que ser um atleta de elite para este protocolo que pode ajudar a melhorar sua vida", diz Tabata.

O circuito Tabata consiste de oito exercícios, que receberam o selo de aprovação do Dr. Tabata. Execute cada exercício com a maior intensidade possível, durante os 20 segundos explosivos, e tente se recuperar durante os 10 segundos de descanso. Repetir uma vez cada exercício, num total de quatro minutos.


Protocolo Tabata:


Exercício 1: Cockroach (Andar de Barata)

Exercício 2: Rotating Jump Lunge (Avanço com Rotação)

Exercício 3: Sprawl and Jump (Expansão de pernas com Salto)

Exercício 4: Weighted Wood Chop (Rotação com Halteres)

Exercício 5: Frog Jump (Salto de Rã)

Exercício 6: Leg Burpee (Encolhimento de Pernas com Salto)

Exercício 7: Single Arm Kick Through (Pontapé)

Exercício 8: Crab Lunge (Perna de Caranguejo)


** Duração de 4 minutos, com intervalos de 10 segundos entre os exercícios.




Nota do Nutricionista:


Atualmente como foi citado no começo do artigo, podemos notar que a maioria das pessoas pratica o treinamento intervalado e não o HIIT.
Realmente é impressionante o resultado do HIIT com um treino de apenas 4 minutos, reforçando a importância da queima de gordura na fase de recuperação após o exercício de alta intensidade.
Logicamente não devemos menosprezar o treinamento de baixa ou média intensidade e o treinamento intervalado, mas o HIIT pelo resultado e pela pouca exigência de tempo é uma opção muitíssimo interessante.





Referências:

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Referências: (artigo complementar)

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