sexta-feira, 31 de maio de 2013

Massa Muscular em Idosos - Treinamento com Pesos e Nutrição

Massa Muscular em Idosos – Treinamento com Pesos e Nutrição.

-www.iofbonehealth.org


 Blog Pilates


Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br

Em um trabalho de revisão publicado pela Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), o grupo de estudos em Nutrição afirma o valor do treinamento de resistência com pesos combinado com a ingestão de nutrientes adequados para evitar a sarcopenia ou a perda de massa muscular que normalmente ocorre com o envelhecimento. A condição aumenta o risco de queda e lesão subsequente, sendo uma causa significativa de incapacidade.

A revisão enfatiza a importância da proteína, vitamina D, vitamina B12 e ácido fólico, além de nos alertar para evitar o consumo de grandes quantidades de alimentos ácidos. A ingestão diária de proteína deve ser em média de 1,5 gramas por quilograma de peso corporal.
Frutas e vegetais por outro lado são alcalinizantes, beneficiando assim os músculos e ossos. A vitamina D é também importante para os músculos e ossos, devendo ser suplementada em muitos casos, especialmente entre os indivíduos com idade avançada. A vitamina B12, com ou sem ácido fólico, adicionalmente, desempenha um papel na função e força muscular.

“A intervenção mais óbvia contra sarcopenia é o exercício na forma de treinamento de resistência com pesos ", afirmou o co-autor Jean-Philippe Bonjour, que é professor de Medicina na Universidade de Genebra e Serviço de Doenças Ósseas. "No entanto, a ingestão nutricional adequada e um ótimo equilíbrio ácido/base da dieta também são elementos muito importantes em qualquer estratégia para preservar a massa muscular e força durante o envelhecimento.”

“Estratégias para reduzir o número de quedas e fraturas entre a população com idade mais avançada devem incluir medidas para evitar a sarcopenia ", observou o co-autor Ambrish Mithal. "No momento, os dados disponíveis sugerem que a combinação de treino de resistência com o estado nutricional ideal tem um efeito sinérgico na prevenção e tratamento da sarcopenia. Esperamos que novos estudos ajudem a demonstrar, outras formas eficazes de prevenção e tratamento desta condição. "
Mas logicamente, a combinação do treinamento com pesos, dieta equilibrada e a suplementação são extremamente eficazes.


Artigo Complementar – Sarcopenia e Estilo de Vida:


Artigo Editado por Abraham Z. Reznick, Ph.D.

- Rosenberg IH. Sarcopenia: origins and clinical relevance. J Nutr 1997;127:990–1.

- Burton LA, Sumukadas D. Optimal management of sarcopenia. Clin Interv Aging 2010;7:217–28.

- Anthony, J.C.; Lang, C.H.; Crozier, S.J.; Anthony, T.G.; Maclean, D.A.; Kimball, S.R.; Jefferson, L.S. Contribution of insulin to the translational control of protein synthesis in skeletal muscle by leucine. Am. J. Physiol. Endocrinol. Metab., v.282,
n.5, p.E1092-E1101, 2002a.

- Montero-Odasso M, Duque G. Vitamin D in the aging musculoskeletal system: an authentic strength preserving hormone. Mol Aspects Med 2005;26:203–19.

- Ceglia L. Vitamin D and its role in skeletal muscle. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2009;12:628–33.


Definição:

O termo sarcopenia (em Grego, sarx para carne e penia para perda), proposto pela primeira vez por Irwin Rosenberg, descreve a perda relacionada à idade da força e massa muscular esquelética. Sarcopenia é um estado comum de saúde comprometida com um número elevado de pessoas e um custo financeiro extremamente alto. No entanto, a sarcopenia não tem uma definição clínica aceita e também não possui um código na Classificação Internacional de Doenças (CID-9). Portanto, o Grupo de Trabalho Europeu sobre sarcopenia em idosos (EWGSOP), reunido em 2009, elaborou e desenvolveu definições, critérios diagnósticos, categorias e estágios para a sarcopenia. Segundo o EWGSOP, a sarcopenia é diagnosticada pela presença de pouca massa muscular juntamente com a baixa função muscular (força ou o desempenho físico).
O EWGSOP sugeriu as seguintes categorias para refletir a gravidade da sarcopenia: Pré-sarcopenia, caracterizada por baixa massa muscular sem impacto sobre a função muscular; Sarcopenia, caracterizada por baixa massa e força muscular ou baixo desempenho físico; e Sarcopenia grave, caracterizada por baixa massa e força muscular e baixo desempenho físico.

A prevalência de sarcopenia entre as pessoas com mais de 65 anos, foi estimada tão alta quanto 15%, e 50% entre as pessoas com idade superior a 80 anos. Como um problema de saúde pública, o custo em cuidados de saúde da sarcopenia nos Estados Unidos foi estimado em 18,5 bilhões de dólares no ano de 2000. Esta estimativa levou em consideração os custos diretos de sarcopenia, incluindo hospital, paciente, as despesas dentro da residência hospitalar, e não incluem os custos indiretos da sarcopenia como a perda de produtividade.
A população mundial com idade superior a 60 anos deverá triplicar, de 600 milhões em 2000 para mais de 2 bilhões até o ano de 2050. Devido a esse aumento da expectativa de vida em todo o mundo, a prevalência e o custo da sarcopenia tendem a subir. Portanto, o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento desta doença são de grande importância.



Fatores Dietéticos e Sarcopenia:

O envelhecimento está associado com a redução do apetite e baixa ingestão de alimentos, que antes era chamado de anorexia do envelhecimento. Várias causas têm sido sugeridas para explicar este fenômeno. Anorexia do envelhecimento pode ser o resultado de uma saciedade precoce em consequência do aumento dos níveis de colecistoquinina e leptina.
Alteração no paladar e aroma dos alimentos, mudanças sociais e limitações econômicas também podem levar a diminuição da ingestão de alimentos.
Estas condições podem resultar em baixa ingestão de nutrientes, o que é um fator de risco importante contribuindo no desenvolvimento da sarcopenia. Em particular, o consumo de proteína tem uma grande influência sobre o metabolismo do músculo esquelético. A ingestão inadequada de proteína é um dos principais mecanismos subjacentes à sarcopenia.

Leucina:

O aminoácido essencial Leucina desempenha um importante papel na regulação do metabolismo muscular e é conhecido como um nutriente que ajuda a evitar a atrofia muscular (anti-atrófico). A Leucina regula o controle da tradução da síntese de proteínas através da ativação do caminho de sinalização do mTOR. Além disso, os estudos in-vivo e in-vitro têm demonstrado a capacidade de leucina em atenuar a perda de músculo esquelético, pela sua interação com os caminhos proteolíticos (diminuição da perda muscular). Vários estudos mostraram que o aumento da proporção de leucina em uma mistura de aminoácidos essenciais administradas a indivíduos idosos, pode estimular muito a síntese protéica no tecido muscular.

Estudos em animais indicam que as refeições suplementadas com leucina podem tanto de forma aguda, e ao longo de um período de pelo menos 10 dias, beneficamente atuar sobre o anabolismo de proteínas musculares. O presente estudo proporciona pela primeira vez, evidências in vivo em seres humanos idosos que um bolus relativamente pequeno de leucina ingerida (3 g), pode melhorar a retenção de forma aguda de proteínas musculares e reverter à falta de estimulação da síntese de proteína muscular após a ingestão de uma pequena quantidade de aminoácidos essenciais.

Leucina e Insulina:

A leucina influencia o controle de curto prazo da etapa de tradução da síntese protéica e este efeito é sinérgico com a insulina, que é um hormônio anabólico, com papel crítico na manutenção da síntese protéica muscular. Contudo, a insulina de modo isolado não é suficiente para estimular a síntese protéica muscular no estado pós absortivo, sendo necessária a ingestão de proteínas ou de
aminoácidos para restaurar completamente as taxas de síntese
protéica. É proposto que o efeito da insulina na síntese protéica muscular esteja relacionado ao papel desse hormônio em potencializar o sistema de tradução de proteínas, ao invés de regular diretamente tal processo, ou seja, a insulina exerce um efeito permissivo sobre a síntese protéica na presença de aminoácidos (Norton, Layman, 2006). Aliado a isto, cabe ressaltar que a administração oral de leucina produz ligeiro e transitório aumento na concentração de insulina sérica, fato este que age também de modo permissivo para a estimulação da síntese protéica
induzida por este aminoácido (Bolster, Jefferson, Kimball,
2004; Anthony et al., 2002a).

Estudos em ratos diabéticos demonstram que parte da resposta da leucina sobre a síntese protéica no músculo esquelético ocorre tanto
por meio de mecanismos independentes de insulina quanto
dependentes de insulina (Kimball, Jefferson, 2006b). Portanto,
conclui-se que os efeitos estimulatórios da leucina sobre a síntese protéica muscular ocorrem por mecanismos dependentes de insulina, que incluem a sinalização mediada pela proteína mTOR para a 4E-BP1 e a p70S6k, enquanto os efeitos independentes de insulina são mediados por um mecanismo ainda não totalmente esclarecido, que envolve a fosforilação do eIF4G e/ou sua associação com o eIF4E (Crozier et al., 2005; Deldicque, Theisen, Francaux, 2005; Anthony et al., 2002b).

Vitamina D:

A Vitamina D foi reconhecida recentemente como sendo mais um nutriente importante com potencial na prevenção da sarcopenia. Descobertas recentes demonstraram que a vitamina D desempenha uma importante função no tecido muscular esquelético, mantendo a função das fibras do tipo II, preservando a força muscular e prevenindo as quedas, muito comuns na terceira idade. A supressão do receptor de vitamina D em camundongos é caracterizadas por retardo no crescimento, comprometimento muscular, e menores diâmetros de fibras musculares quando comparadas aos camundongos selvagens.

Os adultos de maior idade possuem um maior risco de insuficiência de vitamina D devido a vários fatores. O envelhecimento diminui a capacidade da pele de sintetizar a vitamina D de forma eficiente, e o rim é menos capaz de converter a vitamina D em sua forma ativa, além disso, a exposição solar inadequada, que é essencial para a síntese de vitamina D e o baixo consumo alimentar de vitamina D são comuns entre os idosos. De fato, a prevalência da insuficiência de vitamina D em idosos foi estimada em 78%.

A Fraqueza muscular proximal tem sido reconhecida como uma característica clínica predominante da deficiência de vitamina D. No entanto, com a descoberta dos receptores de vitamina D (VDR), no tecido muscular, e a constatação de que os seus números diminuem com a idade, tem havido um interesse considerável para os potenciais efeitos terapêuticos da vitamina D. Os resultados dos estudos observacionais e prospectivos em larga escala envolvendo homens e mulheres mostram que baixos níveis séricos de 25 (OH)D estão relacionados com as perdas aceleradas de massa muscular e redução da força muscular, potência muscular reduzida e velocidade da marcha, diminuição do equilíbrio e aumento da oscilação postural.

Influência do Equilíbrio Ácido-Base na Musculatura:


O equilíbrio ácido-base afeta o músculo em exercício e no repouso. Esta avaliação incide sobre o papel das dietas produtoras de ácido no músculo em repouso. Na presença de acidose extracelular, a saída de íons de hidrogênio da musculatura de cães é inibida, enquanto a alcalose ajuda a promover a saída pelo aumento da capacidade de tamponamento no fluido extracelular . Mais importante, a acidose metabólica promove a degradação da proteína e excreção de nitrogênio e inibe a síntese proteica. Isto leva ao enfraquecimento e a perda da força muscular.
A atrofia muscular pode também ser considerada uma resposta adaptativa a acidose, especialmente em pessoas idosas. Os aminoácidos liberados a partir do músculo fornecem substrato para a síntese hepática de glutamina, o que por sua vez permite a síntese de amônia no rim. A Amônia espontaneamente aceita um íon hidrogênio e é excretada como amoníaco, atenuando a acidose. O efeito da acidose no músculo também pode ser mediado através da supressão de IGF-1 . O IGF-1 aumenta a massa de tecido magro em adultos e aumenta o anabolismo das proteínas.
Lembrando que o IGF-1 é um fator de crescimento do tipo insulina que possui uma forte ação anabólica.


Ingestão de Álcool e Massa Muscular:

Os alcoólatras freqüentemente sofrem uma diminuição de massa e força muscular, dor muscular, cãibras, dificuldades na marcha e quedas. Este fenômeno é conhecido como miopatia alcoólica. A Miopatia alcoólica aguda ocorre após abusos alcoólicos graves em alcoólatras desnutridos. É uma condição rara caracterizada por dores musculares, mioglobinúria, aumento dos níveis de creatina quinase (CK) que é um marcador do desgaste muscular, e muitas vezes insuficiência renal. No entanto, a miopatia alcoólica crônica é uma complicação comum do alcoolismo e afeta aproximadamente 50% dos alcoólatras.

A Miopatia alcoólica crônica não está associada com a deficiência nutricional, vitamínica, mineral ou doença hepática alcoólica, e é reversível dentro de 6-12 meses de abstinência. É uma doença caracterizada pela atrofia seletiva das fibras musculares do tipo II, que conduz a uma redução da massa muscular em até 30%.
Estudos anteriores tentaram explicar os mecanismos moleculares de danos do músculo esquelético induzido pelo álcool. Tiernan e Ward administraram etanol de forma intensa a ratos e investigaram os seus efeitos sobre todo o organismo e a síntese de proteínas musculares. Eles descobriram que o etanol diminuiu a síntese protéica em todo o organismo e a síntese de proteína muscular em 41% e 75%, respectivamente.

O abuso de álcool parece afetar severamente o músculo esquelético, promovendo o seu dano e uma maior perda deste tecido. Os estudos in vivo indicam que o álcool induz a lesão muscular, sendo o resultado de uma deficiência na síntese proteica muscular, e não do aumento do catabolismo muscular. Embora o consumo de álcool não seja conhecido como uma causa direta da sarcopenia, os estudos que demonstram os efeitos nocivos do álcool sobre o músculo esquelético sugerem que o consumo crônico de álcool pode promover a perda de massa muscular e força na velhice. Portanto, propõe-se que a ingestão elevada de álcool é um hábito de vida que pode promover a sarcopenia. Reduzir o consumo de álcool pode servir como uma estratégia muito válida para a prevenção da doença.


Hábito de Fumar e Massa Muscular:

Vários estudos tentaram explicar o mecanismo pelo qual o fumo promove o catabolismo muscular e acelera a progressão da sarcopenia. Os efeitos do cigarro sobre a estrutura do músculo esquelético e do metabolismo foram demonstrados em ensaios clínicos, in vivo, e estudos in-vitro. Montes de Oca et al. exploraram os efeitos do tabagismo sobre o músculo esquelético, estudando biópsias do músculo vasto lateral de indivíduos fumantes e controles saudáveis​​.

Eles descobriram danos estruturais e metabólicos no músculo esquelético de fumantes, incluindo diminuição da área da seção transversal das fibras musculares do tipo I e uma tendência similar nas fibras do tipo IIa. Petersen et al. estudaram o efeito do tabagismo sobre o metabolismo de proteínas no músculo esquelético de fumantes e não fumantes com a idade de 60 anos. Eles descobriram que a taxa fracionada de síntese muscular foi significativamente menor em fumantes em comparação com os não fumantes. Além disso, os fumantes apresentaram uma maior expressão do MAFbx/atrogin-1 ligase E3 músculo-específica, como também de um dos mais fortes inibidores do crescimento muscular chamado de miostatina.

Nota do Nuticionista:

Quando pensamos em musculação, a primeira idéia que aparece em nossa mente é o benefício estético (doce engano).
Se pararmos para pensar na importância da musculação na preservação de massa óssea e muscular o que trará independência e qualidade de vida para quando atingirmos mais de 80 ou 90 anos; seguindo este raciocínio este esporte se torna uma arma única, exclusiva, especial e mesmo obrigatória para todas as pessoas em qualquer idade.
Não deixe o tempo passar sem praticar a musculação, no futuro seu corpo agradecerá !!
Logo a seguir um artigo focado somente no treinamento, elaborado pelo meu amigo e Personal Trainer Francisco Furio.


Treinamento para Terceira Idade

Francisco Furio
CREF: 057747
www.furiopersonal.com.br


Nos últimos anos, na maioria das sociedades, tem ocorrido um aumento na expectativa de vida, repercutindo num incremento do número de pessoas pertencentes a terceira idade, principalmente nos países mais desenvolvidos como o Japão, a Suécia, os EUA e o Canadá onde a expectativa média de vida é de 75 anos; nos países subdesenvolvidos, todavia, essa expectativa média de vida não ultrapassa os 56 anos no Peru, 48 anos na Bolívia e 61 anos no Brasil.

Em virtude desses aspectos, acredita - se que a participação do idoso em programas de exercício físico regular poderá influenciar no processo de envelhecimento, com impacto sobre a qualidade e expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, garantia de maior independência pessoal e um efeito benéfico no controle, tratamento e prevenção de doenças como diabetes, enfermidades cardíacas, hipertensão, arteriosclerose, varizes, enfermidades respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dor crônica.
Hoje em dia é muito comum encontrar senhores e senhoras se exercitando. Isso é devido à divulgação de inúmeros estudos realizados em vários países, nos quais as pesquisas apontam os benefícios das atividades físicas que são uma garantia para um envelhecimento saudável. Embora saibamos que uma regressão anatômica e funcional de todo organismo é inevitável, nada melhor do que observar que esta perda é compatível com um padrão mínimo de normalidade.

Entendendo o envelhecimento
Definimos e classificamos o envelhecimento de duas formas: em idade cronológica e idade biológica, sendo a idade cronológica os anos de vida de uma pessoa e pode ser dividida em idade jovem, média e avançada; já a idade biológica é baseada na aptidão física e no estado de saúde, sendo avaliada por parâmetros como captação máxima de oxigênio, força muscular e flexibilidade. Comparando a idade cronológica com a idade biológica nota-se que a mesma pode ser alterada com um programa regular de condicionamento físico, sendo assim podemos encontrar pessoas com 65 anos de idade cronológica com aparência de 45 anos de idade biológica, graças a ação de um treinamento de musculação regular.

O envelhecimento não é simplesmente o passar do tempo, nem deve ser visto como uma doença, mas sim como um processo natural de eventos biológicos que ocorrem ao longo dos anos. Infelizmente qualquer coisa nesse planeta envelhece, não somente os seres humanos, sendo assim, deve-se encarar o envelhecimento de forma natural, pois o mesmo tem sido definido como uma perda progressiva das capacidades fisiológicas, levando fatalmente à morte, mesmo assim essas causas permanecem relativamente obscuras.

Na verdade nada pode ser feito para impedir o envelhecimento, apenas retardar esse processo que varia entre os indivíduos.
Algumas alterações fisiológicas durante o envelhecimento que podem diminuir a capacidade funcional, comprometendo a saúde e qualidade de vida do idoso. Essas alterações acontecem: ao nível do sistema cardiovascular; no sistema respiratório com a diminuição da capacidade vital, da freqüência e do volume respiratório; no sistema nervoso central e periférico, onde a reação se torna mais lenta e a velocidade de condução nervosa declina e; no sistema músculo - esquelético pelo declínio da potência muscular, não só pelo avanço da idade mas pela falta de uso e diminuição da taxa metabólica basal.
É possível apontar as alterações que acontecem durante o processo de envelhecimento em vários níveis, essas mudanças são as seguintes:

antropométricas - incremento no peso, diminuição da massa livre de gordura, diminuição da altura, incremento da gordura corporal, diminuição da massa muscular, diminuição da densidade óssea;

muscular - perda de 10 - 20% na força muscular, diminuição na habilidade para manter força estática, maior índice de fadiga muscular, menor capacidade para hipertrofia, diminuição no tamanho e número de fibras musculares, diminuição na atividade da ATPase miofibrilar, diminuição das enzimas glicolíticas e oxidativas, diminuição dos níveis de ATP-CP, glicogênio, proteína mitocondrial, diminuição na velocidade de condução, aumento do limiar de excitabilidade da membrana e diminuição na capacidade de regeneração;

cardiovascular - diminuição do débito cardíaco, diminuição da freqüência cardíaca, diminuição do volume sistólico, diminuição da utilização de O2 pelos tecidos, diminuição do VO2 máximo, aumento da pressão arterial, aumento na diferença arteriovenosa de O2, aumento da concentração de ácido láctico, aumento no débito de O2, menor capacidade de adaptação e recuperação do exercício;

pulmonar - diminuição da capacidade vital, aumento do volume residual, aumento do espaço morto anatômico, aumento da ventilação durante o exercício, menor mobilidade da parede torácica, diminuição da capacidade de difusão pulmonar O2;

neural - diminuição no número e tamanho dos neurônios, diminuição na velocidade de condução nervosa, aumento do tecido conectivo nos neurônios, menor tempo de reação, menor velocidade de movimento, diminuição no fluxo sangüíneo cerebral;

outros - diminuição da agilidade, diminuição da coordenação, diminuição do equilíbrio, diminuição da flexibilidade, diminuição da mobilidade articular, aumento na rigidez de cartilagem, tendões e ligamentos.
A partir do reconhecimento desses fatores é possível compreender que o idoso é relativamente mais fraco, mais lento e menos potente; verificando-se com o avanço da idade uma redução no desempenho que requer regulação do sistema nervoso, como no caso do equilíbrio e do tempo de reação.

Os efeitos do treinamento de musculação no envelhecimento:

O treinamento de musculação tem se mostrado um dos mais seguros e eficientes exercícios para a pessoa no processo de envelhecimento, desde que bem orientado, por tanto se nota um aumento exacerbado de idosos praticantes de musculação, onde buscam obter uma melhor qualidade de vida e saúde, bem como obter força para as realizações das atividades diárias e independência, assim como o bem estar.

Estudos recentes afirmam que os ganhos iniciais de força ocorrem por adaptações nervosas, com uma pequena hipertrofia muscular, que é um pouco limitada em pessoas idosas, essa limitação quando comparada com a dos jovens acredita-se que possa ser devido à diminuição nos níveis do hormônio masculino testosterona, relacionado à idade.

Abaixo alguns dos benefícios do Treinamento de musculação:

Melhora o equilíbrio nitrogenado e a retenção de nitrogênio em qualquer ingestão de proteína, e isto pode significar a diferença entre a redução continuada ou a retenção dos estoques de proteína corporal (primariamente muscular).

O treinamento de musculação pode ser um importante coadjuvante para intervenção de redução de peso no idoso.
É um meio efetivo para aumentar os requerimentos energéticos, diminuir a massa de gordura corporal, e manter a massa muscular em indivíduos idosos saudáveis.
O treinamento de musculação também melhora a ação da insulina em pessoas idosas.
O treinamento de força intenso sobre a densidade óssea em indivíduos idosos, pode compensar o declínio típico relacionado com a idade na saúde óssea pela manutenção ou incremento na densidade mineral óssea, ou no conteúdo mineral corporal total;
aumento da massa e a força muscular, equilíbrio dinâmico e os níveis totais de atividade física. Todos esses benefícios podem resultar na diminuição do risco de fraturas ósseas e consequentemente na melhoria da qualidade de vida dos idosos.

A prática da AF é recomendada para manter e/ou melhorar a densidade mineral óssea e prevenir a perda de massa óssea. A AF regular exerce um efeito positivo na preservação da massa óssea, entretanto, ele não deve ser considerado como um substituto da terapia de reposição hormonal. A associação entre tratamento medicamentoso e AF é uma excelente maneira de se prevenir fraturas.


CONCLUSÃO
Conclui-se que um programa de musculação bem elaborado e orientado pode resultar em inúmeros benefícios para o sistema muscular dos idosos. Evidências atuais indicam claramente que a participação em exercícios regulares é um efetivo caminho para reduzir e/ou prevenir o número de declínios associados ao envelhecimento. O treinamento pode auxiliar a manutenção e a melhora de vários aspectos do funcionamento do coração e pulmão além de auxiliar na diminuição na perda de massa e resistência tipicamente associada com o envelhecimento, bem como na melhora da capacidade funcional.

Também é importante ressaltar, a redução dos fatores de risco associado as doenças (doenças no coração, diabetes, osteoporose e outras) melhorando a saúde e contribuindo para a diminuição dos desconfortos diários. Portanto o treinamento de musculação estará contribuindo para a melhora da capacidade funcional dos homens e mulheres em processo de envelhecimento, dessa forma, melhorando a qualidade de vida e autonomia.

Referências: CAMPO, 2000, SKINNER, 2011, FARO JR., LOURENÇO e BARROA NETO, 2006C; MATSUDO, 1998

terça-feira, 28 de maio de 2013

O Balanço Ácido-Base de nossa Dieta

O Balanço Ácido-Base de nossa Dieta

Texto editado por Miguel Chain
Revisado pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira

- Remer and Manz, J. Am Diet Assoc. 95: 791-797, 1995.

-Maurer et al, Am J Physiol Renal Physiol. 284(1): F32-40, 2003.

- Sebastian et al. Am J Clin Nutr. 76(6): 1308-1316, 2002.

Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br

Sempre que pensamos no treinamento com pesos com o objetivo de ganhar músculos ou perder gordura, não podemos nos esquecer de levar em conta a dieta. Nenhum programa de treinamento funcionaria perfeitamente caso a dieta não corresponda aos objetivos almejados. Se tivermos um treino ótimo e uma dieta ruim, não atingiremos o objetivo. Por outro lado, se tivermos um treino ruim, mas uma dieta ótima, até poderemos ver resultados medianos.
Para que cheguemos aos melhores resultados, no menor intervalo de tempo possível, é preciso calcular com precisão milimétrica tanto o programa de treinamento quanto a dieta. Se você está na frente do seu PC ou Smartphone lendo este artigo agora, as chances de que você treine musculação seriamente são grandes. Por isso, imagino que queira obter sempre o melhor resultado possível em seus treinos.

Quando falamos sobre dietas, muitas coisas básicas e óbvias nos vêm à cabeça. Alguns tópicos saltam à nossa frente, impedindo que os deixemos passar desapercebidos. Balanço calórico. Precisamos ingerir mais calorias do que gastamos para ganhar massa muscular; ingerimos menos calorias para perder gordura. Partição dos macronutrientes; precisamos ingerir muito menos carboidratos quando quisermos perder gordura corporal. Ingerir fontes de gorduras boas como azeite extra-virgem, amêndoas e castanhas adiciona calorias importantes na hora de ganhar massa muscular (sem o grande risco de acumular gordura). Vitaminas e minerais também não podem ser desconsiderados.

Diante de tudo isso e de muitos outros fatores, será que nunca nos esquecemos de nada? Será que mais nada poderia ser adicionado ao nosso arsenal?
Eu sinceramente pensava que não. Praticamente tudo estava na mesa. Todos os fatos estavam ali. Eu estava equivocado. Havia ainda, mais um elo perdido que nos ajudará muito. O balanço ácido-base de nossa dieta.
Sempre me preocupei com o balanço calórico e em agrupar e montar cada refeição na hora certa para que houvesse todas as alterações hormonais corretas. Diferentes tipos de alimentos, com diferentes velocidades de digestão e absorção, quantidade de proteína, diferentes concentrações de micronutrientes e muitos outros fatores trazem mudanças e alterações no balanço ácido-base do nosso organismo. Embora pareça irrelevante, o equilibrio ácido-base (EAB) é fundamental para a manutenção da saúde e obtenção de uma melhor performance atlética.

Como funciona?

Basicamente, quando a comida que ingerimos é digerida, cada um de seus componentes irá se apresentar aos rins ou como um composto ácido, ou como um composto básico. Quando totalizamos os macro e micronutrientes (ambos têm um papel fundamental nessa questão) de acordo com sua propriedade de gerar compostos ácidos ou básicos no final do dia, teremos o saldo. Se tivermos ingerido mais alimentos ácidos, teremos nosso organismo em um estado “ácido”. Se mais alimentos básicos tiverem sido ingeridos, nosso organismo estará em estado “básico”.
Quando ficamos em acidose crônica por algum tempo (vocês descobrirão que praticamente vivemos em acidose crônica) temos problemas relacionados à testosterona e GH, aumento da liberação de cortisol, perda de massa óssea e grande diminuição da taxa de síntese protéica muscular. Vamos falar sobre isso mais abaixo.

Determinar se certo alimento possui uma carga básica ou ácida em nosso organismo não é tarefa simples. O bom senso nos faz imaginar que alimentos proteícos geram uma carga ácida, pois os aminoácidos (que formam a proteína) possuem um grupo ácido em sua constituição química. Imaginamos também que alimentos ricos em potássio gerem uma carga básica. Será que é assim que funciona?
Quais alimentos são responsáveis pelas cargas ácidas e quais são responsáveis pelas cargas básicas? O que eu devo comer ou deixar de comer? Essas perguntas ficaram me martelando por um tempinho. Foi então que encontrei um artigo de dois pesquisadores, Remer e Manz. Esses pesquisadores de Dortmund, Alemanha desenvolveram uma tabela de classificação dos alimentos de acordo com sua carga ácida ou básica. Eles a batizaram de – Potential Renal Acid Load ou simplesmente PRAL.

Essa tabela mostra valores exatos da carga ácida ou básica de vários alimentos. Quanto maior o valor do PRAL, maior a carga ácida no organismo. Para fins clínicos isso é importante pois o médico pode calcular com precisão o saldo ácido básico do paciente e potencialmente salvar sua saúde. Para nós, que só queremos ficar ainda maiores, os cálculos são um pouco mais simples.

Por que deveríamos dizer não ao ácido ?

Cada célula de nosso corpo funciona melhor dentro de uma faixa de pH; algumas preferem um pH mais ácido, outras um pH mais básico. Mas sempre nosso organismo tenta atingir um pH médio geral normal.
Nas últimas décadas, o aumento do consumo de alimentos indústrializados e altamente processados têm criado uma condição chamada de “Acidose metabólica crônica leve”. Ou seja, vivemos em acidose na maioria do tempo, ela é causada pela dieta e é uma acidose fraca. Alguns tipos de doenças poderiam causar a temida “acidose metabólica”, essa uma condição com sintomas claros e muito prejudicial à saúde. Mas estamos discutindo aqui a “acidose metabólica crônica leve”. Isso quer dizer que as alterações nos marcadores de exames ou sintomas são pequenas demais, muito sutis.

Mesmo assim, suas células vão reconhecer essas sutis alterações de pH e começarão a trabalhar de forma insatisfatória para suas necessidades atléticas (ganhar muita massa muscular sem gordura).
Nossos ancestrais (de milhares de anos atrás) viviam do que chamamos caça e coleta. Basicamente eles caçavam animais selvagens e comiam poucos vegetais e nozes. Porém, esse tipo de dieta proporcionava um saldo “não-ácido”. A medida que a sociedade como conhecemos hoje foi se desenvolvendo, nossos hábitos mudaram. Quando o homem deixou de ser nômade, se organizou em tribos e desenvolveu a agricultura, começamos a ingerir principalmente grãos. Com a revolução industrial, os grãos começaram a ser processados e a virar farinha. E atualmente 90% da comida ingerida é processada ou modificada quimicamente através de corantes, emulsificantes, espessantes, conservantes entre outros.

Com isso, vivemos com o que os especialistas chamam de “acidose crônica leve”. O quadro se agrava quando começamos a pensar em nossas dietas dirigidas aos objetivos na academia. Ingerimos muitos grãos e proteína animal – todos fatores desencadeadores de saldo ácido. E ingerimos em pouca quantidade (muitos nem ingerem) fibras e alimentos ricos em bicarbonatos.
Nesse quadro (acidose crônica leve) , nosso organismo vai tentar manter o pH normal a todo custo. Para isso ele vai se utilizar de alguns mecanismos Tampão (Reações fisiológicas que visam neutralizar a acidose). Alguns tecidos de seu corpo vão sofrer com isso.

Massa Óssea

O cálcio é um mineral com uma forte ação básica. Por isso, nosso organismo frequentemente se utiliza dele para formar soluções tampão. Sabemos que os ossos são o local de maior concentração de cálcio em nosso corpo. Em caso de acidose metabólica, a ação dos osteoclastos (células responsáveis pela degradação óssea e consequente liberação de cálcio na corrente sanguínea) são ativados fortemente. O resultado disso é que perdemos massa óssea para poder neutralizar o saldo ácido. O cálcio acaba sendo excretado pela urina juntamente com os ácidos que ele acabou neutralizando.

Massa Muscular

A Glutamina é um dos aminoácidos com maior poder de tamponamento em nosso organismo. Dessa maneira, a Glutamina acaba se comportando praticamente como o cálcio – neutralizando a acidose em nosso organismo. Como o maior reservatório de glutamina no corpo humano são os músculos, a acidose metabólica crônica leve ocasiona uma constante degradação de proteína muscular para que a glutamina seja liberada e possa agir neutralizando o efeito ácido.
Além destes dois principais efeitos, a acidose crônica leve também tráz outros problemas que deveriam preocupar qualquer atleta que se preze como diminuição da produção de IGF-1 e GH, hipotiroidismo leve e aumento da produção de cortisol.

Alguns exemplos importantes da tabela PRAL:

Carne vermelha – 7.8
Frango – 8.7
Peixe – 8.0
Leite – 1.0
Clara de ovo – 1.0
Gema de ovo – 23.4
Brócolis – -1.4
Couve-flor – -4.0
Espinafre – -14.0
Alface – -1.8
Cogumelo – -2.5
Bananas – -5.5
Arroz branco- 1.7
Aveia – 10.7
Macarrão integral – 7.3
Batata inglesa – -4.0
Azeite de oliva – 0

Cálculos -
Estes valores acima são a carga ácida equivalente a cem gramas de alimento. Se quisermos calcular o saldo ácido-base de uma refeição, podemos fazer o seguinte:

Exemplo 1

200grs de macarrão integral
200 grs de carne

Pegamos o PRAL equivalente a 100 grs do arroz – 7,3 – e multiplicamos por
dois ( já que comemos 200 grs de arroz ). O resultado será 14,6.

Pegamos o PRAL equivalente a 100 grs de carne – 7,8 – e multiplicamos por dois ( já que comemos 200 grs de carne ). O resultado será 15.6.

Somamos os dois PRALs – 14.6 + 15.6 = 30.2.

Como vimos antes, o saldo da refeição deveria ter o valor o mais próximo de zero possível. Trinta ponto dois é um valor alto e nos diz que a refeição gerou uma carga ácida considerável. Imagine fazer cinco refeições assim ao longo do dia.

Exemplo 2

200 grs de arroz
200grs de carne
50 grs de espinafre

Vejamos esta refeição. Olhem que interessante. Vamos às contas:
PRAL do equivalente a 100 grs de arroz – 1,7 – multiplicado por dois (200 grs de arroz) igual a 3,4.

PRAL do equivalente a 100 grs de carne – 7,8 – e multiplicamos por dois (200 grs de carne) igual a 15,6.

PRAL do equivalente a 100 grs de espinafre – -14 – e multiplicamos por 0,5 (50 grs de espinafre) igual a -7.

Vamos ver o saldo: 3,4 + 15,6 – 7= 12 .

Ainda é longe do zero, mas muito melhor do que os 30,4 da refeição 1. Se fosse colocado mais 50 grs de espinafre, o saldo da refeição 2 seria de apenas 5. Bem perto do zero.


Aspectos Importantes:

Tenha em mente que o balanço ácido-base é um fator relevante, mas secundário na hora de preparar um plano de alimentação. O mais importante ainda é levar em conta a composição de macro e micronutrientes, número de calorias e valor nutricional.
Não deveríamos parar de consumir aveia só porque seu PRAL é 10,7 – Aveia é rica em carboidratos compostos, de digestão lenta e rica em fibras solúveis. A aveia é parte importante em nossa dieta, liberando energia de forma lenta e gradual e auxiliando na saúde cardiovascular.

Outro exemplo é a batata. Seu PRAL é negativo (-4.0). Se pegarmos o caso do exemplo 1, onde o saldo final da refeição foi de 30.2. Poderíamos pensar em adicionar algum alimento de PRAL negativo a fim de diminuir o valor do saldo e por consequência melhorar o balanço ácido-base naquela refeição.
Se colocássemos 200 grs de batatas, o saldo cairia para 22.2 ( 30.2 – 8 ); o que seria benéfico para o balanço ácido-base, mas horrível para o balanço calórico, já que 200 grs de batatas iriam adicionar muitos carboidratos e calorias à refeição e ainda precisamos considerar o alto índice glicêmico da batata inglesa que é ao redor de 110.

A melhor opção que temos é simples. No dia a dia não precisamos ficar com uma calculadora à mão somente para calcular o PRAL. Pela pequena tabela acima percebemos que alimentos proteicos e grãos possuem valores PRAL geralmente positivos e alto. Os vegetais em geral possuem PRAL negativo. Esse é o ponto chave.
Praticamente todos os vegetais são ricos em fibras e fitonutrientes poderosos, que só irão beneficiar nossa saúde. Além disso, os vegetais contém pouquíssimas calorias. Isso os torna o nosso principal aliado quando a questão é balanço ácido-base nas refeições.

Pontos-Chave
Como os vegetais são alimentos ricos em fibras e fitonutrientes, possuem quase nenhuma caloria e possuem valor PRAL negativo, eles são a arma perfeita para tentarmos regular o balanço ácido-base e evitar a acidose crônica leve.
As principais armas deste arsenal, utilizadas por mim e alguns seguidores são dois vegetais em especial: Brócolis e Espinafre.

Estes dois vegetais são uma excelente escolha:

• Ricos em fibras – auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares, melhoram a digestão e absorção dos nutrientes.
• Ricos em fitonutrientes – Vitaminas, antioxidantes entre outros que vão promover um melhor e mais longo funcionamento do nosso organismo.
• Possuem baixas calorias – Na verdade eles têm tanta fibra, que o processo de digestão acaba sendo muito custoso ao organismo. Em outras palavras, gastamos muito mais calorias para digeri-los.
• Possuem PRAL negativo – No caso do espinafre, o PRAL é de -14 para cada cem gramas do alimento.

Conclusão:
A dieta à qual nos submetemos nos dias de hoje, cheia de alimentos processados e industrializados causa uma condição conhecida como “acidose crônica leve”. A dieta utilizada pelos praticantes de musculação, baseada geralmente em grãos e proteína animal também contribui de forma substancial para esse quadro.
Devemos consumir vegetais, principalmente brócolis e espinafre, pois eles ajudam a regular o balanço ácido-base em nossa dieta.
A “acidose crônica leve” é uma condição metabólica que não vai nos matar, mas pode atrapalhar um pouco na obtenção de nossos objetivos na academia.


Nota do Nutricionista:
Este artigo mostra mais um detalhe importante na otimização da saúde e no ganho de massa muscular.
Nossa alimentação moderna nos fornece muito facilidade para ingerir alimentos extremamente ácidos o que prejudica muito nossa saúde.
Para combatermos esse problema nós precisamos simplesmente evitar os alimentos ácidos e consumir uma quantidade maior de vegetais; muito importante ressaltar que a diminuição da acidez preserva nossa massa óssea e muscular, ajudando na prevenção da osteoporose e da sarcopenia.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Declaração - Niuara


Eu disse que estava preparando uma postagem bombástica de boa né? Pois é, como vocês sabem comecei com o acompanhamento do Reinado meu nutri (reinaldonutri@gmail.com), ou seu blog http://suplementacaoesaude.blogspot.com.br

Conhecei o Reinaldo pela internet e ele sempre foi mega hiper ultra atencioso comigo...fizemos 2 dietas até agora, a primeira com base no ig dos alimentos fiquei por 5 semanas com ela e gostei muito dos resultados, sem contar que a comida pra mim que estava a base de batata doce e frango foi banquete né?

Ele me acompanha online por medidas e fotos, principalmente fotos que dá pra ver as maiores mudanças. Bom, mandei as fotos pra ele e ele me disse assim, olha pela sua dedicação a mudança poderia ter sido maior, vamos por um caminho diferente agora e decidimos pela cetogênica por 5 dias da semana e 2 dias de baixo ig (dieta anterior), no começo foi difícil me acostumar, senti enjôo, meio fraca, vontade monstra de doces ( e comi duzias de flan de claras!) cheguei a diminuir os dias da cetogênica para 3, mas exagerei no off porque minha irmã me visitou em 9 de julho e me senti pesada resolvi batalhar e voltar ao esquema 5 para 2 dias.

Desde 10 de julho segui firme sem offs como contei a vocês, e digo, não poderia ter ficado mais contente quando tirei as fotos para comparar hoje!! Fiz nova avaliação e os resultados surpreenderam inclusive meu treinador Bruno Cunha....

Vamos aos números:

BUSTO 86 PARA 82 :( (já estava despeitada agora mais ainda....mas como a Camila Cutolo falou pode ser das costas que secaram bem né?)

Cintura 66,5 para 66

Abdomen 78 para 72 (yeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii)

Quadril 1,08 para 98 (CARACAAAAAAA!!)

Braço 31 para 29
Coxa 57 para 52 (muito também né?!)

Panturrilha 39 para 38

BF 24% para 21%


Agora vejam com seus próprios olhos e me digam se vale a pena ter acompanhamento profissional ou não??? Agora fica aqui minha dica...GENTE É NUTRI ESPORTIVO VIU!!! NÃO PODE SER NUTRI NORMAL SE VC QUER TER CORPO DE ATLETA! Estou começando a ficar do jeito que eu queria...


Nota do Nutricionista:
Minha obrigação é somente mostrar o caminho; o maior trunfo é do atleta que se esforça para ultrapassar seus limites e alcançar seu objetivo.
Super parabéns Niuara !!!

Blog Niuara: http://casamentoniuemau.blogspot.com.br/




terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Proteína de Soja: O que dizem os Estudos ?


Proteína de Soja: O que dizem os Estudos?

Artigo editado por Will Brink.
- Forsythe, W. A., Soy Protein, Thyroid Regulation and Cholesterol Metabolism. J. of Nutri. (review), 125 (3 suppl): 619S-623S, 1995.

- Potter, M. S., Overview of Proposed Mechanisms For the Hypocholesterolemic Effect of Soy. J. Nutri. 125 (3 suppl): 606S-611S, 1995.
- Hajos, G., et al, Effects of Proteolytic Modification and Methionine Enrichment on the Nutritional Value of Soya Albumins For Rats. Nutri. Biochem. 7:481-487, 1996.

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira – CRN 6141
reinaldonutri@gmail.com
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br

A comunidade dos fisiculturistas tem sido muito dura com a proteína de soja; geralmente relegando-a com o status de imprestável entre a maioria dos fisiculturistas e nutricionistas de atletas. Eu serei o primeiro a admitir que ajudei a reputação negativa da soja entre os fisiculturistas ao longo do tempo dizendo-lhes como esta proteína é inferior quando comparada a proteína do soro de leite ou ovo em vários artigos e em meu livro. Eu ainda acho que a proteína de soja é inferior às proteínas tais como o soro de leite e o ovo, mas eu acredito que ela tem algumas aplicações potencialmente úteis se usada corretamente.

AS DESVANTAGENS DA SOJA:

Por que a soja tem uma reputação tão ruim entre os fisiculturistas? Superficialmente, parece que a proteína de soja é algo muito ruim para a maioria dos atletas. A proteína de soja tem uma pontuação baixa, seu VB (Valor Biológico) é de 74. O que significa isso? Existem várias maneiras de avaliar a qualidade da proteína. Você tem a taxa de eficiência proteica (PER), a utilização da proteína líquida (NPU) e valor biológico (VB). O PER é uma medida ultrapassada de qualidade da proteína e não é mais usado pela maioria dos fabricantes de suplementos, ou pelos nutricionistas para classificar a qualidade da proteína. O NPU é um pouco melhor do que o PER, mas não consegue levar vários fatores importantes em consideração envolvidos com as proteínas, como a absorção e a digestibilidade, por isso também não é muito usado. Isso nos leva ao valor biológico.

O VB é o indicador mais preciso da atividade biológica de uma proteína e mede a quantidade real de proteína depositada por grama de proteína absorvida. Como regra, as proteínas de alto VB são melhores para a imunidade, retenção de nitrogênio, estímulo de IGF-1 e são superiores em reduzir a perda de tecido magro durante vários estados catabólicos, quando comparado aos seus homólogos de baixo VB. Isto é, como regra geral, as proteínas de alto VB são mais anticatabólicas do que as proteínas de baixo VB. Como a maioria das pessoas já sabe, o mais elevado VB de proteína disponível é a proteína do soro do leite, com o ovo inteiro vindo em segundo lugar; razão pela qual os fisiculturistas e outros atletas dependem fortemente destes dois alimentos proteicos e tendem a evitar as proteínas da soja e outras com baixo VB.

Além de seu baixo VB, a soja tem vários outros inconvenientes nutricionais que fazem com que os fisiculturistas a evitem. Uma razão da soja apresentar baixo VB é a falta do aminoácido que contém enxofre, a metionina. Os aminoácidos que contém enxofre (inclui-se também a cisteína) são particularmente importantes para a síntese de proteína e crescimento muscular, para uma função adequada do sistema imune e para o nosso corpo produzir a glutationa (GSH).

GSH é um dos mais importantes antioxidantes encontrados no corpo, porque protege as células e serve para desintoxicar nosso organismo de uma variedade de compostos prejudiciais, tais como peróxido de hidrogênio, substâncias cancerígenas, espécies reativas de oxigênio (ROS), e muitos outros. Em particular, a GSH também é parcialmente responsável por manter as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) impedindo sua oxidação e o entupimento de nossas artérias. Vários estudos têm mostrado que a proteína da soja é inferior ao soro do leite para a produção de GSH e a consequente melhora na imunidade.
Embora a soja tenha uma reputação em reduzir o colesterol em humanos e animais, em um estudo com ratos alimentados com proteína de soja não fortificada com metionina numa ingesta de 13% do total das calorias, tiveram um um aumento do colesterol e um aumento da susceptibilidade de peroxidação do colesterol LDL. Então, não só o colesterol dos ratos sobem, mas a facilidade de oxidação da fração LDL potencialmente ocasiona a obstrução das artérias. Está bem estabelecido que um aumento da susceptibilidade do LDL a peroxidação é um processo essencial para o desenvolvimento de aterogênese. Nestes ratos foram encontrados baixos níveis de GSH (Glutationa) e seu crescimento foi inferior ao de grupo de ratos alimentados com caseína.

Se isso não fosse ruim o suficiente para convencê-lo a evitar a soja, ainda temos um outro problema. A proteína de soja contém algo conhecido como "anti-nutrientes" que bloqueiam a digestão e absorção de muitos nutrientes. Dois dos mais importantes anti-nutrientes encontrados na soja são as lectinas e os inibidores de protease. Lectinas são constituintes indesejáveis de várias plantas e podem causar vários tipos de problemas e interferir com a absorção de nutrientes importantes e até ocasionar uma lesão intestinal. As proteases são enzimas que auxiliam na digestão de proteínas. A soja tem vários inibidores da protease que interferem com a enzima tripsina e quimotripsina, ambas as quais de extrema importância para a digestão e absorção de proteínas no trato gastrintestinal.

Finalmente, a soja é rica em compostos estrogênicos como a genisteína e daidzeína. Existem mais de 300 fitoestrógenos derivados de plantas e sabe-se que estes variam substancialmente no seu efeito fisiológico e potência em animais e humanos. Como qualquer fisiculturista bem informado, uma alteração da relação de testosterona / estrógeno em favor do estrógeno pode conduzir a um aumento da gordura corporal e outros efeitos nocivos no que se refere aos objetivos deste seguimento.

Valor biológico das proteínas:
* Whey Concentrado = 104
* Ovo inteiro = 100
* Clara de ovo = 88
* Caseína = 77
* Soja = 74


AS VANTAGENS DA SOJA:

Quer dizer que a soja pode ter um lado positivo? Eu percebo que a seção anterior não mostrou um bom quadro das proteínas da soja, mas eu não lhe contei toda a história. Como eu disse; superficialmente a soja parece ser uma proteína bastante desaconselhável para fisiculturistas que treinam seriamente tentando ganhar tecido muscular e ou perder gordura corporal. O problema dos anti-nutrientes encontrados na proteína de soja é algo com que os bons fabricantes tem se preocupado, removendo ou reduzindo drasticamente a sua atividade durante o processamento; de modo que este não é mais um ponto de grande preocupação. Além disso, a adição de metionina para isolados de soja melhora grandemente o seu VB e nutricional, embora ainda não atinja o VB do ovo inteiro ou da proteína do soro do leite. Ratos alimentados com a proteína de soja enriquecida com metionina, cresceram a uma taxa semelhante daqueles alimentados com caseína.

A questão dos compostos estrogênicos encontrados na soja é um pouco mais complicada. Durante anos, a proteína de soja foi indicada por reduzir o colesterol em uma ampla variedade de espécies animais e no homem. Um estudo recente descobriu que, quando feita a separação dos compostos estrogênicos da soja, esta falhou na sua ação em diminuir os níveis de colesterol. Isso não vem como uma grande surpresa como os efeitos protetores na redução do colesterol ocasionados pelo estrógeno são bem conhecidos. No entanto, a proteína de soja parece ter vários mecanismos pelos quais reduz o colesterol (isoflavonas, efeitos endócrinos, fibras, saponinas, etc) e esses mecanismo que diminuem o colesterol, provavelmente dependem das espécies de animais em estudo. Além da capacidade das proteínas da soja em reduzir o colesterol; as investigações epidemiológicas também sugerem que a proteína isolada da soja pode reduzir certas formas de câncer.

Ok, agora é que as coisas começam a ficar interessantes, uma vez que se aplica aos fisiculturistas. Embora as proteínas da soja apresentem estes compostos estrogênicos, parece que eles são "tecido específico." Um estudo que utilizou macacos Rhesus descobriu que as proteínas da soja não tiveram nenhum efeito sobre os hormônios reprodutivos destes animais. Testosterona, DHEAS, globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), peso testicular, peso da próstata, e outras medidas foram tomadas. Eles não encontraram nenhuma diferença entre animais machos que comeram proteína de soja que continham os estrógenos vegetais e aqueles que comiam soja com os estrógenos removidos; levando os pesquisadores a concluir: "assim, as isoflavonas (genisteína e daidzeína) na proteína de soja melhoram os fatores de risco cardiovascular, sem aparente efeitos prejudiciais sobre o sistema reprodutor ... "; os efeitos da genisteína também são tecido específicos, seus efeitos agonistas ao estrógeno sobre as concentrações de lípidos no plasma, as distribuições das lipoproteínas plasmáticas e de conservação da massa óssea, são semelhantes em magnitude aos estrógenos de mamíferos mas sem efeitos estrogênicos.

Eles finalmente concluíram: "Nossos dados apoiam a interpretação de que os estrógenos da soja tem especificidade de tecido, em parte por causa de sua propriedade mista agonista e antagonista." A partir deste e de outros dados, parece que os fito estrógenos da soja podem reduzir o colesterol e melhorar o risco de doença cardíaca sistêmica sem efeitos estrogênicos (ginecomastia, aumento de gordura corporal, etc), que normalmente seria visto se um fisiculturista fizesse uso de certos esteróides e sofresse da sua conversão em estrógenos (aromatização). Este estudo é um pouco mais relevante para nós seres humanos sendo que foi feito com macacos machos que são animais muito mais semelhantes às pessoas do que os ratos. A capacidade de proteína de soja em reduzir o colesterol sem outros efeitos estrogênicos poderia ser útil para fisiculturistas usuários de esteróides anabolizantes, que tendem a ver um aumento nos níveis de colesterol total e do LDL.

Eu reservei o melhor sobre as proteínas da soja para o final.
A proteína de soja tem demonstrado aumentar a produção dos hormônios da tireóide em uma grande variedade de animais ( ratos, coelhos e porcos). Estudos feitos com seres humanos têm sido mais difíceis de quantificar. Mas vários estudos sugerem um efeito estimulante nos hormônios da tireóide em pessoas que ingerem a proteína isolada de soja. A proteína de soja tem mostrado aumentar a produção dos hormônios da tireóide, que pode ser uma vantagem real para os fisiculturistas visando a diminuição da gordura corporal. A ingestão de várias proteínas de alta qualidade tem sido associada com níveis mais elevados de hormônios da tireóide, mas a proteína da soja parece ter capacidade única no aumento dos hormônios da tireóide.
Embora alguns estudos demonstrem alterações no T3 e no TSH, o efeito parece ser mais expressivo no aumento do T4; que é elevado de forma consistente em estudos realizados com animais e, em menor grau nas pessoas que se alimentam da proteína isolada de soja. Além disso, alguns estudos têm encontrado alterações da relação insulina / glucagon que favoreceria a redução dos níveis de colesterol e possivelmente, na gordura corporal. Atualmente, não se sabe exatamente como as proteínas de soja exercem este efeito sobre os hormônios da tiroide, mas os pesquisadores estão trabalhando para elucidar esse mecanismo.

O que as informações acima significam para o fisiculturista? Há dois pontos que eu acho que são os mais relevantes para atletas de força. Embora os hormônios da tireoide são considerados hormônios catabólicos, eles são realmente mais catabólicos em relação a gordura e aos carboidratos, mas estimulam a síntese de proteínas, se quantidades adequadas de calorias são consumidas e as quantidades de hormônios da tireoide não podem ser muito alta. Isto poderia ser útil para aumentar a síntese de proteínas e reduzir a gordura corporal. Mais pesquisas precisam ser feitas nessa área, é claro. Quando uma pessoa faz dieta o sucesso da dieta é rapidamente trazido a uma parada brusca quando o corpo descobre o que você está fazendo e reduz a produção de hormônios da tireoide.

Esta é uma reação do organismo causada por uma ingestão calórica reduzida o que reduz a taxa metabólica e uma nova necessidade calórica é estabelecida; e o nutricionista não pode cair nesta armadilha !! O uso de proteína isolada de soja para aumentar a produção de hormônios da tireoide pode ser exatamente o que o nutricionista bem informado receitou para manter os níveis dos hormônios mais elevados durante a ingestão de calorias reduzidas. Como mostram as evidências acima, usando as proteínas de soja o ser humano consegue compensar a queda hormonal ocasionada pelas baixas calorias.

RESOLVENDO O DILEMA DA SOJA:

Observando toda a informação acima sobre a proteína de soja, eu acho que chegamos a um dilema para o fisiculturista. Para a pessoa comum, não há um verdadeiro dilema, pois não se importa muito com a qualidade da proteína. Infelizmente, se um fisiculturista começa a substituir muito das outras proteínas de alta qualidade em sua dieta em favor da soja para colher alguns dos benefícios potenciais da soja; ele corre o risco de perder músculo devido a qualidade inferior dessa proteína. Isto seria particularmente notável durante uma redução de calorias.

Quanto menor o consumo de calorias; maior qualidade de proteína é necessária para manter a massa magra do corpo. Não se enganem sobre isso, a proteína de soja não tem o efeito de retenção de nitrogênio, a ação anticatabólica, habilidades de construção de proteínas musculares, tais como o soro de leite, ovo inteiro, carne vermelha, etc, no entanto, a soja parece ter alguns outros benefícios reais para o fisiculturista. Então, o que vamos fazer? Até agora, parece que uma pessoa não precisa comer uma grande quantidade de proteína isolada de soja para obter os benefícios. Estimativas entre 10 e 30 gramas por dia de uma proteína de alta qualidade isolada de soja deve fazer a mágica para a maioria das pessoas.

É assim que eu pude resolver o dilema e notei que essa estratégia funciona bem para as pessoas. Misturando a proteína do soro do leite de alta qualidade e a proteína isolada de soja de alta qualidade numa razão de 2:1 e ingerir essa mistura de 2 a 3 vezes ao dia, o fisiculturista pode obter o melhor possível desta mistura (no que se refere ao alto VB, fortalecimento da imunidade, maior retenção de nitrogênio, sendo todas essas habilidades do soro de leite e para a redução do colesterol e estímulo da tireoide, sendo essas habilidades da soja). Até o momento, não tenho nenhuma razão para acreditar que a mistura dessas duas proteínas irá interferir com os benefícios ou propriedades de qualquer proteína, mas existe uma escassez de pesquisas nesta área, com atletas saudáveis.
Curiosamente, as pessoas que eu disse para fazer esta mistura me retornaram com feedback positivo até agora. Procure colocar em prática essa mistura simples e você poderá se surpreender com os resultados...

Artigo Complementar – Proteína de Soja e Resposta Hormonal:

- [73]Kurzer MS: Hormonal effects of soy in premenopausal women and men. J Nutr 132:570S–573S, 2002.

- [74]DiSilvestro RA, Mattern C, Wood N, Devor ST: Soy protein intake by active young adult men raises plasma antioxidant capacity without altering plasma testosterone. Nutr Res 26:92–95, 2006.

- [34]Kalman D, Feldman S, Martinez M, Krieger DR, Tallon MJ: Effect of protein source and resistance training on body composition and sex hormones. J Int Soc Sports Nutr 23:4, 2007.

Apesar de alguns atletas e público em geral ter se esquivado de produtos de soja por causa de supostos efeitos sobre o equilíbrio hormonal, a pesquisa mostra predominantemente nenhum impacto negativo no consumo de ISP sobre os níveis hormonais em homens ou mulheres [73]. Os resultados de dois estudos que especificamente analisaram as concentrações circulantes de testosterona em machos de elevada atividade não observaram nenhuma diferença entre o whey e a proteína isolada de soja [34,74]. Após 12 semanas de treinamento intenso, Kalman e outros [34] não encontraram diferenças significativas entre ou dentro dos grupos para as concentrações séricas de testosterona livre ou total e na globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), em indivíduos que consumiram ou 50 g de suplementação de ISP (fornecendo, 83 mg isoflavonas totais) ou proteína do soro de leite.

Resultados semelhantes foram relatados por DiSilvestro et al. [74] em homens universitários altamente ativos com idade entre 18 e 30 anos. Concentrações plasmáticas de testosterona total não foram alteradas após 4 semanas, enquanto os indivíduos consumiam ou 40 g/70 kg de peso corporal de proteína de soro de leite ou ISP que continha 164 mg de isoflavonas totais /70 kg. Estes dados reforçam a série de estudos que mostram que o ISP não diminui os níveis de testosterona em homens e confirmam a conclusão alcançada pelo Painel de Especialistas do Instituto Nacional de Saúde, que afirma:'' Em ensaios de intervenção de dieta, nenhuma associação significativa foi observada entre a ingestão de proteína de soja e alterações na circulação de testosterona ou dos níveis de 17-b estradiol.''


Nota do Nutricionista:
De acordo com os estudos acima, podemos contar com mais uma ajuda dietética para um metabolismo mais ativo e uma constante perda de gordura corporal. Talvez você fique com um certo receio mas vamos ter de experimentar a ação da proteína isolada de soja.
Esse efeito de aumentar a produção dos hormônios da tireoide é muito benéfico quando diminuímos as calorias da dieta e fora isso, ainda temos a afirmação que esta proteína não diminui os níveis de testosterona nos homens.