terça-feira, 3 de janeiro de 2017

12 Fatores que Aumentam a Gordura Visceral.






Artigo editado por Franziska Spritzler, RD, CDE.

Traduzido pelo Nutricionista Reinaldo José Ferreira CRN3 – 6141
www.suplementacaoesaude.blogspot.com.br



O excesso de gordura visceral é extremamente insalubre.
É um fator de risco para doenças como a síndrome metabólica, diabetes tipo 2, doenças cardíacas e câncer (1).
O termo médico para a gordura insalubre na linha de cintura é "gordura visceral", que se refere à gordura em torno do fígado e outros órgãos em seu abdômen.
Até mesmo pessoas com peso normal com excesso de gordura no abdômen têm um maior risco de problemas de saúde (2).

Aqui estão os 12 fatores que fazem você ganhar gordura abdominal.


1. Alimentos e Bebidas Açucaradas:

Muitas pessoas consomem muito mais açúcar do que imaginam, todos os dias.
Alimentos ricos em açúcar incluem bolos e doces, além das chamadas "escolhas saudáveis", como muffins e iogurte congelado. Refrigerantes, bebidas como café e chá estão entre as bebidas mais populares adoçadas com açúcar.
Estudos observacionais mostraram uma ligação entre a ingestão elevada de açúcar e o excesso de gordura abdominal. Isto pode ser em grande parte devido ao elevado conteúdo de frutose dos açúcares adicionados (3,4,5).
O açúcar regular (sacarose) e o xarope de milho são ricos em frutose. O açúcar tem 50% de frutose e o xarope de milho de alta frutose tem 55% de frutose.
Em um estudo controlado de 10 semanas, as pessoas com sobrepeso e obesas que consumiram 25% das calorias como bebidas adoçadas com frutose em uma dieta de manutenção de peso experimentaram uma diminuição na sensibilidade à insulina e um aumento na gordura visceral (6).
Um segundo estudo relatou uma redução na queima de gordura e na taxa metabólica entre as pessoas que seguiram uma dieta semelhante de alta frutose (7).
Embora muito açúcar em qualquer forma pode levar ao ganho de peso, as bebidas com açúcar podem ser especialmente problemáticas. Refrigerantes e outras bebidas doces tornam fácil consumir grandes doses de açúcar em um período muito curto de tempo.
Além do mais, estudos mostraram que as calorias líquidas não têm os mesmos efeitos sobre o apetite como as calorias dos alimentos sólidos. Quando você bebe suas calorias, esta não faz você se sentir saciado, assim você não compensa por comer menos de outros alimentos, aumentando o consumo calórico (8,9).

Mensagem Importante: Consumir frequentemente alimentos e bebidas ricos em açúcar ou xarope de milho pode causar ganho de gordura visceral.


2. Álcool:

O álcool pode ter efeitos tanto saudáveis quanto prejudiciais.
Quando consumido em quantidades moderadas, especialmente na forma vinho tinto, pode reduzir o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (10)
No entanto, a ingestão elevada de álcool pode levar à inflamação, doenças do fígado e outros problemas de saúde (11).
Alguns estudos mostram que o álcool suprime a queima de gordura e que o excesso de calorias do álcool são parcialmente armazenadas como gordura visceral; daí o termo "barriga de cerveja" (12).
Estudos têm ligado a alta ingestão de álcool com o ganho de peso ao redor da cintura. Um estudo descobriu que os homens que consumiram mais de três bebidas por dia eram 80% mais propensos a ter excesso de gordura abdominal do que os homens que consumiram menos álcool (13,14).
A quantidade de álcool consumida dentro de um período de 24 horas também parece desempenhar um papel importante.
Em outro estudo, os bebedores diários que consumiram menos de um drinque por dia tendiam a ter menos gordura abdominal, enquanto que aqueles que beberam menos frequentemente, mas consumindo quatro ou mais bebidas em "dias de consumo" eram mais propensos a ter excesso de gordura visceral (15).

Mensagem Importante: o consumo de álcool em excesso aumenta o risco de várias doenças e está ligado ao excesso de gordura visceral.


3. Gorduras Trans:

As gorduras trans são as gorduras menos saudáveis do planeta.
Elas são criadas pela adição de hidrogênio a gorduras insaturadas, a fim de torná-las mais estáveis.
As gorduras trans são frequentemente usadas para estender a vida de prateleira de alimentos embalados, tais como muffins, misturas para cozimento e biscoitos.
As gorduras trans induzem a uma forte a inflamação. Isto pode conduzir a resistência à insulina, doença cardíaca e várias outras doenças (16,17,18,19).
Existem também alguns estudos com animais sugerindo que dietas contendo gorduras trans podem causar excesso de gordura visceral (20,21).
No final de um estudo de 6 anos, macacos alimentados com uma dieta de gordura trans (8%) ganharam peso e tiveram 33% mais de gordura abdominal do que os macacos alimentados com uma dieta de gordura monoinsaturada (8%), apesar de ambos os grupos terem recebido apenas calorias suficientes para manter o seu peso (21).

Mensagem Importante: As gorduras trans aumentam a inflamação que pode conduzir a resistência à insulina e ao acúmulo de gordura visceral.




4. Inatividade:

Um estilo de vida sedentário é um dos maiores fatores de risco para a saúde debilitada ( 22 ).
Nas últimas décadas, as pessoas geralmente se tornaram menos ativas. Isto provavelmente desempenhou um papel no aumento das taxas de obesidade, incluindo a obesidade abdominal.
Uma grande pesquisa durante o período de 1988 a 2010 nos EUA descobriu que houve um aumento significativo da inatividade, peso e circunferência abdominal em homens e mulheres (23).
Outro estudo observacional comparou mulheres que assistiram mais de três horas de TV por dia e àquelas que assistiram menos de uma hora por dia.
O grupo que assistiu mais TV tinham quase duas vezes mais o risco de "obesidade abdominal grave" em comparação com o grupo que assistiu menos TV (24).
Um estudo também sugere que a inatividade contribui para a recuperação da gordura abdominal depois da perda de peso.
Neste estudo, os pesquisadores relataram que as pessoas que realizaram exercícios de resistência com pesos ou exercício aeróbico durante 1 ano após a perda de peso, foram capazes de impedir o ganho (recuperação) de gordura abdominal, enquanto que aqueles que não se exercitaram tiveram um aumento de 25 a 38% na gordura abdominal (25).

Mensagem Importante: A inatividade pode promover um aumento na gordura visceral. O exercício resistido e o exercício aeróbio podem impedir a recuperação da gordura abdominal após a perda de peso.


5. Dietas de Baixa Proteína:

A ingestão adequada de proteína dietética é um dos fatores mais importantes na prevenção do ganho de peso.
Dietas com alto teor protéico fazem você se sentir completamente saciado, aumentam a sua taxa metabólica e levam a uma redução espontânea na ingestão de calorias (26,27). Em contraste, a baixa ingestão de proteínas pode causar-lhe o ganho gordura visceral em longo prazo.
Vários estudos observacionais grandes sugerem que as pessoas que consomem a maior quantidade de proteína são os menos propensos a ter excesso de gordura visceral (28,29,30).
Além disso, estudos em animais descobriram que uma hormônio conhecido como neuropeptídeo Y (NPY) leva ao aumento do apetite e promove o ganho de gordura visceral. Os seus níveis de NPY aumentam quando sua ingestão de proteínas é baixa (31,32,33).

Mensagem Importante: A baixa ingestão de proteína pode conduzir ao ganho de gordura visceral e aumento da fome. Pode também aumentar o neuropeptídeo Y, o hormônio da fome.




6. Menopausa:

O aumento da gordura abdominal durante a menopausa é extremamente comum.
Na puberdade, o hormônio estrogênio sinaliza o corpo para começar a armazenar gordura nos quadris e coxas em preparação para uma possível gravidez. Esta gordura subcutânea não é prejudicial, mas que pode ser extremamente difícil de perder em alguns casos (34).
A Menopausa ocorre oficialmente um ano após uma mulher ter o seu último período menstrual.
Por esta altura, os níveis de estrogênio caem drasticamente, fazendo a gordura ser armazenada no abdômen, e não nos quadris e coxas (35,36).
Algumas mulheres ganham mais gordura abdominal neste momento do que outros. Isso pode ser em parte devido à genética, bem como a idade em que a menopausa começa. Um estudo descobriu que as mulheres que a menopausa acontece em uma idade mais jovem, tendem a ganhar menos gordura abdominal (37).

Mensagem Importante: As alterações hormonais da menopausa ocasionam uma mudança no armazenamento de gordura dos quadris e coxas para a gordura visceral no abdômen.


7. As Bactérias Erradas no Intestino:

Centenas de tipos de bactérias vivem em seu intestino, principalmente em seu cólon. Algumas destas bactérias beneficiam a saúde, enquanto outras podem causar problemas.
As bactérias em seu intestino também são conhecidos como sua flora intestinal ou microbioma. A saúde do intestino é importante para manter um sistema imunológico saudável e evitar doenças.
Um desequilíbrio nas bactérias do intestino aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2, doença cardíaca, câncer e outras doenças (38).
Há também algumas pesquisas sugerindo que ter um balanço insalubre de bactérias intestinais pode promover ganho de peso, incluindo gordura abdominal.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas obesas tendem a ter um maior número de bactérias Firmicutes do que as pessoas de peso normal. Estudos sugerem que estes tipos de bactérias pode aumentar a quantidade de calorias que são absorvidas a partir de alimentos (39,40).
Um estudo descobriu que os ratos livres de bactérias ganharam significativamente mais gordura quando receberam transplantes fecais de bactérias associadas com a obesidade, em comparação com ratos que receberam as bactérias ligadas à magreza (40).
Estudos com gêmeos obesos e magros e suas mães confirmaram que há um "núcleo" comum de flora compartilhados entre as famílias que podem influenciar o ganho de peso, incluindo onde o peso é armazenado (41).

Mensagem Importante: Um desequilíbrio de bactérias intestinais podem causar ganho de peso, incluindo a gordura visceral.


8. Suco de Frutas:

O suco de frutas é uma bebida açucarada disfarçada.
Mesmo não adoçado, o suco de frutas contém um monte de açúcar.
Na verdade, 8 oz (250 ml) de suco de maçã ou coca cola contém 24 gramas de açúcar. A mesma quantidade de suco de uva embala fornece a colossal quantia de 32 gramas de açúcar (42,43,44).
Embora o suco de fruta forneça algumas vitaminas e minerais, a frutose que ele contém pode conduzir a resistência à insulina e promover o ganho de gordura visceral (45).
Além do mais, é uma outra fonte de calorias líquidas que é muito fácil de consumir, mas ainda não consegue satisfazer o seu apetite da mesma forma como os alimentos sólidos (8,9).

Mensagem Importante: O suco de fruta é uma bebida muito rica açúcar e ainda pior, pura frutose, que pode promover a resistência à insulina e ganho de gordura visceral se você beber muito dela.


9. Estresse e Cortisol:

O Cortisol é um hormônio que é essencial para a sobrevivência.
É produzido pelas glândulas supra-renais e é conhecido como o "hormônio do estresse" porque ajuda seu corpo a elaborar uma resposta ao estresse.
Infelizmente, pode levar ao ganho de peso quando produzido em excesso, especialmente na região abdominal.
Em muitas pessoas, o estresse direciona ao excesoo de ingesta alimentar (overeating). Mas, em vez das calorias em excesso serem armazenadas como gordura no corpo todo, o cortisol promove o armazenamento de gordura visceral (46,47).
Curiosamente, as mulheres que têm grandes cinturas na proporção de seus quadris mostraram secretar mais cortisol quando estressadas (48).



Mensagem Importante: O hormônio cortisol, que é secretado em resposta ao estresse, pode levar ao aumento da gordura abdominal. Isto é particularmente verdadeiro em mulheres com maiores proporções de cintura para quadril.


10. Dietas Pobres em Fibras:

A fibra é extremamente importante para uma boa saúde e controle de peso.
Alguns tipos de fibra pode ajudá-lo a se sentir saciado, estabilizar os hormônios da fome e reduzir a absorção de calorias dos alimentos (49,50).
Em um estudo observacional com 1.114 homens e mulheres, a ingestão de fibra solúvel foi associada com gordura abdominal reduzida. Para cada aumento de 10 gramas em fibra solúvel houve uma diminuição de 3,7% no acúmulo de gordura abdominal (51).
As dietas ricas em carboidratos refinados e pobres em fibras parecem ter o efeito oposto sobre o apetite e ganho de peso, incluindo o aumentos da gordura visceral (52,53,54).
Um grande estudo descobriu que as dietas ricas em fibras e grãos inteiros foram associadas com a redução da gordura abdominal, enquanto que grãos refinados estavam ligados ao aumento da gordura abdominal (54).

Mensagem Importante: Uma dieta que é pobre em fibras e rica em grãos refinados pode levar ao aumento da quantidade de gordura visceral.


11. Genética:

Os genes desempenham um papel importante no risco de obesidade (55).
Da mesma forma, parece que a tendência para armazenar gordura no abdômen é influenciado, em parte, pela genética (56,57,58).
Isso inclui o gene para o receptor que regula o cortisol, e o gene que codifica para o receptor de leptina, que regula a ingestão de calorias e o peso (58).
Em 2014, os pesquisadores identificaram três novos genes associados ao aumento da relação cintura-quadril e obesidade abdominal, incluindo dois que foram encontrados apenas em mulheres (59).
No entanto, muito mais investigação precisa ser conduzida nesta área.

Mensagem Importante: Os genes parecem desempenhar um papel nas altas taxas de cintura-quadril e no armazenamento do excesso de calorias como gordura abdominal.


12. Sono Insuficiente:

Obter uma quantidade suficiente de sono é crucial para a sua saúde.
Muitos estudos também ligaram o sono inadequado com o ganho de peso, o que pode incluir a gordura abdominal (60,61,62).
Um grande estudo acompanhou 68.000 mulheres por 16 anos.
Aqueles que dormiam 5 horas ou menos por noite eram 32% mais propensos a ganhar 32 libras (15 kg) do que aqueles que dormiam pelo menos 7 horas (63).
Distúrbios do sono também podem levar ao ganho de peso. Um dos distúrbios mais comuns, a apneia do sono, é uma condição em que a respiração para por várias vezes durante a noite devido ao tecido mole na garganta bloqueando as vias aéreas.
Em um estudo, os pesquisadores descobriram que os homens obesos com apneia do sono tinham mais gordura abdominal do que os homens obesos sem o transtorno (64).

Mensagem Importante: O sono curto ou sono de má qualidade pode levar ao ganho de peso, incluindo a acumulação de gordura abdominal.



Sumário:

Muitos fatores diferentes podem fazer você ganhar gordura visceral em excesso.
Há alguns que você não pode fazer muito pouco, como seus genes e alterações hormonais na menopausa. Mas também existem muitos fatores que você pode controlar.
Fazer escolhas saudáveis sobre o que comer e o que evitar, o quanto você se exercita e como gerir o stress, são detalhes que podem ajudar muito a perder gordura; a indesejável gordura visceral.


Nota do Nutricionista:

Primeiramente precisamos nos manter focados para evitar o ganho de gordura visceral.
Esse tipo de gordura é bem mais prejudicial do que a gordura subcutânea, e um fator de risco para a síndrome metabólica, diabetes tipo 2, doenças cardíacas e câncer.
A dieta moderna com baixo teor de fibras e alta quantidade de carboidratos refinados de alto índice glicêmico são fatores que influenciam no aumento de gordura visceral, além do estresse e da falta de atividade física.



Referências:

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2) Normal-Weight Central Obesity: Implications for Total and Cardiovascular Mortality. Ann Intern Med. 2015 Dec 1;163(11):827-35.
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4) Greater fructose consumption is associated with cardiometabolic risk markers and visceral adiposity in adolescents. J Nutr. 2012 Feb;142(2):251-7.
5) Fructose and Cardiometabolic Health: What the Evidence From Sugar-Sweetened Beverages Tells Us. J Am Coll Cardiol. 2015 Oct 6;66(14):1615-24.
6) Consuming fructose-sweetened, not glucose-sweetened, beverages increases visceral adiposity and lipids and decreases insulin sensitivity in overweight/obese humans. J Clin Invest. 2009 May;119(5):1322-34.
7) Consumption of fructose-sweetened beverages for 10 weeks reduces net fat oxidation and energy expenditure in overweight/obese men and women. Eur J Clin Nutr. 2012 Feb;66(2):201-8.
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